27.9.07

Casar a prazo e, talvez, viver e pronto

Uma das ideias mais atraentes que ouvi nos últimos tempos partiu de uma senhora de nome Gabriele Pauli, excelentíssima presidente da Câmara de Fuerth, na Alemanha. A senhora veio propor que os casamentos deviam ter um prazo de validade de sete anos renováveis por mútuo consentimento das partes. Convenhamos que a ideia é original e que por isso provocou enorme celeuma junto de alguns sectores mais tradicionais e conservadores. Eu sou um liberal e não vejo grande problema com o assunto. Já cheguei a um ponto onde não me espantaria ver um tipo do Bloco a querer casar com um pé de milho, por exemplo. A ideia merece por isso ser comentada. Num tempo de grande egoísmo, onde tudo gira à volta do umbigo, facilitar a vida ao pessoal parece ser sempre uma ideia pertinente que acrescenta mais-valia. Só penso que casar a prazo, deve também pressupor alguma vivência a pronto: porque não casamentos de uma semana, de dois meses, de três horas, em part-time (podendo assim garantir vários casamentos) ou mesmo em regime precário? E já agora, que a quebra de contrato seja apenas permitida em caso de subida precipitada das taxas de juro ou pelo não cumprimento sistemático do horário de trabalho. Desde que não se chame Simão Tibério e seja dono de qualquer coisa, deve ser razão mais que suficiente para mudar de situação. Imediatamente. E com retroactivos.