O camarada Jerónimo, personagem que está a colocar dificuldades à burguesia do Dr. Louçã, decidiu comparar Bush a Hitler ao mesmo tempo que glorificava o regime cubano. O discurso morno, feito ontem em apoteose mediana no encerramento da Festa do Avante na Quinta da Atalaia, não primou pela originalidade (nada disto é novo, como o Dr. Freitas do Amaral pode testemunhar), mas teve o condão de assinalar a reentrada no ano político do PC depois da morte do seu líder histórico e espiritual, Álvaro Cunhal (Manuel Tiago para os íntimos).
Eu entendo perfeitamente que o camarada Jerónimo prefira a “democracia” cubana à “ditadura” americana. Ele (o camarada Jerónimo) afinal é livre, é maior de idade e neste país qualquer um pode dizer o que muito bem lhe apetecer, incluindo asneiras graves, anedotas picantes e acusações coloridas e divertidas. Não paga imposto e, pasme-se, não vai preso. Mas uma pergunta, uma singela e pequena pergunta ao camarada Jerónimo: se tudo em Cuba é maravilhoso, porque é que os cubanos querem fugir de lá?
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro