22.11.05

Excertos e intervenções III

"A instabilidade é hoje uma manifestação característica da política em Portugal. Em pouco menos de meia dúzia de anos, três eleições para o governo, impuseram quatro primeiros-ministros e outros tantos executivos que se sucederam nos tempos, nos ministérios e nas políticas. Muitos orçamentos, muitos orientações, muitas bazófias: todos com a mesma premissa: controlar o monstro, matar o défice, salvar a pátria. Mas o problema não são as eleições, maioritariamente monótonas: o problema é o modo como elas são provocadas e as verdadeiras causas que ocultam. Ainda hoje, se está para perceber porque é que só agora os poderes presidenciais são demasiados poderosos quando não o foram para destituir, deselegante e pouco polidamente diga-se de passagem, um governo escolhido pela maioria dos portugueses. Só hoje se discute a filosófica questão do presidencialismo e dos seus poderes institucionais."