Não tenho certeza de que Lisboa precise de um novo aeroporto, tenho dúvidas que este novo equipamento seja indispensável para Portugal e para o progresso nacional, não sei se existem alternativas adequadas à construção de uma infra-estrutura de raiz e estou céptico acerca da imperiosa necessidade da sua localização ser a preconizada pelo Governo. Ainda assim, admito toda a minha ignorância nestes assuntos e também não tenho paciência para ler os estudos produzidos. E, para ser mais sincero, estou me borrifando se é na Ota, Figo Maduro, ou nos jardins da Madre Teresa de Calcutá. Em todo este processo, o que me tem incomodado verdadeiramente é a teimosia prepotente do Governo e, muito mais grave, o facto do Ministro das Obras Públicas mentir com todos os dentes que tem na boca. Já não devia surpreender, eu sei, mas não posso deixar calar as mentiras descaradas e obscenas de um Ministro de Portugal. Como é que um Ministro pode afirmar não conhecer nenhum estudo sério que aponte fragilidades ao projecto, quando tem dentro da gaveta um documento elaborado pela Navegação Aérea de Portugal que coloca em causa algumas das suas premissas? Como é que um Ministro pode afirmar que todos os estudos são públicos, quando sabe que ocultou da opinião pública um documento menos favorável à sua decisão?
Já uma vez disse que este governo não é sério e já nem quer parecer, mas as mentiras do Ministro Mário Lino são miseráveis e têm superado todos os limites do razoável. Num país sério este homenzinho seria posto a andar no dia seguinte.
PS – Acho estranho que neste momento o debate esteja apenas centrado no estudo e não na mentira do governante. Também acho estranho que a retórica parlamentar - que deveria ser a garantia da elevação no debate político e não uma retórica estéril de branqueamento - impeça os partidos da oposição de utilizarem o verbo adequado ao comportamento do ministro: mentir!
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