29.2.08

Os Carrascos da RTP

O PSD arrisca-se a ser o carrasco da Televisão Pública Portuguesa.

Luís Filipe Menezes, o líder da oposição, com aspirações a Primeiro-Ministro, na primeira grande entrevista que deu, afirmou que o partido, o PSD, vai acabar com a publicidade na RTP.

Está demonstrado, se não estava ficou, quais são as prioridades deste homem caso consiga chegar ao poder. Eu e a larga maioria dos portugueses esperava ouvir da boca do líder do maior partido da oposição outras propostas. Como vai emagrecer o desemprego, baixar a despesa pública, modernizar o país e a administração do Estado, fazer de Portugal uma nação moderna e competitiva da EU.

Infelizmente o que ficou dessa entrevista, mas não foi dito, é que pretende retirar mais dinheiro dos contribuintes para pagar o serviço público de televisão.

Ao acabar com a publicidade das duas uma: - Ou os canais públicos (RTP; RTP-Madeira e Açores; RTP2, África e Internacional) conseguem prestar o mesmo serviço de televisão com idêntica qualidade, mas com menos dinheiro, ou o Governo terá que injectar, via orçamento de Estado, o que hoje a RTP obtém com a venda de publicidade na RTP1.

É isto que Luís Filipe Menezes não disse aos Portugueses. De certeza que jantou, ou almoçou nos últimos dias com Pinto Balsemão, o patrão da SIC. É o Social-Democrata e magnata da comunicação, que há pelo menos 10 anos, oiço defender esta tese que Menezes subscreve.

Em França Nicolas Sarkozy tem uma proposta idêntica, mas não se compare o incomparável. São países com índices de riqueza díspares.

Quando Cavaco era Primeiro-Ministro também alienou os transmissores (antenas) da RTP. Vendou à PT a preço de saldos. Agora Menezes pretende ficar na história da televisão em Portugal, como o Presidente do PSD, que entrega sem contrapartidas às estações privadas, uma fatia do bolo da publicidade.

2 comentários:

amsf disse...

Os "extremos" tocam-se...os "extremos" da má governação...um cá mantém um jornal à custa do erário público, o outro propõe-se fazer o mesmo prescindido das receitas da publicidade em proveito dos canais privados!

Não estou a par da política do audiovisual em França no entanto suponho que o Sarkozy nem sempre é um bom exemplo.

Blueminerva disse...

Não me parece que a proposta de LFM seja viável, porque não me parece possível sustentar os canais estatais sem o recurso dos milhões da publicidade. E se a opção for, injectar uma parcela do Orçamento de Estado, acho mau... e perigoso, porque ficam reféns do governo. Mas lá está... eu não percebo nada desta merda.

Um abraço