4.3.09

Católico, mas não praticante!

A minha proposta de hoje é fazer uma análise à frase: - cristão, mas não praticante!

A dúvida surgiu na sequência da iniciativa do Bispo do Funchal que, pela primeira vez, usou o Youtube para transmitir uma mensagem, sobre a quaresma.

A reflexão é fruto de uma conversa, com uma amiga agnóstica.

Para ela, os católicos ou são ou não são. Após uma troca de argumentos, chegamos à conclusão que é absurdo um católico dizer que é católico, não praticante.

O que é um católico não praticante? Aquele que nasceu num país católico, é filho de pais católicos, frequentou a catequese, recebeu o baptismo, fez a primeira comunhão, o crisma e, abandonou o culto religioso?
Só vai à missa nas datas especiais, como, Páscoa e Natal? É Católico, tal como é do Benfica, mas nunca teve a preocupação de perguntar porquê? Será uma herança cultural, uma “tradição” social do local onde habita?

A questão, quando observada ao pormenor é no mínimo estranha. Não praticante, soa-nos a aldrabice, a um chavão politicamente correcto, mas demasiado incompleto.

Basta inverter os papéis para colocar a nu a hipocrisia. Heterossexual, mas não praticante! Quem é esta criatura? Homossexual? Hetero, mas com pouca prática, ou será que abandonou por completo a respectiva sexualidade?

A mesma questão se coloca num casal. São casados, não praticantes. Ou seja, vivem juntos mas só dão uma queca? Dão umas quecas, mas já não se entendem, por isso, já não se consideram um casal, etc., etc..

E se for um médico. É médico, não praticante. Engenheiro, não praticante. Até conheço um. O Primeiro-Ministro.

Alguém já ouviu um islâmico, budista, testemunha de Jeová, dizer que é não praticante?

Em síntese, não fica bem dizer que é católico, não praticante. É melhor e mais fácil afirmar - CATÓLICO. Ou se preferir. Não vou à missa. Não cumpro as regras do catolicismo. Acredito em Deus, mas não, na igreja. Não cumpro o que diz a Bíblia.

Sejam sinceros e não transformem coisas simples, em chavões politicamente incorrectos.

3 comentários:

amsf disse...

Fui católico por "tradição", depois cristão por "romantismo" e actualmente sou ateu com fundamentação racional. Se retroceder será por fraqueza física e mental simultâneas!

Cgf disse...

Até certo ponto a ingenuidade fazia-me achar ser católico não praticante mas sozinho lá fui encontrando as minhas verdadeiras crenças. E uma vez sendo cristão não praticante.. como referes aqui ou se é católico ou não se é. Por mim próprio fui vendo que não sou em nada católico.

Excelente jogo de palavras e lógica. Gostei do texto (:

Anónimo disse...

Angel,

percebo a tua dúvida mas não estou certo que tenhas colocado a coisa devidamente. Ora, afirmar-se catálico é afimar que se integra uma comunidade. Naturalmente que ou se integra uma comunidade, ou não se integra. Contudo, a prática não tem a ver com a comunidade, mas tão só com os rituais religiosos, que não esgotam a comunidade (ainda que sejam fundamentais, a comunidade é mais do que isso).
Mas, concordo com a tua conclusão: é politicamente correcto afirmar-se como católico não praticante. Ir à missa é quase vergonhoso.
Abraço,

Sancho Gomes