É bom não desdenhar do poder de marcação da agenda política do PS tal como é bom não desdenhar da ocupação do aparelho de Estado (o ideológico e o repressivo, como nos diria Althusser) por parte deste mesmo PS. É por isso precisa calma e extremo cuidado porque o Dr. Soares deseja avidamente a presidência e não vai olhar a meios, qual Maquiavel, para atingir os fins, recorrendo aos golpes palacianos indispensáveis e necessários.
Não é de estranhar assim que, de repente, surjam no espaço público os temas que o Dr. Soares, e a esquerda patética que o acompanha, adora para provocar fricções e divisões na sociedade portuguesa. De preferência, aquele género de questão de índole maniqueísta que divide a sociedade portuguesa, e os portugueses, em “bons” e “maus”, em “nós” e “eles”, em "certos" e "errados", em "esquerda" e "direita". O aborto é só o primeiro exemplo. Triste sina, a nossa, porque a procissão ainda vai no adro.