20.4.08

Porque a luta contra o Estado Novo não foi feita apenas por homens I

Catarina Eufémia

Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p'ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p'ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar

Zeca Afonso, Cantar Alentejano

1 comentário:

amsf disse...

A Ponta do Sol também teve a sua Catarina Eufémia numa luta pela defesa da água!