Nem depois dos milhões investidos em novos estabelecimentos de ensino, a região ultrapassa os baixos índices de escolaridade do país.
Na minha sincera opinião, a culpa é sistema. Caso contrário, tenho de admitir que as escolas estão vazias de bons alunos, e cheias de maus professores.
Como não acredito que a raiz do mal é apenas dos professores e dos alunos, interessa os pormenores.
Um deles é a classe docente.
Metades dos nossos professores (cerca de 3 mil) são do continente. Como não conseguem trabalho perto de casa, aventuram-se nas ilhas. Quer isto dizer que, a Madeira fica com as sobras do Ministério da Educação, salvo honrosas excepções. Os melhores docentes, os que obtêm boas notas nos respectivos cursos, conseguem colocação no continente. São cada vez menos, é certo, mas os bons, ainda acedem ao sistema. Aos outros resta o desemprego.
Há 10 anos, quando deixei Lisboa, era assim. Para meu espanto, uma década depois, continuam a chegar professores à Madeira.
O segundo pormenor é as baixas competências dos alunos madeirenses.
Uma boa parte são filhos de pais analfabetos ou com pouca escola. Todos sabemos, ou pelo menos a tutela deveria saber, que numa casa onde não existem livros e apoio à educação, é mais difícil o processo de ensino. As dificuldades de aprendizagem reflectem-se nas avaliações. Compete ao sistema corrigir esta grave lacuna. Ou será que a solução tem outro nome: - tempo, por exemplo.