Infelizmente para ti, não conseguiste refutar o argumento principal deste post que teve origem aqui. O que é um facto indesmentível é que os partidos que cumprirem a lei receberão mais dinheiro. Isto é, e se quisermos utilizar termos fortes e pesados, uma forma de proxenetismo político ao serviço dos senhores dos aparelhos partidários.
Quanto aos adjectivos que utilizas para me qualificar, aceito-os mesmo que com eles não concorde. Mas convém que tente esclarecer o seguinte: demagogia é geralmente uma forma de acção política que pretende agradar às massas populares e misoginia uma forma, declarada ou não, de horror às mulheres. Como muito bem sabes, e julgo que já o interiorizaste, nenhum dos adjectivos se enquadra aqui. Por dois motivos: é mais fácil, primeiro motivo, ser a favor da paridade (porque é mais popular) e misóginos, segundo motivo, são todos aqueles que tratam as mulheres com diferença, recusando-lhes a igualdade baseados numa qualquer motivação de arrogante superioridade.
Por fim, queria apenas dizer-te que temo um Estado omnipresente. É essa a razão principal de alguns dos posts que escrevo, tentativas vãs de denunciar algumas situações que entendo não se coadunarem com a liberdade em que acredito. É por isso que utilizo a blogosfera como espaço privilegiado de exposição de ideias, onde se pode divagar e até filosofar sobre aquilo que nos apetecer. Gosto demais da liberdade, da minha liberdade, para achar normal que o Estado actual, o nosso Estado, se ande a imiscuir em todos os assuntos públicos e privados, digam eles respeito ao indivíduo, às famílias, às empresas ou aos partidos políticos, como os posts a que te referes muito bem retractam. Sermos condescendentes com isto, mesmo que cada um de nós deseje e almeje uma sociedade melhor (e temos esse direito de sonhar, de desejar, de querer), é escancarar a porta para todos os males e fantasmas do mundo. A sociedade perfeita, ou o seu aperfeiçoamento se preferirmos, não se consegue, nem se persegue, obstinadamente, por decreto, mesmo que imbuídos da maior das boas vontades e intenções. A racionalidade burocrática e centralista do Estado, convertida numa espécie de totalitarismo onde há regras para tudo, é uma quimera perigosa. E com resultados geralmente desastrosos. Mas isso eu nem precisava de te dizer.