"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
12.7.06
O Prof. Cavaco
Alguns sectores da direita, do PSD e do CDS, andam chateados. E andam chateados com o quê ou com quem, para sermos mais precisos? Andam chateados, nem mais nem menos, com o Prof. Cavaco e com a sua actuação, cúmplice e conivente, para com a governação socialista. Infelizmente, o faro político de algumas pessoas não é muito apurado e o próprio Prof. Cavaco, um reputado economista especialista em boas e más moedas e em delinear estratégias e agendas muito pessoais, há muito que tinha dado sinais claros de como seria a sua actuação na Presidência da República: um misto de politicamente correcto com calculismo q.b.. Nada de novo, portanto. Ou nada de muito excêntrico que não estivesse previsto: toda a gente sabe que os primeiros mandatos presidenciais servem para não levantar ondas desnecessárias ou para fazer grande contestação ao governo. Não convém. Nem uma nem outra. E, claro, não faz parte da ementa porque só assim se garante uma reeleição fácil e umas eleições entediantes contra algum esquerdista menor no papel de idiota útil. Não há interesse. Dois mandatos é o dobro de um mandato e quem esperava um perigoso homem de direita neste primeiro tempo, redondamente enganou-se e confortavelmente pode descansar (ou agoniar, se preferir) no sofá. Não há perigo. Nem sequer ameaça. O Prof. Cavaco veio para ficar. Mais dez anos. Estava escrito na estrelas.