19.12.07

Giuditta Russo

Giuditta Russo, uma italiana, foi advogada durante dez anos. Ao longo deste tempo, ganhou todos os processos que defendeu, qualquer coisa como 250, notabilizando-se como uma causídica de sucesso.

O feito é notável. Verdadeiramente notável. E ainda mais notável é se soubermos, como acrescento, que a boa da Giuditta Russo nunca frequentou sequer a Universidade de Direito e viveu, todo este período, numa bem montada farsa, ocultando as suas reais habilitações e fazendo-se passar por algo que não era. Ela própria, há pouco tempo, assim o confessou, farta que estava do embuste e perante a dificuldade de um processo mais complexo.

Agora, Giuditta Russo, enfrenta a justiça italiana e o seu próprio julgamento. Tem como atenuantes o facto de ter mostrado arrependimento e de ter confessado o crime, o que por si só não lhe deve valer de muito. Nos entrementes, Giuditta já fez o que qualquer um faria: escreveu uma autobiografia sobre o seu caso específico, um sucesso de vendas em Itália, e vendeu a sua história para argumento de filme, uma consequência lógica para histórias tão inverosímeis, mas que eu espero que tenha como protagonista central a Monica Belucci, uma excelente actriz.

Nós por cá ficamos a aguardar que outros tenham atrevimentos semelhantes e que o confessem humildemente em público, ao mesmo tempo que anunciam uma megaprodução cinematográfica.

Agora, assim de repente, um político a desempenhar um cargo importante já dava para animar a malta nesta quadra natalícia, marcada pela falta de dinheiro e algum desespero. A Monica Belucci, como é natural, não servia para o papel, mas o Joaquim de Almeida assentava que nem uma luva no mesmo. Afinal, ele tem andado bem longe dos portugueses, vive num outro mundo, tem um ar feroz, é bem parecido e fala bastante bem inglês.