O Prof. Cavaco ficou irritado com a transmissão das cerimónias do 10 de Junho por parte da RTP. Em carta dirigida à administração, o nosso chefe de Estado, fez saber que aquele comportamento – uma transmissão não integral de um dia comemorativo – não tinha cabimento nem justificação. A RTP, obediente, recebeu a queixa e apressou-se a pedir desculpa como lhe convinha.
Como é evidente, eu nem tinha dado pelo assunto. Passar um feriado agarrado à televisão a ver cerimónias decorativas não faz parte das minhas prioridades e no próximo domingo, aviso já, tenciono dar nova falta de comparência. Mas ainda assim, este histerismo faz-me lembrar uma história velhinha que se calhar se enquadra aqui. Dois compadres, gastos pela vida, estão sentados numa praça, no Alentejo. Discutem entre si os casamentos duradoiros que ainda mantêm. De repente, um pergunta ao outro: “Compadre, você que há tantos anos está casado, continua casado por amor ou por interesse?” Responde o outro, depois de muito pensar: “Deve ser por amor, que interesse eu não tenho nenhum”. Nem mais.