7.6.07

A convenção

A malta do Dr. Louçã, uma organização paranormal, insurgiu-se contra a pouca atenção dada pelos órgãos de comunicação social públicos à sua convenção.

Na realidade, praticamente não dei pelo acontecimento que agora se diz ter tido pouca cobertura. Sorte a minha. A poluição sonora e visual é coisa perigosa que convém manter afastada, aliás como qualquer livro do Chomsky ou música do Marco Paulo.

A malta do Dr. Louçã, que aparentemente teve, desta vez, alguma oposição interna, julga que o Bloco merecia pelo menos tratamento similar ao movimento do Largo do Caldas, igualmente conhecido pela sua redonda circularidade, perdoe-se a dupla redundância.

A bem dizer, ao que consta, os directos foram praticamente inexistentes e os discursos, embora sempre iguais e sem grandes atractivos, porventura mereceriam outro tratamento.

Eu não digo que a malta do Dr. Louçã não tenha razão. Mas felizmente não sou capaz de perder cinco minutos num fim-de-semana a ouvir delírios, poesia lírica, música multicultural e discursos polvilhados de dinamismo gramatical, capazes de juntar muitos adjectivos a ideias balofas e sem grande sentido. Ainda se fosse para ouvir a Dra. Joana Amaral Dias a discursar. Aí tudo bem, porque valeria de certeza o esforço. E se fosse por uma questão de poupar uns trocos na transmissão, a coisa até podia ser sem som. Ninguém se importava.