18.7.07

Da realidade à loucura


1- Dia d18 de Julho de 2007. 1 Hora e 36 minutos da madrugada.
A casa está em chamas! O quarto do meio parece um tição negro. Escorre água e lavas de cinzas pelo chão.
O quarto ao lado está em idêntico estado. Na parede da rua, mesmo por cima da lumieira, ainda é visível o rasto do fumo negro que trepou a casa. Imagino a intensidade das chamas. Entro em pânico. É necessário salvar o que resta. Oiço gritos…. Vou buscar a mangueira de regar o jardim, ou peço socorro?? A dúvida paralisa-me, tal é a dimensão da tragédia. Neste momento é maior do que o desespero. Incontornável!
Decido marcar o 118……É óbvio que não é o número correcto….Mesmo assim, os nervos impedem-me de acertar nas teclas certas do telemóvel. E são apenas três.
Entretanto, decido entrar no quarto do meio. Os gritos parecem que vêem dali. Deparei com um cenário, mais deplorável do que imaginei….


2-Num outro dia, na mesma casa, era um homem feliz. Radiante da vida e com a vida. Tinha dinheiro, muito dinheiro. Confesso que não sabia o que fazer a tanta massa. Era como se tivesse ganho o euromilhões. Era uma espécie de “eurohomem”. Ainda imaginei que estava a sonhar, mas não! Eu próprio fiz questão de conferir esse pequeno e insignificante pormenor, para não me estragar a felicidade. O que estava a acontecer era mesmo verdade. Já tinha planos para o futuro. Não vou revelar para não cair no mesmo que afirma o comum dos mortais, sempre que é confrontado com questão.

São duas estórias, diferentes, com traços comuns. Ambas foram vividas à noite ainda que em casas diferentes. Na primeira estória estava fora de casa. Na segunda estava na primeira casa. O outro traço, comum, é que as duas foram sonhos. Se na segunda lamentei não ser verdade, na primeira agradeci estar a sonhar. Como é tão bom a realidade.