Porque não há verdadeiramente assuntos políticos de interesse, e porque ninguém consegue verdadeiramente dar luta a José Sócrates, que se passeia aonde quer que vá, aqui vão mais alguns “pecados” linguísticos escutados e lidos frequentemente.
Ouvi numa rádio regional que a ExpoMadeira 2006 registou uma boa "aderência” de pessoas. Se foram todas de ténis para a mostra até acredito que a "aderência" ao solo tenha sido boa. Mas se não foram todas assim calçadas, como se presume, então o que houve foi uma boa "adesão". Que coisa difícil!
Depois, igualmente via rádio, ouvi que se iria proceder à "restauração" de uma chaminé de uma antiga fábrica de conservas. Se bem entendi, e se bem os ouvintes entenderam, o que se irá fazer ali é um restaurante, ou estabelecimento similar. A verdade é que não é nada disto que se vai fazer. O que o ignorante locutor queria dizer era que se irá proceder ao "restauro" da chaminé, isto é, à sua conservação.
Outro caso mais que até já dói nos ouvidos, nos meus pelo menos. "Ir ao encontro de" é o oposto, mesmo o oposto, de "ir de encontro a". Quem vai ao encontro da opinião de outro, está, no plano das ideias, de comum acordo, isto é, partilha da mesma opinião. Agora, quem vai de encontro à opinião de outro está, claramente, em desacordo, em oposição. O mesmo se passa no plano físico. Ir ao encontro de uma pessoa é, de facto, acompanhá-la, ir para perto dela. Ir de encontro a uma pessoa será, de facto, chocar com ela, como com frequência acontece nas ruas.
Isto são subtilezas e preciosismos, são sim senhor. Contudo, espanto-me em verificar que tantos "sábios", que dominam este universo e o outro e que ainda por cima os temos que ouvir e ler todos os dias, não sejam capazes de dominar as simples regras da sintaxe e da semântica na língua em que falam e escrevem.
PS: O próximo exercício, fica prometido, será “pegar” nos jornais regionais e mostrar, com evidências, que alguns jornalistas (não espero poucos!) terão que voltar à escola.
6 comentários:
nao ha puta que se veja
www.priberam.pt
Este magno é um fenómeno. Já agora gostaria de sugerir que começasse pelo ilustre presidente da edilidade porto-santense.
Se calhar abandonáste o jornalismo. Não estavas à altura.
Correcção: "se calhar por isso abandonáste o jornalismo. Não estavas à altura".
Magno e que tal ensinares o teu presidente da CMPS a escrever? Se ele passasse menos tempo a meter na pança e mais tempo a ler era bem melhor. Fiquei envergonhado uma vez num almoço buffet, onde esse senhor esteve presente. Repetiu o prato cinco vezes, e ainda queria que um jornalista se voluntariasse para ir buscar um pouco mais para o prato do alarve....
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