Lamento os despedimentos que ocorreram no Diário de Notícias da Madeira. Lamento porque por detrás dos números há dramas pessoais e acho que todos temos o direito à realização pessoal e profissional; lamento porque conheço algumas das pessoas e reconheço as suas qualidades pessoais e profissionais; lamento porque alguns dos agora desempregados são profissionais que me habituei a respeitar e em quem, como seu leitor, tenho vindo a confiar há já alguns anos.
Posto isto, partilho da visão do Nélio de Sousa no que toca aos motivos evocados para estes despedimentos. O Diário de Notícia das Madeira sempre foi um jornal “arregimentado” e todos sabemos que os choques com o governo regional mais não são do que “arrufos de namorados”. E por isso, nunca o Diário foi prejudicado relativamente à publicidade institucional. Para já não falar nas cachas que era/são dadas ao Diário por todos os governantes madeirenses, mesmo ao mais alto nível, bem como pelos empresários.
Assim sendo, tenho algumas dúvidas que as quebras de receitas advenham de uma alegada concorrência desleal por parte do Jornal da Madeira. Porque a verdade é que o Diário de Notícias de hoje não é o mesmo de há 10 anos. E acho que a empresa deverá reflectir muito bem a cerca do futuro da publicação. Porque apesar de ter sido sempre um jornal de regime, isso nunca impediu que a informação fosse isenta, rigorosa e de qualidade. E talvez seja exactamente a qualidade editorial (ou a falta dela) que leva o Diário perder leitores (e estará a perder?!).
Por outro lado, indigna-me profundamente que uns palhaços se aproveitem desta situação para fazer a política mais rasteira e imbecil, atribuindo estes despedimentos ao governo regional da Madeira, por financiar um órgão de comunicação social concorrente. Conforme tenho visto, alguns destes energúmenos colocam o ar mais choroso e lamentam os despedimentos, como se estivessem realmente preocupados com as pessoas. Daqui a nada estarei mesmo a vê-los a pedir uns apoios para a empresa. Mas não tiveram/têm o mínimo pejo em exigir os despedimentos de algumas dezenas de funcionários do Jornal da Madeira, caso este encerre, conforme defendem. Então, só incomoda se os despedidos forem do Diário de Notícias, porque se forem do Jornal não há problema, é?!
Conforme dizia a minha avó, vão mais é ser hipócritas lá para o raio-que-os-parta!
3 comentários:
Apesar de nao conhecer pessoalmente, tenho uma grande admiracao pela Rosario Martins, para mim a melhor jornalista do DN. A situacao nao esta facil, e o DN gastou rios de dinheiro em mudancas e projectos digitais que se revelaram uma nodoa. E para jornal regional, o DN tinha demasiados jornalistas. Agora os acomodados que trabalhem mais e os que perderam emprego terao de se fazer a vida. As vezes ha dramas que ate atrazem coisas melhores. Boa sorte a todos.
É natural que, atendendo à "crise" que serve para tudo e alguma coisa, a Empresa DN aproveite para limpar os chamados "quadros de duplo emprego". Não desejável, mas natural.
No entanto, o que me custa verificar é que se continuar a pagar faraónicamente a certos e determinados elementos de topo (veículo incluído) e se liberte para a praça do desemprego valores excelentes como a Rosário, o Saturnino, entre outros.
Da mesma forma que não se explica que a receita do DN nestes últimos anos tenha estabilizado (não subiu é verdade, mas também a perca percentual é ínfima), e as despesas tenham subido 30%...
Se há concorrência desleal? Há. É justificativa? Não é.
Nunca vi tanto parolo junto a escrever sobre merdas que desconhece. Nada de espantoso em blogues do PSD
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