24.9.08

Ainda o casamento entre pessoas do mesmo sexo

Porque por vezes não é fácil fazermo-nos compreender, aqui vai mais um esboço de resposta.

Não tive tempo para confirmar, mas parece-me o reconhecimento das uniões de facto para relações homossexuais protege os seus direitos. Se assim não for, pois que se altere a legislação de modo a permitir uma equivalência de direitos em relações homossexuais, comparada aos casamentos. Crie-se um enquadramento legal e dê-se o nome que se quiser.
Não sou, portanto, contra a equivalência de direitos entre homossexuais e heterossexuais, que isto fique claro.
Sou contra, isso sim, o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Tal como sou contra o casamento poligamico (seja ele entre um homem e muitas mulheres, uma mulher e muitos homens, muitos homens e muitas mulheres), ainda que reconheça o direito aos indivíduos de estabelecerem as relações que bem entenderem. Para mim, não está em causa a igualdade de direitos legais. A questão é mais ética e normativa (entendida de um ponto de vista ético).
A minha oposição tem a ver com o rigor dos conceitos e a defesa da instituição. Casamento, por definição, é uma união matrimonial entre um homem e uma mulher com vista à constituição de uma família. Assim sendo, não vejo qual é a necessidade de se alterar esta formulação que responde à norma, uma vez que anormal é a relação homossexual (atenção, é anormal, porque não corresponde à norma, mas que não deixa de ser natural - porque existe na natureza). Assim sendo, sou contra a alteração de um conceito/instituição, com vista ao capricho de uma minoria. Porque para os homossexuais que se amam verdadeiramente, desde que os seus direitos estejam salvaguardados, não me parece que lhes seja fundamental poderem casar.
Querem um contrato? Pois que se faça e arranje-se outra terminologia. Não me parece é haver necessidade de se anular toda a carga valorativa tradicional que se encontra no casamento apenas por caprichos. Porque a exigência do casamento entre pessoas do mesmo sexo não corresponde a exigência de direitos civis, legais, ou os que se queira. Há apenas a tentativa de abalar as instituições, o que para mim não é um argumento válido.

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois, para mim, é mais ético reconhecer, perante a lei, uma realidade que sempre existiu e que é NORMAL, do que "formatar" ou "ficcionar" algo porque a "tradição da maioria" assim o entende. Eu penso que é importante ouvir as minorias, só assim é que conseguimos ter uma sociedade mais justa e tolerante. O casamento entre pessoas do mesmo sexo não impede que os casais heterossexuais constituam as suas famílias.

Sancho Gomes disse...

Tal como a impossibilidade de casarem não impede os homossexuais de viverem conjugalmente em felicidade.

Anónimo disse...

: )

Anónimo disse...

E já viram este post?

http://sorumbatico.blogspot.com/2009/02/o-fim-do-casamento.html

O argumento é límpido.