A candidatura de Paulo Rangel parece-me uma notícia razoável para o PSD. Mas se Aguiar Branco insistir em avançar, o partido será entregue a Pedro Passos Coelho.
Dito isto, continuo a acreditar que o problema do PSD não é de liderança. É de espaço político, ou antes, de falta dele. Neste momento, o partido não tem grande espaço de afirmação e de intervenção na sociedade portuguesa. Em termos programaticos, pouco o separa do PS, que ocupa todo o centro. À direita, o (justo) crescimento e a solidez do CDS-PP cortaram um dos caminhos de fuga.
O centro-direita português (e o PSD) só tem uma real hipótese de sobrevivência política a médio/longo prazo: constituir-se num grande e único bloco que agrupe o PSD e o CDS-PP.
O problema do PSD e da direita moderada não é de liderança. Paulo Rangel será, neste momento, uma espécie de "aspirina" que acalmará o mal. Poderá até, num caso extremo (e desejável), chegar ao poder. Mas a derrota de Sócrates e a subida do PSD (mesmo que coligado com o CDS-PP) não resolverá o drama, ou seja, não constituirá, por si, um verdadeiro projecto de transformação da sociedade portuguesa. É isso que urge fazer.
À direita, só a fusão entre PSD e CDS, criando um bloco capaz de mobilizar sectores importantes das esferas social, económica e cultural portuguesas será capaz de levar a cabo o desiderato.
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