Alguma blogosfera mostra a sua indignação pelo facto do Tribunal Judicial do Funchal levar a julgamento Armando Baptista-Bastos, devido às alegadas ofensas a Alberto João Jardim, feitas num artigo de opinião publicado a 8 de Julho de 2005, no Jornal de Negócios.
Ora, era só o que faltava um governante não poder processar um comentador (atenção, foi um artigo de opinião), caso entenda que a sua honra foi ofendida. E Baptista-Bastos já é bem velhinho (porque o homem já é velho, não é apenas crescido) para saber que o seu artigo traria consequências, de resto, inevitáveis.
Mas acho especial piada aos paladinos da justiça que aplaudiram a vergonhosa recepção de Paulo Pedroso na Assembleia da República, após a sua libertação, ou que nada tiveram a opinar sobre o processo interposto por José Sócrates a António Balbino Caldeira, do Portugal Profundo, que denunciou toda aquela trapaça da Universidade Independente, mas que agora: aqui-del-rei, que Jardim é um fascista e que persegue os jornalistas.
Como diria o meu bom amigo Gonçalo, bordamerda convosco!
É mais do que legítimo que qualquer cidadão que sinta a sua honra ofendida processe o autor destas alegadas injúrias. Tal como quem as faz, tem que ser coerente e enfrentá-las sem subrefúgios.
PS - Por mim, estaria disposto a ir a tribunal por todos os adjectivos com que já mimei o governo da República. Porque gostaria de repeti-los todos.
6 comentários:
Grao pela referência e solidariedade... Esta malta tem raiva a quem lhes denuncia os podres e só vê para um lado. São fanáticos socretinos. Já agora, parabéns pelo seu blogue que vou juntar ao meu blogroll. Continue!
Por eventualmente ser uma das virgens ofendidadas esclareço que impos-me comentar apenas assuntos directamente ligados à Madeira ou internacionais e como é evidente tenho também as minhas opiniões sobre os casos citados.
Também estaria disposto a repetir em tribunal alguns dos meus comentários mas porque sei que o Tribunal não me permitiria "discursar", mesmo que o fizesse a comunicação não o transmitiria, mesmo que o transmitisse não ia conseguir mudar nada pelo que não estou disposto a ir ao um Tribunal aturar baboseiras. O dr. Alberto João já é crescidinho, suficientemente calejado e sem moral para tomar tais medidas pelo que a sua actitude, neste contexto, mete nojo.
Se eu fosse o Baptista Bastos simplesmente não comparecia em tribunal...que me prendessem...
Sim...eu sei...que este esclarecimento não faz sentido pois eu não sou ninguêm...
António Caldeira,
nada tem a agradecer. E podendo de nada valer, contará sempre com a minha solidariedade, sempre que em causa estiver s sua liberdade de expressão!
amsf,
não considerará que o texto foi ofensivo?
Sancho Gomes,
Fora do contexto seria ofensivo no entanto é preciso reconhecer que o AJJ não é própriamente um menino de coro. Quer responder responda da mesma forma, literáriamente e não judicialmente escudando-se atrás da imunidade e usando os dinheiros públicos (legalmente) para atacar os adversários políticos e ideológicos. Penso que o que o incomodou foi a revelação daquele pequeno facto histórico que reduz a sua "virilidade"!
Olá Sancho,
Sempre directo, o que só te valoriza. No entanto (estes 'entantos' é que são tramados...) permite-me algumas considerações.
1 - Como classificas alguém que, a coberto de dupla imunidade - Governo e Conselho de Estado - evita responder em Tribunal por ofensas idênticas às que são apontadas a Baptista-Bastos?
2 - Concordo que qualquer pessoa, figura pública ou não, tem o direito de defender o seu bom nome. O que também deve é ter a coragem para responder pelos seus actos.
3 - Creio que acompanhas a comunicação social regional e se perderes algum tempo a ler os artigos de AJJ, no Jornal da Madeira, facilmente encontras acusações e frases que ultrapassam o insulto. A maioria mais graves do que o texto de B-B.
4 - É uma situação perfeitamente desigual e desonesta.
5 - Um processo idêntico, contra Francisco José Viegas, começou por uma vitória de AJJ, no Tribunal do Funchal, mas acabou com derrotas em todas as instâncias superiores...
6 - Também estou para ver quem serão as testemunhas que vão apoiar a queixa de AJJ. O advogado, se não me engano, será um daqueles que recebem uams avenças do GR. Ou seja, pagos pelos contribuintes...
Um abraço
Jorge F. Sousa
Jorge, como sabes é sempre com imenso prazer que recebo os teus comentários.
Relativamente à tua questão, julgo que estava implícito no meu texto: a imunidade (fundamental para proteger os órgãos de soberania) jamais deveria servir para protecção de injúrias. Logo e de forma clara: é óbvio que vai mal AJJ quando ofende quem quer que seja, a coberto da sua imunidade.
Mas o facto de ele eventualmente ofender alguém não lhe retira o direito de se sentir injuriado e de proceder judicialmente.
Mas reitero que Baptista Bastos não é nenhum novato e algumas das considerações eram manifestamente injuriosas. Não venha fazer papel de anjo, porque também não o é nem nunca o foi.
Relativamente ao meu post, naturalmente ele tinha destinatários definidos (nos quais, como é óbvio, não estás incluído): todos aqueles que enterram a cabela na areia quando a prepotência vem do PS, evocando o direito ao bom nome, mas que não reconhecem a mesma legitimidade - que reclamam para os seus correlegionários - aos outros.
amsf:AJJ, não sendo nenhum menino de coro, tem o mesmo direito que o meu caro interlocutor em proceder judicialmente, se entender que em causa está o seu bom nome.
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