27.11.07

O novo fascismo

A fúria fascista anda à solta. Para que dúvidas se dissipem e mais opiniões se formem, o ideal mesmo é ler o artigo de Helena Matos de ontem no Público, os artigos de António Barreto e de Pulido Valente no Público de Domingo e o artigo de João Pereira Coutinho na Folha de São Paulo Online. Não duvido dos tempos perigosos que aí vêm. A impetuosidade legislativa que nos quer normalizar e tornar 100% higiénicos trará consequências muito para além do simples alimento ou do vício. O Estado que nos quer colocar a viver até aos 150 anos, o mesmo Estado que depois não tem dinheiro para pagar a nossa reforma, substitui-se assim à nossa vontade e à nossa capacidade de decidir. Quando deixamos isso acontecer, quando deixamos o Estado interferir na nossa vida íntima e nas coisas que são do nosso foro pessoal, merecemos o Estado que temos, incluindo, no pacote, o primeiro-ministro que se passeia a correr em inestéticos calções e o presidente da Comissão Europeia que ainda não regressou ao pântano. No fundo, aceitar tudo isto de ânimo leve e como se nada disto verdadeiramente nos afectasse, é o sinal inequívoco, não apenas dos novos e perigosos tempos, como também da nossa imbecilidade.