19.6.07

Expresso com correspondente no "Second Life"


Há quem viva uma segunda vida, sem calhar mais motivante que a primeira. Serão reais as emoções do "Second Life"?

Confesso ter dificuldade em lidar com o fenómeno. Confesso que ainda não percebi se as janelas se abrem para um "admirável mundo novo" ou se permitem apenas mirar um universo virtual mais sórdido do que este.

Poderá o corpo materializar-se em outra coisa qualquer, numa imagem desejada? Poderá a vida ser como gostaríamos que fosse? Poderemos um dia ser como os outros gostariam que fôssemos? Poderão nascer afectos sem o cheiro, sem o toque? Afectos assexuados?

Há quem ganhe dinheiro real no "Second Life". Mas será mesmo real? Há quem se confunda com a personagem do "Second Life". E há quem, simplesmente, se funda com ela. E há quem aproveite as tendências. O cinzento Semanário Expresso, por exemplo, contratou um correspondente permanente nesse mundo paralelo.

Eis a notícia, retirada da edição de hoje da "Meios&Publicidade":

O semanário Expresso já tem um correspondente permanente no Second Life. Miguel Martins, editor multimédia do semanário, justifica a aposta do título neste universo alternativo. "Há uma série de tendências do mundo digital em que não podemos de deixar de estar presentes na vanguarda destes mundos digitais", sintetiza, referindo que instituições portuguesas como a Universidade de Aveiro já inauguraram inclusive um campus no Second Life.

Com a entrada neste universo alternativo, o Expresso é o único título de imprensa portuguesa a manter um "correspondente em permanência no Second Life", afiança o responsável. José Antunes, um jornalista do Expresso, especializado em internet, jogos e realidade virtuais, é o enviado especial do título no Second Life, garantindo a cobertura de acontecimentos que ocorrem neste mundo virtual. A regata do America's Cup ou a festa de inauguração da telenovela da Globo são alguns dos acontecimentos que o jornalista relata nos seus envios para o site do semanário, estando a informação disponível na secção Dossier, em Second Life - O Jogo da Vida.

Quando questionado sobre se o jornal cogita avançar com outras iniciativas para o universo digital, o editor multimédia não avança detalhes mas admite que "este é o primeiro passo de iniciativas do Expresso no Second Life, tanto a nível editorial como comercial".

Será real, o Expresso?

3 comentários:

Anónimo disse...

já me senti tentado a mudar para o Second Life........
Desisti, porque não consegui transportar o corpo e a alma. Apenas a imaginação.

Angel

Anónimo disse...

Confesso que já fui lá espreitar, mas não me seduziu, talvez porque o fiz num computador "fraquinho". Sou adepta dos "The Sims", onde começou uma maior exploração da vida virtual, e é muito viciante e estimulante. Mas como já fui dito aqui, é impossível transportar corpo e alma para um mundo virtual. E enquanto que nos Sims nós controlamos as variáveis desse mundo, no Second Life elas acabam sendo quase as mesmas do mundo real, talvez mais visíveis e desinibidas (embora já hajam grupos que exercem repressão sobre outros). Com o passar do tempo, julgo que o Second Life vai se parecer ainda mais com o mundo real. Talvez por isso e por gostar de viver as emoções reais, vou-me ficar pelos "velhinhos" Sims quando quiser fazer de conta que sou outra coisa qualquer...

Sancho Gomes disse...

Eu sou um adepto do Second Life e tenho mesmo um avatar. Claro que circulei por lá apenas uns dias e rapidamente me fartei. Neste momento, nem sei de cor qual o meu nome virtual - embora tenha qualquer coisa a ver com nemesis. Mas percebo o fascínio que um alter-ego virtual pode provocar.
Pode ser estimulante sermos mais qualquer coisa do que apenas este entediante "eu".
Todavia, nunca me deixei impressionar muito por alter-egos virtuais. Crio-os e canso-me deles. Mas acho que até podem ser saudáveis para a "felicidade" pessoal, desde que saibamos valorizar as proporções.