9.1.07

Afinal, mãe há só uma?

No Canadá, um tribunal reconheceu como legal que um miúdo tenha duas mães e um pai. Não sei que caixa de Pandora foi aberta com semelhante decisão, mas importantes questões éticas, jurídicas e morais tomam forma.

Para além da mãe biológica, foi também considerada mãe a actual companheira da mãe biológica, que passa a ter igual estatuto. Isto para além do pai biológico, ex-companheiro da mãe biológica, que continua com o seu papel normal. Confusos? Por favor, não fiquem. No Canadá, muita coisa é possível. Aliás, tal como em Portugal, embora em doses e coreografias diferentes.

Ignoro o que acontecerá legalmente se o pai, um belo dia, conhecer um adónis que o leve à perdição e à homossexualidade assumida. Terá o seu companheiro igual estatuto e papel? Será esta criança a primeira criança no mundo com dois pais e duas mães formalmente constituídos? E o que acontecerá se um dia o casal (ou os casais) se separar(em)? Quem fica com a guarda do petiz? Tudo perguntas que por agora não têm resposta. Certo, certo é que mais uma verdade tida como absoluta foi inapelavelmente abatida: mãe, afinal, só há poucas. Esperemos agora pelo pai para ver o que acontece. Aceitam-se apostas.