31.7.07

O decote

Nas terras do tio Sam, um decote tem levantado celeuma anormal. E passo a explicar: alegadamente, a senhora Clinton apresentou-se numa sessão do congresso com um decote demasiado insinuante, facto que não passou despercebido e que já deu azo a alguma especulação. Alguns, os mais puritanos, entenderam ser uma pouca-vergonha; outros, os mais libertinos, uma demonstração inequívoca da sua sensualidade, feminidade e sexualidade (não tenho culpa das coisas rimarem). Eu nada tenho contra decotes desde que não sejam excessivamente descaídos nem brutalmente subidos. Um decote pode ser generoso e/ou sedutor, mas esconde sempre, e se for mesmo um bom decote, o essencial. Desconfio porém que o mesmo esteja a ser utilizado para desviar as atenções da falta de ideias políticas da candidata à nomeação democrata. E que esta história tenha um desfecho semelhante à história do marido da referida senhora, que depois de oito anos na presidência ficou mais conhecido por ter contratado uma estagiária que não lavava os vestidos do que pelas reformas ou ideias políticas que implantou ou promoveu na América.