A festa provocou ódio e delírio. Nada de outro mundo. E nada de anormal. Alguns incomodados manifestaram-se nas cartas, outros nas queixas, outros ainda na polícia. Ninguém se manifestou na porta. Claro que toda a gente tem o direito de se manifestar, de não gostar, de assobiar, de gritar e até de espernear. E o direito inalienável de fazer melhor. Ou de pelo menos tentar.
A festa é um acontecimento único feito por jovens e para jovens e, sejamos sinceros, o barulho não era nada de especial e não era razão que provocasse tanta ira, desgosto e frustração. Mas perante a comédia dramática que foi pintada por tanta gente o que fazer? Talvez colocar a juventude num gueto bem longe das pessoas. Talvez no campo. Talvez no deserto. Quem sabe na lua? Nas desertas? O ideal seria no fundo do mar, mas ainda não há meios para tal. Talvez mandá-la para algum país mais civilizado. Ou incivilizado. Libéria, talvez.
Mas é bonito o protesto. E bem ensaiado. E legítimo (sem qualquer ironia). E temos todos de aprender a lidar com a crítica. Faz-nos crescer. Claro que muita gente se queixa que na aldeia não acontece nada de importante ao mesmo tempo que condena tudo aquilo que é diferente. Nunca ninguém está 100% satisfeito. É um pouco contraditório mas já ninguém nota e por isso nada mais há a dizer ou a acrescentar já que a crítica faz bem e como diz o povo o que não mata, engorda.
PS: o Dr. Jacinto Serrão, ao que me disseram, também foi entregar uma queixa contra a Festa da Juventude. Está no seu direito. Mas ando cá com uma sensação que o Dr. Jacinto Serrão e o PS inteiro não têm uma agenda política própria. Só isso justifica que andem sempre a reboque das notícias, e das cartas, que saem no Diário para logo convocar uma conferência de imprensa sobre o assunto do dia. No mínimo, ridículo. E, claro, sempre patético.