17.7.07

Igualdade de oportunidades, ou pura "mariquice"?

"A celebração do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos tem sido aproveitada para insinuar a necessidade de redefinir o casamento, de modo a abranger a união entre pessoas do mesmo sexo, supostamente em homenagem ao princípio da igualdade.
Contou-se, para esse efeito, com a oportuna propaganda: misturando imagens de pessoas portadoras de deficiência ou de diversas raças com gestos de intimidade entre indivíduos do mesmo sexo, sugerindo subliminarmente que a recusa do "casamento" homossexual seria o alinhamento com uma espécie de apartheid. (...)
Ora, a união homossexual é algo radicalmente diferente do casamento (heterossexual monogâmico). É de outra natureza, de outra espécie. Antropologicamente diverso. Diferente quanto ao seu valor social. Em particular, o casamento é uma instituição singularmente valiosa - e como tal regulado e protegido pelo Estado - como lugar natural da renovação das gerações e da formação do carácter e primeira socialização dos futuros membros da sociedade; e como sinalizador da bondade e riqueza da dualidade sexual sobre que se estrutura a sociedade.
O casamento é, portanto, um bem público (em sentido lato), ao contrário de outras formas de união sexual. Por um lado, gera benefícios para a sociedade como um todo, para além daqueles que proporciona aos próprios cônjuges. (...)
É certo que a alternativa de se casar (a sério) poderia manter-se no menu de opções disponíveis de uma sociedade que a incluísse, em posição paritária, entre outras formas sociais - como a união homossexual, a união de facto, a poligamia, etc. Mas a inteligibilidade e o significado social de se casar e ser casado - ter uma mulher ou um marido - nessas circunstâncias não seria semelhante ao significado social e simbólico do casamento vigente numa sociedade que se compromete com essa instituição: a dignidade única da opção do casamento e a percepção do seu valor seriam obscurecidas aos olhos dos indivíduos se a sociedade deixasse de reconhecê-la e distingui-la.
Aliás, se o estatuto jurídico de casamento fosse violentado de forma a albergar as uniões entre pessoas do mesmo sexo, isso significaria a imposição desse conceito bizarro - e profundamente hostil - de "casamento" a todas as outras a quem repugna essa assimilação. Implicaria uma injustiça ou discriminação contra aqueles que reivindicam poder verdadeiramente casar.
A recusa do "casamento" homossexual não é, portanto, uma discriminação ilegítima (que, por exemplo, infrinja o tão invocado art. 13.º da Constituição). Qualquer pessoa tem (igual) direito a casar. Simplesmente, o casamento é, por definição e natureza, uma aliança entre um homem e uma mulher.
Mesmo nas sociedades em que foi tolerada ou aceite, nunca se concebeu ou pretendeu fazer da homossexualidade uma instituição social dotada de estatuto público equiparável ao casamento. E ninguém é obrigado a casar...
A campanha do lobby gay para a reconceptualização do casamento, de modo a incluir a união homossexual, não tem nada a ver com a igualdade de oportunidades. Visa antes a promoção da conduta homossexual e a desconstrução - não apenas semântica - do casamento e da família, tal como a esmagadora maioria das pessoas (com boas razões) os entende e preza.
Todavia, há em Portugal verdadeiros e graves casos de desigualdade, discriminação de facto e exclusão: pessoas com deficiências, jovens em situação de reinserção social, minorias étnicas, desempregados de longa duração, os sem-abrigo (para não falar da discriminação fiscal dos casados relativamente aos solteiros, ou da discriminação laboral das mulheres grávidas).
Não seria melhor aplicar os dinheiros públicos na sensibilização e correcção destas formas de desigualdade de oportunidades, em vez de os investir no marketing da ideologia gay?


Alexandra Teté, Associação Mulheres em Acção, in Público de 16 de Julho de 2007

5 comentários:

Anónimo disse...

eu até ia mais longe, os homossexuais não deveriam pagar impostos!!! O valor social não é diferente? Além do disso, os casais homossexuais não representam um bem público!

pensava eu que o bem público era a felicidade das pessoas e a harmonia entre as pessoas. mas afinal... o casamento é uma fonte de riqueza ou de produtividade para o Estado!! Credo.

Anónimo disse...

errata: além disso

Woman Once a Bird disse...

Mente arejada a desta senhora. É madeirense? Ou é viajada?

Sancho Gomes disse...

LOL

Anónimo disse...

COMO SE FAZEM NEGÓCIOS?

http://www.demoliberal.com.pt/noticias.php?noticia=6215&PHPSESSID=c6e462cf6f32733953f312dfcded820e

MANUEL MONTEIRO

Dou aulas na Universidade Lusíada do Porto e vou ser consultor jurídico da sociedade de advogados Soares Carneiro, Santos Silva e Associados.

Você não é advogado?

Não, não sou. Não fiz estágio e vou agora fazer exame na Ordem tendo em vista a inscrição como consultor jurídico.

E essa sua nova actividade é compatível com a política?

Sinceramente ainda não sei. Sempre segui a opinião dum grande amigo que faz a distinção entre os negócios da política e a política dos negócios, pelo que terei de ajuizar muito bem a situação.

É então por isso que quer sair de presidente do PND?

Sempre optei pela política em claro prejuízo da minha vida pessoal, profissional e principalmente financeira e não duvido que essa continuaria a ser a opção, se sentisse ser a pessoa mais indicada para me manter a liderar o PND.

Temos então aulas e consulta jurídica

Sim, mas tenho também o projecto de concluir o meu doutoramento. Mantenho inscrição na Sorbonne e um destes dias decido se para lá voltarei. Está também em cima da mesa a possibilidade do doutoramento ser feito na Universidade Lusíada de Lisboa.



A sociedade de advogados Soares Carneiro, Santos Silva e Associados (ligada ao "consultor" Manuel Monteiro, PND) representa EDUARDO WELSH (PND) contra o Funchal Centrum. Quem pagará aos advogados?