19.2.10

O inevitável Dr. Constâncio

A melhor notícia da semana foi a eleição do Dr. Constâncio para um cargo no Banco Central Europeu. Não houve foguetes, mas podia ter havido porque a eleição de um português para qualquer coisa importante é razão suficiente para nos deixar com um notório orgulho na produção genética pátria, num país não muito habituado a exportar coisa de jeito. Confesso que, do meu lado, encarei esta eleição com serenidade, embora, como quase todos, a desejasse no íntimo. Na verdade, gosto quando me provam que o Princípio de Peter às vezes também está errado. Se os lúcidos julgavam que o Dr. Constâncio tinha atingido o seu inevitável topo, eis que ele é novamente aumentado e promovido deitando por terra tão afamada teoria. Afinal, não ver, não ouvir e não cheirar tem as suas convenientes vantagens e traz afortunadas recompensas. Nomeadamente na perseguição efémera a cargos efémeros desta efémera Europa. Por agora o homem vai-se. Esperemos que nunca mais regresse. Boa sorte, Dr. Constâncio.