5.1.07

NOTÍCIAS da Madeira: um abraço aos amigos!

O NOTÍCIAS da Madeira encerrou. Lamento profundamente, mas como disse o Gonçalo, essa é notícia que não surpreende, porque sempre foi reconhecido que alguns dos seus accionistas nunca quiseram apostar seriamente num projecto de comunicação social. O seu investimento passou por outros objectivos, que não o de fazer notícias. Mas essa é uma questão que terá de ser vista por quem de direito e nos lugares próprios.
Mas lamento profundamente. Iniciei e terminei a minha breve aventura na comunicação social no NOTÍCIAS. Tendo uma matriz editorial que não se conjugava com as minhas referências, aprendi a gostar de ler o matutino, bem como outros órgãos de comunicação social mais populares. A voz do cidadão anónimo também é importante, aprendi. Na sua redacção, também aprendi algumas coisas sobre comunicação, nomeadamente a perder alguns tiques e preciosismos (pretensiosos, porque não?) intelectualóides. Aprendi a escrever para o José, a Maria, o António. E essa foi uma aprendizagem pessoal importante. Mas, perdoem-me os puristas, o que acima de tudo ganhei naquela redacção foi amigos. Muitos e bons e tenho que aqui fazer justiça a eles (entre actuais e antigos trabalhadores): o Miguel Torres Cunha, o Miguel Nóbrega, a Luísa Gonçalves, a Carmo Silva, a Sónia Franco, a Carla (Chavelha), a Yvette, a Lúcia, o Paulo, são alguns dos amigos que por lá fiz. Conheci gente fantástica, como o Duarte, o Márcio, a Patrícia, o Raúl, o Lopes, o Graça, o Filipe, a Marisa. São, por isso, motivos pessoais e egoístas que me fazem lamentar o encerramento do NOTÍCIAS. Mas também lamento, pelo facto deste ser o único órgão de comunicação social de cariz popular da Madeira e defendo hoje, como sempre defendi, que existe espaço na Região para um órgão desta natureza.

Partilho do post-scriptum do Gonçalo e espero voltar a ler brevemente textos dos jornalistas que agora ficaram desempregados, pois acho que todos eles têm qualidade para voltarem a afirmar-se. Espero que não se deixem abater e que insistam no sonho de dar notícias.

Um abraço solidário a todos vós!

PS – Permitam-me este PS, mas é a amizade que me move: Miguel, o virtuoso da fotografia e da condução és tu. Portanto, bora lá, que outros retratos te aguardam!

4 comentários:

MMV disse...

Apesar de ser de quem era o semanario, era mais um meio de informação que havia... devia haver mais... é uma grande perda... :(


é verdade um reparo... deviam colocar em todos os posts a opção de comentário...

Anónimo disse...

Pois é. Dá pena, mas a verdade é que se não vendia era difícil manter-se no mercado. Aliás, enquanto jornal diário ainda estava a crescer devagarinho, mas depois como semanário parece que foi um género de morte anunciada. Acho que os responsáveis pelo projecto jornalístico podiam ter feito mais. Havia gente com muito pouca qualidade, e textos como o dessa Carmo é que fizeram o notícias mergulhar no abismo. Também era bom que as chefes dessem mais o coiro, em vez de irem para o cabeleireiro na hora de expediente. Mas enfim, tá morto agora. Espero que todos se encaminhem.

Anónimo disse...

Não lamento nada o fecho do Noticias da Madeira. Aqui na Madeira temos falta de orgãos de comunicação que se preocupem mais em informar do que em fazer politica.
Das poucas vezes que comprei o Noticas, ficava chateado com o dinheiro que tinha gasto naquelo lixo jornalistico.
Não conhecia nenhuma das pessoas que lá trabalhavam (ou penso que não conhecia) mas como jornalistas deixam muito a desejar. Ali a deontologia profissional valia zero.
Quanto aos propriétarios do Noticias, conseguiram mostrar o que valem como gestores, mas desta vez sem o dinheiro de todos nós.
Pelo menos o pasquim Garajau, dos homens da Madeira Velha consegue ter lucros.

Anónimo disse...

Olá Sancho,

Como neste 'blog' só é possível participar nos teus 'posts' e nos do Magno, aproveito a oportunidade para falar sobre o Notícias da Madeira. Peço desculpa por usar este espaço para responder a outros articulistas desta página.

Em primeiro lugar, como já disse num programa de rádio em que se abordou este tema, quero deixar uma palavra de apoio e solidariedade aos camaradas jornalistas e outros profissionais daquela empresa que atravessam momentos difíceis.

O fim do NM surge num momento complicado para a comunicação social madeirense em que será muito difícil absorver cerca de uma dezena de jornalistas. Se juntarmos a este caso do NM a previsível redução de quadros do Jornal da Madeira - negada por Jardim, mas como é habitual nestes casos o que ele diz não se escreve... - o panorama fica negro. Para todos, inclusive para o Diário que se arrisca a ficar cada vez mais sozinho, com as consequências óbvias que a falta de concorrência origina em qualquer sector de actividade.
O NM fechou, provavelmente pela conjugação de três factores: política empresarial, política editorial e conjuntura do mercado.
No primeiro caso, esta terá sido a terceira morte do jornal, provocada por empresários sem grande preparação para esta área de negócio em que o retorno dos investimentos obriga a muita paciência. No mínimo cinco anos. Era bom alguém explicar a certos empresários que uma empresa de comunicação social não se gere como uma construtora, ou uma fábrica de sanitas.
Quanto à política editorial, o maior erro foi cometido pouco tempo depois do primeiro 'renascimento' do NM. Depois de na década de 90 ter sido um projecto para concorrer directamente com o Diário, destruído pro empresários sem preparação, regressou com o objectivo de ser um tablóide regional, com muitos 'casos do dia' e reportagens mais populares. Um nicho de mercado que, concordo com o Sancho, existe na Região e poderia ser a forma de sobrevivência do jornal. Estranhamente optou-se por mudar e seguir uma linha mais 'Jornal da Madeira', próxima do poder social-democrata. Se o NM já tinha o rótulo de 'jornal do Jaime Ramos', viu esse estigma agravado. A passagem a semanário não melhorou o panorama, uma vez que os leitores deste tipo de publicações são mais exigentes. Infelizmente o fim parecia traçado.
Finalmente, o mercado regional de comunicação social escrita é ingrato, uma vez que o Diário domina quase completamente e sem necessitar dos subsídios que erradamente (o termo é muito simpático) o presidente do GR sucessivamente refere nos seus (maus)escritos.
Se me é permitido apresentar receitas, acredito que, para sobreviver na Madeira, um novo jornal teria de estar totalmente afastado do poder político e dos 'seus' empresários.
A ideia de um semanário autonomista (o que é isso?) de 16 páginas, defendida por Alberto João Jardim, é uma asneira de todo o tamanho que só prova que ele não percebe, nem nunca percebeu, de comunicação social.

Um abraço

Jorge F. Sousa