O Festival Internacional de Cinema do Funchal tem o mérito de fazer com que, durante quase duas semanas, se fale de cinema, se veja cinema, se viva cinema.
Concentrando as actividades na Sala de Espectáculos do Teatro, no Café do Teatro e no Auditório do Jardim Municipal e aliando a 7ª a outras artes como a música, contribuirá para criar momentos únicos na baixa da cidade.
Trará, até ao Funchal, bons filmes, entre os quais se destaca, logo na sessão de abertura, "In To The Blue", película que muitos críticos apontam como forte candidata a finalista na corrida ao Óscar para o melhor filme estrangeiro.
Apostará na cinematografia espanhola, através da "Festa do Cinema Espanhol", projectando algumas obras clássicas do cinema de "nuestros hermanos".
No espaço Animarte, destinado a um público jovem, apresentará filmes como "A Floresta Mágica", primeira película de animação a 3D feita na Europa, pela produtora galega Dygra Films, como "Dragon Hill", de Ángel Izquierdo, ou "El Cid", fitas premiadas com os prémios Goya para os melhores filmes espanhóis de animação, respectivamente em 2003 e 2004. Ou como "Back To Gaya", escrito pelos argumentistas de "Bug's Live" e "Hércules".
Finalmente homenageará Cunha Telles, um dos mais importantes produtores (e realizadores) portugueses, nascido na Madeira. Uma figura relevante. Como o são Virgílio Pereira, o actor. Ou José Maria da Silva, o entusiasta, fundador do Cine Fórum do Funchal e homem de cultura. Creio, contudo, que nas próximas edições estes nomes estarão, seguramente, entre os homenageados pela organização.
Não se pode esperar é que de um momento para outro o Funchal se transforme numa espécie de Hollywood a meio do Atlântico. Que Brad Pit, Tom Cruise, De Niro, Di Caprio, Angelina, Mônica ou outros desembarquem no Aeroporto da Madeira de mala às costas. É perfeitamente patético pensar que isso poderia acontecer. É não ter sequer a noção da nossa realidade.
O Festival Internacional de Cinema do Funchal estrear-se-á este ano. Certamente, as próximas edições serão maiores. Mas há que ter a noção das coisas. Para já, é importante que se fale de cinema, que se veja cinema e que se viva o cinema. E se isso acontecer, estaremos já perante um sucesso.
Post-Scriptum: A programação completa do evento que, como já foi anunciado, decorrerá entre 5 e 13 de Novembro, já está disponível nos sítios do Funchal 500 Anos e do Festival. A consultar.