17.7.06

Não lhe passam a bola

O Dr. Borges, uma curiosa personagem do mundo da alta finança, anda ligeiramente irritado com o Dr. Mendes, líder do PSD. Diz o Dr. Borges no Expresso desta semana que se ofereceu (não solitariamente) para ajudar o PSD a reformar o seu programa, mas que o Dr. Mendes nunca o chamou, colocando o mesmo nas mãos de gente pouco credível, (com a honrosa excepção do Dr. Balsemão, ressalvou ele). O Dr. Borges é algo caricato e um caso evidente de fabrico mediático: não se lhe conhece nenhum percurso político de relevo, mas arroga-se profundo conhecedor de tudo e mais alguma coisa, nomeadamente do Estado português o que lhe parece prometer, julga ele, um futuro algures como primeiro-ministro.
Reconheço que jamais votaria no Dr. Borges. E por duas razões muito simples: o Dr. Borges não é um político, é um mero técnico que alegadamente percebe de finanças e seus derivados (primeira razão) e porque o Dr. Borges representa (ou é o testa de ferro) um grupo de gente que não se quer reformar da política e que passa a vida a emperrar e a prejudicar as lideranças do PSD (segunda razão). Não sei porque se perde tempo a dar espaço a gente com pouca importância. Julgo que o Verão propicia este tipo de comportamento e dá azo a estas notícias. Mas é chegada a altura de colocar travão neste senhor: se quer assim tanto mandar, que se candidate. Não se refugie atrás de uma moção. Dê a cara. Apresente uma equipa. Vá a votos. É o mínimo que se pode exigir. Se quer legitmidade, conquiste-a.