20.7.07

Tribunal de Contas: entre o PREC e o Neoliberalismo

Sinceramente, nunca entendi a necessidade do Tribunal de Contas. Acho que não passa de uma instituição de inspiração PREC que tem como única utilidade a manipulação e a acção política.
Mas hoje fiquei extremamente surpreendido com o resultado da auditoria à Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE) e sobre as conclusões dos auditores. Então os senhores acham que o Governo não deveria interferir nos preços estipulados pela ERSE, mesmo que os aumentos propostos violem as mais básicas regras do bom senso? Então para que raio servirá um governo? Apenas para adjudicar umas empreitadas para meia dúzia de empresas sobreviverem?

Já estava habituado a ver do Banco de Portugal da linha de frente da defesa do liberalismo económico absolutamente selvagem. Não estava nada à espera que o Tribunal de Contas seguisse pelo mesmo trilhos. Mas é bem feito, para ver se aprendo que já nada do que acontece neste teatro de marionetas à beira mar plantado deve ser motivo de espanto!

2 comentários:

Anónimo disse...

http://pensamadeira.blog.spot.com

Só quem não sabe o que é a Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE) é que não compreende a necessidade de aumentar os preços da energia eléctrica.
O Sancho tem consciência que os preços cobrados aos consumidores não cobrem os custos de produção? Isto não tem nada a ver com a EDP.
Sabe que para estimular as energias alternativas os seus produtores recebem mais pela sua produção do que paga o consumidor final?
Sabe que os consumidores das ilhas estão a consumir energia subsidiada?
Talvez não saiba mas estes consumos subsidiados implicam uma dívida que mais tarde ou mais cedo terão que ser pagos. Aliás, a intervenção do governo nesta questão foi demagógica porque este é um problema que terá que ser enfrentado nos próxximos anos. Há uma dívida à banca para que o consumidor final benefície dos preços que se tem praticado e que terá que ser paga!

Sancho Gomes disse...

amsf,

não tenho tanta certeza assim das suas verdades, mas sinceramente não tenho paciência para pesquisar, porque o que o motivo do meu post fica bem ilustrado com o seu comentário. Ó homem, o governo da res publica não tem que ser orientado pelo lucro, tem? Acho que os impostos e os negócios de estado podem atenuar as desigualdades sociais, ou não?
Para além disso, que culpa é que o jacinto, que tem três filhos e que é varredor da ruas, cuja mulher é doente e não pode trabalhar, tem sobre os mandos e desmandos de sucessivos governos que nunca apostaram na eficiência energética e na procura de alternativas ao fuelóleo?