Terminou a odisseia dos Lobos em França. Da forma que era previsível: com quatro derrotas.
Ontem, confesso, estava à espera de mais qualquer coisa. Podíamos ter vencido a Roménia, equipa que só nos é superior fisicamente.
De qualquer maneira, a derrota não ofusca a boa participação portuguesa no campeonato. A selecção foi uma equipa digna, combativa, alegre, corajosa. Tentou, em todas as circunstâncias, discutir o jogo pelo jogo, mesmo enfrentando adversários de outra galáxia (Nova Zelândia) ou de dimensão incomparávelmente superior (Escócia ou Itália). Os "Lobos" conseguiram, sobretudo, fazer com que o país olhasse para um desporto absolutamente fantástico que a paixão pelo futebol ofusca (como a todos os outros, de resto).
Espero que a partir daqui nada seja igual no Rugby português. Os primeiros números são animadores: este ano, milhares de miúdos inscreveram-se nos diferentes clubes do país para practicar a modalidade. Só o Belenenses recebeu mais de 100 novas inscrições.
A Federação conquistou patrocinadores tão importantes como a maior cervejeira portuguesa (title sponsor do próximo Campeonato Nacional), a Peugeot, a CGD (que se empenhou em comunicar o apoio à selecção), entre muitos outros.
Os primeiros jogos do Nacional terão, com toda a certeza, muito mais gente a ver. Tal como os próximos compromissos dos "Lobos".
Esperemos é que isto não se transforme num "amor de Verão", bonito, intenso, mas tão passageiro como o sol quente de Agosto. É agora necessário canalizar todo este apoio, toda esta energia, para a consolidação do número de practicantes e de equipas e para o aumento do público, mantendo sempre o interesse das televisões, verdadeiras "catalizadoras das massas" na modalidade. Para isso, são necessárias estratégias desportivas (que incluem formação de mais e melhores técnicos, árbitros e agentes desportivos) e de marketing correctas. Esperemos que a Federação as tenha. Se as tiver, pode ser que no próximo Mundial voltemos a estar presentes. E desta vez, para ganhar um jogo!