4.3.09

Quem trava estes imbecis?

Esta manhã assisti a (mais) uma cena idiota. Na paragem de autocarros em frente ao Reid's um taxista abordava, de forma absolutamente despropositada, todos os turistas que por ali andavam, oferecendo os seus serviços. Em passo apressado, passeio fora, dirigia-se aos desgraçados dos visitantes com ar esgroviado, tentando, presumo eu, vencer pelo susto.

Um jovem casal que estava à espera da "camioneta" foi a maior vítima, pois durante cinco minutos o homem tentou arrancar-lhes o horário do voo de regresso e o nome do hotel em que estavam instalados.

"No taxes... Cheap and easy" esgrimia, em inglês macarrónico, esbracejando. A cena só acabou quando o rapaz lhe repetiu, com cara de poucos amigos, a frase "go away".

Infelizmente esta não é uma cena isolada. Quem, como eu, passa pela Estrada Monumental diariamente vê-a repetida dezenas de vezes. São os taxistas em frente aos hóteis, são os vendedores de quartos em time-share, são empregados de restaurantes a vender "menús turisticos" e trabalhadores de rent a car a mostrar que um Clio custa só 49 euros por dia. Na Avenida do Mar, a esta fauna já suficientemente diversificada juntam-se aquela espécie de "bilheteiros" pós modernos que tentam meter os "ingleses" em camionetas mais ou menos descapotáveis.

Hoje, não há restaurante entre o Lido e o Ribero Sêco que não tenha um "angariador de clientes" à porta. Para sobreviver naquela zona, um desgraçado de um turista tem de ser um óptimo saltador de barreiras, ou uma espécie de Cristiano Ronaldo sem bola, capaz de fintar todos os menús e os tipos de laço que lhe aparecem pela frente. Na zona velha o cenário é igual.

Resta a pergunta: não há ninguém que controle esta merda? não há polícia, não são necessárias licenças para tentar vender o que quer que seja fora de portas?

O Turismo na Madeira não vive dias bonitos. A crise internacional ajuda. Mas os excesso de construção em algumas zonas, com a a consequente descaracterização ambiental e paisagista também. Tal como as taxas aeroportuárias. Tal como a diminuição de qualidade em alguns serviços prestados. Mas será que queremos acrescentar mais um problema a uma equação já demasiadamente complexa? Será que vamos perder aquela característica que nos tornava de alguma maneira diferentes de destinos concorrentes, que era a tranquilidade com que os visitantes podiam circular nas nossas ruas, sem medo de serem abordados por táxistas, por empregados de restaurantes, por vendedores de time-share, por gente de rent-a-car, por "bilheteiros" e por assaltantes de seringa na mão?

Será que, tal como acontece nas piores zonas de Canárias e do Algarve, vamos deixar que quem nos visita se sinta uma espécie de porquinho mealheiro pronto a ser partido na primeira esquina?

Chiça, será assim tão impossível controlar esta merda?

Post-Scriptum: Não tenho nada contra a maioria dos taxistas, ou contra os "angariadores de clientes" ou trabalhadores de rent-a-car ou de outros prestadores de serviços que, se calhar por falta de emprego melhor, são obrigados a sobreviver, jogando um jogo que não é deles e no qual não têm qualquer responsabilidade. Tenho é contra quem os põe na rua atrás dos "ingleses". E contra quem não controla.

3 comentários:

Sancho Gomes disse...

Subscrevo. Integralmente!
Começamos a parecer Canárias ou o Algarve. Insuportável. E repara que basta andares com ar descontraído para que te cerquem. E só te largam quando lhes gritas: alha, desampara-me a loja, quê sua madeirense!

Su disse...

concordo contigo.....


não estou contra os "angariadores de clientes"------------- a fiscalização do trab acho tudo isso normal...................é que são e estão de acordo com as condiçoes mínimas de trab e por 450-------dassssssssssssssssss

merdas, digo eu

jocas maradas

Su disse...

obvio que o comento anterior não engloba taxistas e os do time---pois---------------------