Não gosto de Manuel Maria Carrilho, não pelo que fez, mas pelo seu estilo e modos. É arrogante, altivo, vaidoso, sonso, inflexível e enfatuado. Estas “qualidades” todos lhe apontam, em maior ou menor dose. Todavia, isto não me impede de ver as coisas com clareza.
Sucede que Carrilho, depois de ter perdido as eleições para a Câmara de Lisboa, resolveu pôr em livro um rol de justificações que, na sua opinião, foram a causa da sua derrota. Aliás, este é um exercício de catarse pós-eleitoral comum nos EUA, como foi o exemplo de Al Gore, mas estranho em Portugal. Só por isso já não é mau.
Somando tudo, até o que ele se esqueceu de escrever no livro, Manuel Maria Carrilho foi, de facto, muito maltratado pela comunicação social, que o “cozinhou” todos os dias com aspectos exteriores ao seu progaminha político, o qual, no que me lembro, não era sequer inferior ao de Carmona Rodrigues, este último endeusado ainda não sei por que méritos.
Mas o que é que esta “estória” revela na verdade? Revela que um indivíduo está totalmente nas mãos da comunicação social, coisa que já sabia, embora nunca a tivesse visto tão abusada.
Carrilho, por erro táctico, meteu-se de facto com as pessoas erradas. Não foi só vídeo da mulher e do pequeno (coisa normal noutros países, sobretudo para quem não tem uma mulher feia), nem o “aperto de mão” passado até à exaustão que o atolaram. Foi não ter percebido a tempo que na política portuguesa a “impressão” que se tem de alguém vale bem mais do que a acção. Em síntese, não é aconselhável fazer ondas. Sorriso pronto, modos simples, bailaricos, lugares-cumuns, ideias vagas e frases começadas por “não só mas também” chegam para ganhar uma eleição.
Ainda assim, fica dito, eu não votaria nele.
1 comentário:
Até que enfim escreves algo em condições, depois de tanta baboseira e prosas de baixo nível. Vê lá se consegues manter...
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