24.1.10

Uma condecoração

O Dr. Santana Lopes foi recentemente condecorado pelo PR em virtude do trabalho realizado pelo país. Claro está, que logo o mundo se ergueu contra tão vil reconhecimento porque o Dr. Santana não passa de um político medíocre que foi, no dizer dos entendidos, o pior primeiro-ministro de Portugal em 35 anos de democracia.

Lamento que seis meses de mandato sirvam para tudo, até para o ridículo costumeiro vindo nas vozes e nas palavras dos que simplesmente odeiam o Dr. Santana, mais por inveja, julgo eu, do que por outro motivo qualquer.

O Dr. Santana não foi feliz no seu mandato porque, como todos muito bem se recordam, houve contingências estranhas e uma campanha política indecente orquestrada por pessoal importante que o colocou na rua em nome de interesses dúbios e de justificações pouco transparentes. É por isso que ainda hoje sinto que ele foi uma marioneta nas mãos de gente poderosa que, com indecorosa conivência, decidiu mudar radicalmente o tabuleiro político português.

Sou, talvez, dos poucos que ainda reconhece ao Dr. Santana valor político e uma série de qualidades: é um político autêntico que mostra sempre o que é, que nunca se esconde de nada e que luta abnegadamente pelas coisas em que acredita. Se notarem bem, tudo isto são pormenores em vias de extinção pública e política, num momento em que na nossa sociedade há uma especial apetência pelo plástico imaculado da aparência.

No deve e no haver, o respeito pelo Dr. Santana devia ser, no mínimo, uma obrigação. Mas de um país de ingratos, não se deve esperar grande coisa. Nem sequer um mínimo de decência ou um mínimo de consideração.