O dia está frondoso.
Consigo ver através da minha janela a chuva. Em simultâneo oiço-a cair na terra.
Apetece agasalhar-me no refúgio de um tecto e contemplar a queda livre da água que vem do espaço. Cai como meteoritos. Só não dizima espécies, como aconteceu há milhões de anos. Eu não estava lá. Nem agora sei se estou cá. Apenas sinto que existo, mas não consigo medir o tamanho da minha dimensão face ao universo. Também não importa.
Imagino que a chuva já tenha feito estragos. Imagino que a esta hora, já existam danos colaterais nos sapatos de muitas mulheres. Talvez no cabelo. Talvez nas calças. Também não importa.
Há muito tempo que não chovia. Pelo menos assim.
Há muito tempo que não escrevia. Pelo menos assim. Acho que estive de férias. Acho que me assaltaram o cofre das letras. Quando parar de chover, vou iniciar a busca. Se entretanto, alguém encontrar palavras entre os destroços da água, avise.
Podem ser minhas.
3 comentários:
Gostei de "o cofre das letras" :)
Suponho que com estas inundações não lhe falte trabalho e que o cofre do espírito crítico não tenha sido roubado!
gostei de ler.te
...importa....sempre
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