3.12.07

Contra a discriminação

Na sexta-feira, foi votada na Assembleia da República a lei contra a discriminação por sexo. A proposta resulta da transposição de uma directiva europeia porque nestas coisas temos por hábito só entrar na civilização quando a União determina e manda, não vá toda a gente esperar demasiado tempo sentada. A nova lei quer, entre outras coisas, proibir a “discriminação por sexo no cálculo de prémios e prestações de seguros e no acesso a outros serviços ou bens”, propondo-se, pelo meio, pesadas multas correctivas para os prevaricadores e infractores. Claro está que aplaudo a iniciativa. De pé e debaixo de ovação, pedindo bis se necessário. Há por aí muito energúmeno que não entende que uma mulher é igual a um homem nos direitos e nos deveres e consequentemente nas situações laborais, sociais e familiares.

A luta contra a discriminação é assim, e sempre, muito bem-vinda, havendo, na minha modesta opinião, vários sítios excelentes para se começar, desde já, a aplicar a lei: na pouca-vergonha das bilheteiras dos estádios de futebol, nos clubes políticos exclusivamente femininos ou masculinos e nas famigeradas discotecas e bares que promovem indescritíveis ladies night. Quem disse que a discriminação por sexo não existe, nunca saiu à noite.