No mesmo café, a conversa acaba nos totalitarismos. Na contabilidade dos milhões de mortos há uma espécie de consenso absoluto: nenhum totalitarismo serve o ideal humano. Seja de esquerda, seja de direita. De esquerda ou de direita? Eis um paradoxo quase imperceptível: os totalitarismos são ditaduras de pensamento único. E ser-se de direita ou ser-se de esquerda, no plano da acção ou da teoria, pressupõe uma liberdade política que os totalitarismo não admitem. Logo, parece-me, estamos perante uma evidente incongruência. Para não dizer impossibilidade.