Pela Vida e pela emancipação da Mulher
Um dos mecanismos que o ser humano desenvolveu para viver em sociedade tem sido a criação de estereótipos, segundo os quais as nossas vidas tornam-se mais fáceis, pois à primeira análise sabemos logo como lidar com as pessoas, que tipo de cuidados devemos ter, e catalogamos essa pessoa numa certa caixa. E na questão sobre a liberalização do aborto, tal também se mantém...
Ora bem, eu sou uma jovem mulher, considero-me moderna, livre e informada. E perante alguns olhares atónitos de colegas, amigos e conhecidos, proclamo-me contra a liberalização do aborto e vou votar NÃO no referendo agendado para dia 11/02. E trago-vos aqui duas principais razões que fundamentam a minha intenção de voto.
Em primeiro lugar, defendo que o valor da vida e o próprio direito à vida humana são os pilares da sociedade humana. A Constituição portuguesa afirma que "a vida humana é inviolável". Consequentemente, a lei deve proteger a vida humana e condenar todos os actos que a ponham em causa, desde que começa até à morte natural. Eu não quero viver num país onde a vida de um lince da Serra da Malcata (cf. código penal, art 278º) acaba por ser mais protegido pela lei do que a vida do nascituro humano!E em segundo lugar, apelo aos cidadãos portugueses que não se deixem ofuscar pelo aparente efeito 'modernizador' da liberalização do aborto.
O aborto a pedido da mulher não a emancipa, não a moderniza e não a liberta. Antes pelo contrário: sedimenta ideias retrógradas de conformismo a normas do status quo, onde um bébé só pode vir ao mundo numa conjuntura de check-lists idealizadas. A verdade é que essas conjunturas são raríssimas - seja por motivos da carreira profissional, do parceiro, e de outros factores condicionantes. Mas um facto permanece sempre: a alegria de uma nova vida que simboliza o nosso futuro.
O Estado não se pode desresponsabilizar a sí e aos cidadãos portugueses: há que modernizar mentalidades, apoiar mães carenciadas e proceder a uma verdadeira educação sexual eficaz da juventude.Por isso, caros amigos, voto NÃO.
Rubina Berardo