Quem conhece minimamente a realidade da Educação em Portugal sabe que existem problemas graves de (in)segurança nas escolas. Assim, sem mais qualquer justificação, porque quem por lá anda sabe ser assim.
Como também é do conhecimento geral que este fenómeno (bullying, violência contra professores e funcionários) , tem vindo a crescer nos últimos anos, por diversos factores que não se reduzem à análise simplista do contexto social onde se insere o estabelecimento de educação/ensino. E não me venham com estatísticas, que todos sabemos quem fornece os dados e a quem interessam. E não venham também dizer: áh e tal, que são só umas dezenas de escolas, porque bonito, bonito, seria a violência dentro das escolas ser a norma e não a excepção! O problema existe, está a crescer e nenhum governo tem agido conformidade. E basta de enterrar a cabeça na areia!
Mas, na minha opinião, há um problema a montante para o qual o ministério da Educação e alguns dos especialistas (ou pseudo) têm estado algo desatentos, que é o aumento exponencial da indisciplina. Qualquer professor pode atestar que existem cada vez mais casos de indisciplina dentro das salas de aula, que começa a demonstrar-se cada vez mais cedo.
E já nem o 1º ciclo do ensino básico escapa. Aliás, tem sido neste ciclo que o problema tem se agudizado cada vez mais, em grande parte devido à imposição das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), que obrigam as crianças a permanecer em "trabalho" entre as 09h00 e as 17h30. Efectivamente, e como qualquer pedopsiquiatra diria, é fundamental tempo para brincar. Que as crianças já não têm. Dir-se-ia que muitas outras já o faziam e não denotavam comportamentos incorrectos: pois, mas essa era a excepção e não a norma. Para além disso, as AEC estão minadas com problemas basilares, como o são a pouca importância atribuída pelos encarregados de educação, o facto de muitos docentes não estarem habilitados a trabalhar com crianças desta faixa etária, o fraco envolvimento dos titulares de turma, as temáticas trabalhadas (e a intransigência na sua adaptação), que fazem destas "disciplinas" efectivas e não "actividades", num ciclo ainda regido por um sistema de monodocência, sem compartimentação dos saberes (a persistência dos problemas com as AEC serão tema para um outro post).
Esta desatenção vê-se no próprio facto do Estatuto Disciplinar do Aluno (o anterior, porque o novo ainda não o conheço em profundidade - dizem ser bem pior!) não poder ser aplicado aos alunos do 1º ciclo, não havendo responsabilização nem do aluno, nem do encarregado de educação.
É verdade que eu jamais aceitaria comportamentos incorrectos por parte de uma criança de 9 anos: mas o problema é que não lhe é possível aplicar qualquer medida disciplinar e aquelas que ainda assim são possíveis, não passam de paliativos.
E por muitas estatísticas que sejam feitas, a verdade é que eu não vejo qualquer medida profiláctica por parte do ministério relativamente ao aumento da indisciplina. Bem pelo contrário. Digam lá a Sra. ministra a bando de apaniguados o que bem entenderem!
Como também é do conhecimento geral que este fenómeno (bullying, violência contra professores e funcionários) , tem vindo a crescer nos últimos anos, por diversos factores que não se reduzem à análise simplista do contexto social onde se insere o estabelecimento de educação/ensino. E não me venham com estatísticas, que todos sabemos quem fornece os dados e a quem interessam. E não venham também dizer: áh e tal, que são só umas dezenas de escolas, porque bonito, bonito, seria a violência dentro das escolas ser a norma e não a excepção! O problema existe, está a crescer e nenhum governo tem agido conformidade. E basta de enterrar a cabeça na areia!
Mas, na minha opinião, há um problema a montante para o qual o ministério da Educação e alguns dos especialistas (ou pseudo) têm estado algo desatentos, que é o aumento exponencial da indisciplina. Qualquer professor pode atestar que existem cada vez mais casos de indisciplina dentro das salas de aula, que começa a demonstrar-se cada vez mais cedo.
E já nem o 1º ciclo do ensino básico escapa. Aliás, tem sido neste ciclo que o problema tem se agudizado cada vez mais, em grande parte devido à imposição das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), que obrigam as crianças a permanecer em "trabalho" entre as 09h00 e as 17h30. Efectivamente, e como qualquer pedopsiquiatra diria, é fundamental tempo para brincar. Que as crianças já não têm. Dir-se-ia que muitas outras já o faziam e não denotavam comportamentos incorrectos: pois, mas essa era a excepção e não a norma. Para além disso, as AEC estão minadas com problemas basilares, como o são a pouca importância atribuída pelos encarregados de educação, o facto de muitos docentes não estarem habilitados a trabalhar com crianças desta faixa etária, o fraco envolvimento dos titulares de turma, as temáticas trabalhadas (e a intransigência na sua adaptação), que fazem destas "disciplinas" efectivas e não "actividades", num ciclo ainda regido por um sistema de monodocência, sem compartimentação dos saberes (a persistência dos problemas com as AEC serão tema para um outro post).
Esta desatenção vê-se no próprio facto do Estatuto Disciplinar do Aluno (o anterior, porque o novo ainda não o conheço em profundidade - dizem ser bem pior!) não poder ser aplicado aos alunos do 1º ciclo, não havendo responsabilização nem do aluno, nem do encarregado de educação.
É verdade que eu jamais aceitaria comportamentos incorrectos por parte de uma criança de 9 anos: mas o problema é que não lhe é possível aplicar qualquer medida disciplinar e aquelas que ainda assim são possíveis, não passam de paliativos.
E por muitas estatísticas que sejam feitas, a verdade é que eu não vejo qualquer medida profiláctica por parte do ministério relativamente ao aumento da indisciplina. Bem pelo contrário. Digam lá a Sra. ministra a bando de apaniguados o que bem entenderem!
PS - Não posso deixar de estranhar como ainda alguns engolem (nas palavras de Vasco Pulido Valente) o isco, o anzol e a cana, isto é, as patranhas propagandísticas do Ministério da Educação.
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