"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
21.9.08
Moral a gosto
Vemos movimentos gays que se batem pela diferença, mas simultaneamente exigem a igualdade. Então como é: querem que se respeite a vossa diferença, ou querem ser aceites como iguais?
não confundas os direitos dos homossexuais com as reivindicações da ILGA. Digo-te mais: dos gays que conheço, apenas uma ínfima parte se revê nas posições da ILGA (que o PS faz tanta questão de valorizar). E os que se revêem não são propriamente aqueles que mais merecem o meu respeito...
Agacinsky responde magistralmente a esta tua dúvida, no que diz respeito à mesmíssima questão colocada ao feminismo. Passo a citar: "A diferença não é (...) o contrário da igualdade mas da identidade: duas coisas são ou idênticas ou diferentes, ainda que um objecto possa ser idêntico a outro de um certo ponto de vista e diferente de um outro ponto de vista, ou sob um outro aspecto. (...). quanto à igualdade, opõe-se à desigualdade e não à diferença. (...)A igualdade das pessoas significa hoje a igualdade dos seus direitos civis ou políticos, e não o facto de essas mesmas pessoas serem idênticas umas às outras pela sua própria natureza ou condição." in Política dos Sexos
Com efeito, os movimetnos gays reinvidicam o direito à diferença no que diz respeito à sua "natureza ou condição", e exigem igualdade no que diz respeito aos "seus direitos civis e políticos". Não vejo em que os posicionamentos possam causar perplexidade.
Boa resposta! Mas a questão é que alguns dos "direitos" advêm da "condição". Dou um exemplo: poderia ser-me conferido o direito à maternidade, mas a minha condição (de homem) não o permite! A minha questão/provocação apenas tem como objectivo questionar a legitimidade de algumas reinvindicações de alguns movimentos gays e pôr a nú algumas incoências e - porque não? - hipocrisias dos movimentos "progressistas" gays. Mas "agacinskyana" é quase intocável...
Num intindi. Que reinvindicações questionas com o exemplo da maternidade que te é interdita (meu amigo, provavelmente lamento tanto quanto tu essa interdição). Tantos problemas que se resolveriam se a tarefa fosse repartida, ao menos...
O Estado não tem nada que regular a "moral" pública ou privada. Curiosamente, poucos são os que se preocupam com a imoralidade económica. Aliás, os beneficiários da imoralidade económica muito se preocupam com a "moral"!!!
8 comentários:
Sancho,
que raio de post é este?
O que os gays defendem é a igualdade de direitos, sem que para isso tenham de ser iguais aos outros.
É mais ou menos o mesmo que as mulheres acharem que devem ter os mesmos direitos que os homens sem ter que ser homens.
Não é muito dificil de perceber.
Tino,
não confundas os direitos dos homossexuais com as reivindicações da ILGA.
Digo-te mais: dos gays que conheço, apenas uma ínfima parte se revê nas posições da ILGA (que o PS faz tanta questão de valorizar). E os que se revêem não são propriamente aqueles que mais merecem o meu respeito...
Agacinsky responde magistralmente a esta tua dúvida, no que diz respeito à mesmíssima questão colocada ao feminismo.
Passo a citar:
"A diferença não é (...) o contrário da igualdade mas da identidade: duas coisas são ou idênticas ou diferentes, ainda que um objecto possa ser idêntico a outro de um certo ponto de vista e diferente de um outro ponto de vista, ou sob um outro aspecto. (...). quanto à igualdade, opõe-se à desigualdade e não à diferença.
(...)A igualdade das pessoas significa hoje a igualdade dos seus direitos civis ou políticos, e não o facto de essas mesmas pessoas serem idênticas umas às outras pela sua própria natureza ou condição."
in Política dos Sexos
Com efeito, os movimetnos gays reinvidicam o direito à diferença no que diz respeito à sua "natureza ou condição", e exigem igualdade no que diz respeito aos "seus direitos civis e políticos". Não vejo em que os posicionamentos possam causar perplexidade.
Boa resposta! Mas a questão é que alguns dos "direitos" advêm da "condição". Dou um exemplo: poderia ser-me conferido o direito à maternidade, mas a minha condição (de homem) não o permite!
A minha questão/provocação apenas tem como objectivo questionar a legitimidade de algumas reinvindicações de alguns movimentos gays e pôr a nú algumas incoências e - porque não? - hipocrisias dos movimentos "progressistas" gays. Mas "agacinskyana" é quase intocável...
Digo incoerências
Num intindi. Que reinvindicações questionas com o exemplo da maternidade que te é interdita (meu amigo, provavelmente lamento tanto quanto tu essa interdição). Tantos problemas que se resolveriam se a tarefa fosse repartida, ao menos...
Esqueci-me de enfatizar o final do último comentário com um longo suspiro.
O Estado não tem nada que regular a "moral" pública ou privada. Curiosamente, poucos são os que se preocupam com a imoralidade económica. Aliás, os beneficiários da imoralidade económica muito se preocupam com a "moral"!!!
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