25.7.06

Jornais e revistas? No Verão não


Há vários Verões que já tinha chegado à conclusão de que não vale a pena gastar um cêntimo em jornais e revistas portuguesas. Mesmo com esforço, pois quando se gastam uns trocos vem essa estúpida “obrigação” de ter que ler, não se encontra rigorosamente nada de interessante. Tirando, claro está, o país a arder, a maluqueira dos raios ultra-violeta e, por acaso conjuntural, a guerra de Israel contra o medieval mundo árabe.

Não havendo assunto, vêm, pois, as coisas óbvias. E então são capas e capas de publicações supostamente idóneas com manchetes absurdas. São “os novos destinos de férias dos portugueses”, a maioria de praias e rochedos perdidos, “os dez melhores restaurantes do país”, quase todos presunçosos e inexplicavelmente caríssimos, “férias com crianças”, que explicam como não as deixar berrar em todos os sítios, ou ainda, para cúmulo, “como fazer férias sem gastar um tostão”.

Seguem-se os bons conselhos que até devem ofender quem os lê. “No Verão coma melão” ou “na praia, não se esqueça, beba muitos líquidos”. Para condimentar tudo isto há sempre a biografia das extravagâncias de meia dúzia de nobres que nunca trabalharam e que, até afirmam com altivez, nunca usaram ténis.

Ao menos as revistas “cor-de-rosa”, não que sirva de consolo, mantêm o seu habitual “nível” editorial, e por vezes até o elevam, mostrando fotos raras de mulheres interessantes por fora.

É por isto que, vão por mim, jornais e revistas no Verão não.

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