"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
19.8.06
Embargo e bloqueio
No café um amigo meu, leitor pelos vistos compulsivo deste modesto blogue, diz que a questão cubana não é simples nem muito menos rudimentar para ser tratada com a leviandade que um suposto post meu deixou no ar. O meu amigo, pessoa bem informada e formada e alguém por quem tenho admiração, utiliza como principal argumento o célebre bloqueio promovido pelos Estados Unidos, considerando os americanos como co-responsáveis por aquilo que ali se sucede. Quanto a ele, esta foi a nódoa que eu não podia nem devia apagar. Claro que discordo. E veementemente discordo porque a confusão lançada entre bloqueio e embargo é uma velha táctica da esquerda para lançar a confusão na opinião pública e nos incautos, ao mesmo tempo que serve de justificação abusiva e alargada para a decadência do regime cubano. Mas onde reside então esta confusão propositada? Reside numa absoluta mentira. Porquê? Porque não existe nenhum bloqueio. O que existe sim, é um embargo por parte de um país (a América) que prefere não manter nenhum relacionamento com um outro país (Cuba que em tempos ameaçou a sua segurança, plantando-lhe quase no quintal um arsenal de mísseis). É muito simples de se perceber isto: Cuba pode manter os seus relacionamentos institucionais, comerciais, políticos ou outros com quem muito bem lhe apetecer. Ninguém lhe faz mal absolutamente nenhum como diariamente se comprova, (pelo menos os mais atentos e que percebem como a táctica é facilmente desmontável diariamente nos jornais) com o Sr. Chavez da Venezuela ou com o Sr. Zapatero de Espanha. Espanha que, recorde-se, é das maiores injectoras de dinheiro na economia cubana. Por isso nada de confundir embargo com bloqueio.