26.2.08

Não estou de luto pela Educação

Há pelo menos três décadas que os professores vivem alheados da Educação que verdadeiramente se pratica na Europa. Faziam de conta que eram avaliados. Chegavam todos sem o menor esforço ao topo da carreira (caso único, mesmo único, na administração pública europeia). Não respondiam, na prática, a qualquer chefia. Nunca quiseram partilhar decisões relevantes, nem com autarquias, nem com privados, nem com pais, de quem até desconfiavam.

E mais. As suas competências não eram questionadas e jamais foram associadas aos resultados escolares dos alunos, e vice-versa. Nunca se preocuparam com a proliferação das Escolas Superiores de Educação (há quase uma por aldeia em Portugal) que debitaram no sistema educativo milhares de comprovados imbecis. Estiveram, e estão, capturados e disseminados por mil e um sindicatos, situação que não tem paralelo em nenhuma classe profissional dita “altamente qualificada” do nosso país.

Um país atrasado, pouco qualificado, sem indústria, sem tecnologia, sem design, com baixos indicadores económicos, com péssimos resultados escolares comparativos em termos europeus (sobretudo nas ciências exactas, conforme os relatórios PISA) é coisa que não preocupa os professores e é coisa sobre a qual também parecem não ter a menor culpa.

Para quem viu o último “Prós e Contras” dedicado à Educação, e para quem, como eu, já perdeu a paciência para o senso comum e para a “sociologia de bolso” dos professores, a única coisa que lhes recomendo, à falta de melhor, é que leiam “O Diário de Sebastião da Gama”, ilustre professor dos anos 50 que muitas lições ainda nos dá.

Razões tenho eu agora para não estar de luto pela educação. Pois, apesar da atabalhoação, do Ministério da Educação começam finalmente a chegar ideias razoáveis.

2 comentários:

amsf disse...

Às vezes, em relação a este assunto, a minha opinião apróxima-se da sua no entanto recupero o equilíbrio suficiente para perceber que alguma razão terão os professores...Como em tudo nem 7 nem 77. O que me faz impressão é que neste país falar de educação não é falar de modelos pedagógicos mas discutir a situação profissional dos docentes!

Su disse...

..talvez pq tanto o modelo pedagócico como a situação dos docentos... são ambas decadentes, vergonhosas,e miseráveis...faz tempo......muito tempo
falar em educação para q? qd sem isso nada existe...........