Raramente concordamos no que quer que seja. Ideologicamente estamos em campos opostos. Ele acredita, ingenuamente, na bondade intrínseca do ser humano enquanto eu duvido em absoluto da tese. Duvido até da documentada existência de Rosseau!
Ele é um optimista histórico e eu, confesso, sou um pessimista. A tal ponto que a perspectiva de amanhãs que cantam me deixa profundamente angustiado.
Admiro-lhe a inteligência e a frontalidade. Qualidades que escasseiam nos dias que correm e que, numa perspectiva weberiana, deveriam ser valorizadas. E se fossem bem pagas tanto melhor...
Passamos dias, e às vezes madrugadas, a comentar o mundo. E a discordar. E criámos uma amizade sólida. Curiosamente baseada na não-concordância. Ou na liberdade de discordar, optando por caminhos diferentes, sem ter necessidade de romper os laços.
Estou, como é óbvio, a falar do Bento. Estou, como é óbvio, solidário com o Bento. Por tudo o que aqui escrevi. E porque acredito no direito de discordar. E de assumir as discordâncias sem que tal signifique assinar uma sentença.
Gonçalo Nuno Santos
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