Tenho visto por aí muitos socialistas activos na crítica ao Programa Eleitoral do PSD.
É normal, legítimo e até saudável, na dialéctica política das democracias. Aliás, algumas das críticas até serão pertinentes e possibilitam a revisão de algumas políticas propostas, valorizando um eventual futuro programa de governo.
Mas, para serem justos e rigorosos, terão esses críticos que reconhecer que este é provavelmente o mais realista e verdadeiro programa eleitoral alguma vez apresentado pelos partidos do denominado “centrão”. É verdadeiro, porque não prevê metas não só impossíveis de atingir, mas acima de tudo, impossíveis de antecipar. Prometer 150 mil empregos, ou quantificar o crescimento do PIB é não apenas demagógico, como irresponsável.
Por outro lado, e conforme tem sido muito bem defendido pelo PSD, um programa eleitoral tem de indicar políticas devidamente enquadradas em matrizes ideológicas. Não tem de definir medidas concretas.
É realista porque não são prometidas soluções mágicas para a resolução dos problemas de que Portugal e a população portuguesa padecem. É um programa responsável e comedido, de quem conhece as prioridades para o país.
E acima de tudo não embarga em eleitoralismos baratos, como casamentos entre pessoas do mesmo sexo, nem em demagogias bacocas e imbecis, como a promessa do cheque de 150€(?) para recém-nascidos.
Se não houvesse outras razões, apenas a leitura e comparação dos programas eleitorais do PS e do PSD bastariam para a decidir em quem votar. Porque um é efectivamente um compromisso de verdade enquanto o outro é o mais básico e brejeiro panfleto propagandístico. Com a agravante de termos já certeza de que na boca de Sócrates, as promessas são levadas pelo vento!
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