A qualidade de vida não reside só nas grandes urbes, que concentram, congestionam e desperdiçam recursos, e são mais caras para os contribuintes, os que lá vivem e os outros. Um caso flagrante é o da rede de serviços públicos (educação, saúde, justiça, segurança, correios, etc.). A sua racionalização acaba por beneficiar os maiores centros urbanos, por razões ditas de sinergia e economia. Ora, há outros valores acima da economia. Há as pessoas e há a história. Há, pois, deveres do Estado. Há o dever de salvar as pequenas terras. Com escolas, por exemplo. Em vez de as fechar e levar crianças para fora, é fazer o contrário, é trazer crianças para dentro. E há o dever de apoiar as cidades médias. Por exemplo, com núcleos de excelência, como laboratórios, maternidades, institutos. Em vez de os retirar de lá, é fazer o contrário, é deslocá-los das grandes cidades para lá. Há o dever de não embarcar em ondas centrípetas, próprias do mercado e da sua “mão invisível”. O que se vê, porém, é o Estado centralizador a cavalgar na crista dessas ondas, uma das quais, uma das piores, é o despovoamento. E não me digam, parafraseando Eça, que a economia é tudo, tudo o resto é nada…
Miguel Cadilhe, EXPRESSO, 2 de Junho 2007
Uma vez mais Miguel Cadilhe acerta na mouche. Não venham os ministros e o bacharel Sócrates gritarem que o fecho de maternidades, de escolas, dos postos de correios, de tribunais, tem como objectivo qualificar o serviço prestado. A finalidade é apenas uma: cortar nas despesas, sem qualquer visão estratégica. Felizmente, começam a ser os economistas os primeiros a abrirem os olhos para esta fraude que responde pelo nome de José Sócrates. E a denúncia começa a fazer-se ouvir. A bem de todos nós!
PS - A guardazinha avançada do sr. PM é sempre bem-vinda. Estejam à vontade para, anonimamente (ou não!), arrotarem a vossa postazinha de pescada. Afinal, todos temos esse direito!
9 comentários:
Sancho, estás continuamente a atacar o homem de forma muito pouco fundamentada. Só porque sim..., nê?Utilizas termos meramente prejurativos, de muito mau nível. Ex. ''o bacharel Sócrates ''.
Totalmente desprezível e dispensável!
Cláudio T.
ai ai eu ando a ficar cega!! tirem destes filme. Sancho, eu concordo contigo, mesmo com os teus "termos meramente prejurativo" digo pejorativos ; )))
Todos estamos sujeitos ao engano!!!
Onde estava o claudio 'o virtuoso' torres aquando daquela pouca vergonha do blogue 'estamos preparados'?
Cláudio, desde quando tratar alguém por bacharel, alguém que - pasme-se - apenas tem esse grau académico, se tornou pejorativo?
Quanto à fundamentação, chiça abra os olhos e esteja atento à realidade que o cerca! Devia bastar para fundamentar a pouca vergonha que é o governo dele.
Cara Nefertiri, todos erramos, mesmo, os que de forma presunçosa apenas têm olhos para os erros dos outros. Não é verdade? Ou ‘’tirem destes filme’’ não lhe diz nada?
Oh Sancho, não te faças de desentendido. O teu texto faz uma abordagem claramente com um sentido pejorativo. Mas, tudo isto é insignificante…
Para mais, foste tocar num assunto, controlo da despesa pública, onde este executivo tem dado de boa conta. Não é uma opinião minha, são os números das auditorias provenientes das mais diversas entidades públicas e independentes que quase diariamente vêm divulgando.
Ou o melhor era mesmo continuar tudo na mesma?
Nota: quanto ao comentário do anónimo (2:49), eu na devida altura mostrei o meu desagrado aos textos que faz referência. Eram totalmente desadequados.
Cumprimentos a todos.
C.T.
mas cláudio, desculpe-me, foi realmente sem intenção... pois como viu eu tb enganei-me!
cumprimentos
Sancho,
Não discordo que o desenvolvimento regional é uma prioridade mas já quando ouvi Miguel Cadilhe no Prós e Contras falar de levar as crianças para dentro pareceu-me bonito mas algo utópico. Isto faz-se como? Leva-se das cidades para o interior? Oferece-se alojamento? Isto de manter escolas com menos de 10 alunos, convenhamos, não beneficia ninguém, nem os próprios.
Que não há estratégia, certo. Que se pensa nos custos, certo. Mas deixemos de fazer certos discursos utópicos. Esta é a história da galinha e do ovo, ou seja, a desertificação dá-se porque os serviços desaparecem ou os serviços desaparecem porque a população sai. A questão dos laboratórios, por exemplo, tavas disposto a que te colocassem num local remoto? Eu não estaria. Haverá mão de obra qualificada interessada nisso? São tudo questões que não cabem no bonito discurso de Miguel Cadilhe.
Cumprimentos,
Óh Cláudio, mas a questão é exactamente essa: nenhuma das medidas deste governo tem como objectivo a melhoria do serviço prestado, mas tão-só cortar na despesa. É esse o alerta de Miguel Cadilhe, que subscrevo.
Quanto à tua questão, é pura retórica. Porque se me perguntas se vale a pena manter escolas abertas com 14 alunos, em aldeolas distantes, ou maternidades onde não existem alternativas num raio de 100 km, para mim a resposta é clara: sim. Porque, como eu tenho dito inúmeras vezes, a política não deve ser feita de calculadora na mão. Isso é economia, que é outra estória.
Cumprimentos
Desativei o Madeiracomenta e criei
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