Uma das boas canções de Lenine.
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
28.12.09
26.12.09
Publicidade
Há gestos que não devem ser publicitados.
O cónego Martins, ex-padre da Sé, criticou as empresas e os particulares que, no Natal - e apenas nesta altura do ano, fazem caridade. Pior, é expor o acto na comunicação social.
Foi na missa das 10 horas, deste sábado, em Machico.
O Cónego explicou que a solidariedade, não deve “ferir a dignidade” de quem precisa de ajuda. A pobreza, ou os pobres, são uma coisa muito “séria”, referiu o sacerdote.
Identifico-me com a ideia. O cónego não referiu nomes, mas recordo-me de duas instituições: - da RTP-Madeira e da Juventude Popular (JP). As duas foram notícia porque entregaram donativos. A RTP-Madeira aos sem abrigo e a JP ao Centro da Mãe.
Infelizmente, o que o cónego Martins diz na missa já não é notícia. Está distante dos holofotes dos média.
O cónego Martins, ex-padre da Sé, criticou as empresas e os particulares que, no Natal - e apenas nesta altura do ano, fazem caridade. Pior, é expor o acto na comunicação social.
Foi na missa das 10 horas, deste sábado, em Machico.
O Cónego explicou que a solidariedade, não deve “ferir a dignidade” de quem precisa de ajuda. A pobreza, ou os pobres, são uma coisa muito “séria”, referiu o sacerdote.
Identifico-me com a ideia. O cónego não referiu nomes, mas recordo-me de duas instituições: - da RTP-Madeira e da Juventude Popular (JP). As duas foram notícia porque entregaram donativos. A RTP-Madeira aos sem abrigo e a JP ao Centro da Mãe.
Infelizmente, o que o cónego Martins diz na missa já não é notícia. Está distante dos holofotes dos média.
23.12.09
Não é mesma coisa
Na minha casa já não existe Natal.
O pinheiro foi substituído por um objecto artificial. Não cheira, não cai ramos no chão….não é a mesma coisa.
Era eu o caçador de pinheiros. Cheguei a sair de manhã de casa e só regressei ao fim do dia. Não era uma tarefa fácil, encontrar um pinheiro decente para o pai natal. Não tinha consciência, mas acredito que era uma espécie de, Robin dos Bosques.
Ia com os meus vizinhos. Recordo-me de fazermos quilómetros e quilómetros, no meio de acácias, quando o que nós queríamos eram pinheiros; rasgar silvado, feiteira, à procura da árvore ideal. Aconteceu várias vezes, estarmos num monte e avistarmos no vale oposto um pinhal. Corríamos para lá, quando chegávamos eram pinheiros com mais 8 10, 15 e 20 metros de altura. Nem um pinheirinho para o pai natal. Passávamos horas e horas nisto.
Depois, deixei de ter “tempo” e ia ao Santo da Serra buscar um pinheiro. Mais tarde, já existiam pinheiros à venda em todo o lado, até que alguém comprou um pinheiro de plástico para casa…..
O pinheiro foi substituído por um objecto artificial. Não cheira, não cai ramos no chão….não é a mesma coisa.
Era eu o caçador de pinheiros. Cheguei a sair de manhã de casa e só regressei ao fim do dia. Não era uma tarefa fácil, encontrar um pinheiro decente para o pai natal. Não tinha consciência, mas acredito que era uma espécie de, Robin dos Bosques.
Ia com os meus vizinhos. Recordo-me de fazermos quilómetros e quilómetros, no meio de acácias, quando o que nós queríamos eram pinheiros; rasgar silvado, feiteira, à procura da árvore ideal. Aconteceu várias vezes, estarmos num monte e avistarmos no vale oposto um pinhal. Corríamos para lá, quando chegávamos eram pinheiros com mais 8 10, 15 e 20 metros de altura. Nem um pinheirinho para o pai natal. Passávamos horas e horas nisto.
Depois, deixei de ter “tempo” e ia ao Santo da Serra buscar um pinheiro. Mais tarde, já existiam pinheiros à venda em todo o lado, até que alguém comprou um pinheiro de plástico para casa…..
22.12.09
Nota 10
Os últimos dias serviram-me para testar o Serviço Regional de Saúde.
Sábado, após me ter atirado de uma escada, para não cair no chão como um boneco da banda desenhada, foi obrigado a ir à urgência do Hospital. A minha entrada aconteceu às 19:10 m. Às 21:40m já tinha sido observado por um médico; já me tinham realizado 3 raio-x ao pé esquerdo; a enfermeira enrolado uma compressa….e um funcionário até me ofereceu uma luva branca (a mão direita) com gelo, para colocar na “ferida”, enquanto aguardava boleia para regressar ao local do “crime”.
Quando cheguei foi tratado como um verdadeiro doente. Um funcionário, ao ver a minha dificuldade em andar, ofereceu-me uma cadeira de rodas. Até gosto de carrinhos e rodas, mas causou-me algum desconforto ter que me sentar naquela cadeira.
Só percebi que estava no objecto certo, quando foi encaminhado para a Ortopedia. Lá, encontrei mais doentes de cadeiras de rodas. Àquela hora eram poucos. Talvez dez. A maioria tinha um braço pendurado ao pescoço. Olhei-os a todos. Eles olharam-me e assim ficamos durante alguns minutos. O nosso silêncio apenas foi interrompido pela minha prima. Queria saber como eu estava. Foi a minha irmã que lhe deu a notícia. Passados alguns minutos, a minha prima regressa com um saco de gelo para eu colocar no pé. Ela é enfermeira, e vejam a minha sorte. Estava a trabalhar na urgência.
Voltei a olhar para as outras pessoas. Sorri-lhes. Até que uma senhora desabafa, com qualquer coisa do género: já estou cansada de estar aqui. Curioso, aproveitei para entrevistá-la. Fiquei a saber que nem era a doente. Ao lado estava uma senhora mais velha, mas com o mesmo ar cansado no rosto, a olhar para o vazio do corredor. Já estavam há 4 horas à espera que uma ambulância para regressarem à Madalena do Mar. Entraram no hospital por volta das 13 horas. Às 17 já tinham sido prestados todos os cuidados de saúde, mas ficaram retidas no hospital. Um táxi custa entre 50 a 60 euros.
A minha deambulação pelo sistema regional de saúde não termina aqui.
Na segunda-feira fui ao Centro de saúde, da minha área de residência, para o obter uma baixa. Disseram-me para voltar, terça-feira, de manhã, antes das 9:30 m. Levantei-me cedo e consegui consulta num médico de recurso, passavam poucos minutos das 11 horas.
Poderia ter ido ao privado, mas considero um crime pagar 50 euros para obter um papel.
No Centro foi atendido por uma enfermeira, que me encaminhou para um colega especializado em ortopedia, que me observou o pé, e fez algumas recomendações.
A todos, obrigado e um BOM NATAL.
Nota: o pé não está partido, nem rachado. Apenas ficou maltratado da queda. Há muitos anos que não fazia o salto em altura. Especialmente, de cima para baixo.
Sábado, após me ter atirado de uma escada, para não cair no chão como um boneco da banda desenhada, foi obrigado a ir à urgência do Hospital. A minha entrada aconteceu às 19:10 m. Às 21:40m já tinha sido observado por um médico; já me tinham realizado 3 raio-x ao pé esquerdo; a enfermeira enrolado uma compressa….e um funcionário até me ofereceu uma luva branca (a mão direita) com gelo, para colocar na “ferida”, enquanto aguardava boleia para regressar ao local do “crime”.
Quando cheguei foi tratado como um verdadeiro doente. Um funcionário, ao ver a minha dificuldade em andar, ofereceu-me uma cadeira de rodas. Até gosto de carrinhos e rodas, mas causou-me algum desconforto ter que me sentar naquela cadeira.
Só percebi que estava no objecto certo, quando foi encaminhado para a Ortopedia. Lá, encontrei mais doentes de cadeiras de rodas. Àquela hora eram poucos. Talvez dez. A maioria tinha um braço pendurado ao pescoço. Olhei-os a todos. Eles olharam-me e assim ficamos durante alguns minutos. O nosso silêncio apenas foi interrompido pela minha prima. Queria saber como eu estava. Foi a minha irmã que lhe deu a notícia. Passados alguns minutos, a minha prima regressa com um saco de gelo para eu colocar no pé. Ela é enfermeira, e vejam a minha sorte. Estava a trabalhar na urgência.
Voltei a olhar para as outras pessoas. Sorri-lhes. Até que uma senhora desabafa, com qualquer coisa do género: já estou cansada de estar aqui. Curioso, aproveitei para entrevistá-la. Fiquei a saber que nem era a doente. Ao lado estava uma senhora mais velha, mas com o mesmo ar cansado no rosto, a olhar para o vazio do corredor. Já estavam há 4 horas à espera que uma ambulância para regressarem à Madalena do Mar. Entraram no hospital por volta das 13 horas. Às 17 já tinham sido prestados todos os cuidados de saúde, mas ficaram retidas no hospital. Um táxi custa entre 50 a 60 euros.
A minha deambulação pelo sistema regional de saúde não termina aqui.
Na segunda-feira fui ao Centro de saúde, da minha área de residência, para o obter uma baixa. Disseram-me para voltar, terça-feira, de manhã, antes das 9:30 m. Levantei-me cedo e consegui consulta num médico de recurso, passavam poucos minutos das 11 horas.
Poderia ter ido ao privado, mas considero um crime pagar 50 euros para obter um papel.
No Centro foi atendido por uma enfermeira, que me encaminhou para um colega especializado em ortopedia, que me observou o pé, e fez algumas recomendações.
A todos, obrigado e um BOM NATAL.
Nota: o pé não está partido, nem rachado. Apenas ficou maltratado da queda. Há muitos anos que não fazia o salto em altura. Especialmente, de cima para baixo.
20.12.09
Qual fé?
A publicidade reflecte um aspecto, ainda ignorado, mas já enraizado, na sociedade contemporânea. A secularização da Europa e de uma boa parte dos países do mundo. Hoje, retiram-se os crucifixos das escolas, dos hospitais, dos lares, das creches, com o argumento da laicidade dos Estados. Nas casas das novas famílias, também já não existem crucifixos. Até os católicos deixaram de usar fios de prata ou de ouro, com uma cruz, ao pescoço. Trocaram-nos por objectos de outras religiões, que compraram ou lhes ofereceram, da Índia, no caso do Hinduísmo, do Tibete – o Budismo. Quem é que não se recorda das pulseiras da sorte do Brasil, e de outros adereços adquiridos, sobretudo, em viagens que as pessoas usam religiosamente?
É esta a fé dos homens na Europa. Uma fé agnóstica.
Os movimentos maçons conquistaram terreno. Infiltraram-se em todos os sectores da sociedade. Especialmente, na área económica e financeira dos Estados. Nunca como agora, tiveram sucesso, os livros que falam do “anti-cristo”. Quem não leu “O Código Da Vinci” e todos os descendentes desta linhagem literária?
Quem já não procurou, ou ainda procura encontrar a paz, a serenidade, ou uma cura para os males da vida, na Nova Era - New Age. Não me refiro à música, (os Enigma, por exemplo) mas a um estilo de vida moderno – como a prática do reiki, do yoga, a homeopatia, a consulta dos horóscopos, a frequência de centros espíritas e de outras "filosofias", para espantar os males da alma?
É este o nosso mundo.
É esta a nossa fé. Não a minha fé. Sou católico. Não sou praticante. A religião não é um desporto. É um acto de amor. O amor não se pratica. O amor sente-se. Manifesta-se no mais íntimo de cada um.
A campanha da PETA. Mais uma do género, revela que a organização não olha a meios para atingir fins
É esta a fé dos homens na Europa. Uma fé agnóstica.
Os movimentos maçons conquistaram terreno. Infiltraram-se em todos os sectores da sociedade. Especialmente, na área económica e financeira dos Estados. Nunca como agora, tiveram sucesso, os livros que falam do “anti-cristo”. Quem não leu “O Código Da Vinci” e todos os descendentes desta linhagem literária?
Quem já não procurou, ou ainda procura encontrar a paz, a serenidade, ou uma cura para os males da vida, na Nova Era - New Age. Não me refiro à música, (os Enigma, por exemplo) mas a um estilo de vida moderno – como a prática do reiki, do yoga, a homeopatia, a consulta dos horóscopos, a frequência de centros espíritas e de outras "filosofias", para espantar os males da alma?
É este o nosso mundo.
É esta a nossa fé. Não a minha fé. Sou católico. Não sou praticante. A religião não é um desporto. É um acto de amor. O amor não se pratica. O amor sente-se. Manifesta-se no mais íntimo de cada um.
A campanha da PETA. Mais uma do género, revela que a organização não olha a meios para atingir fins
18.12.09
Ateus, agnósticos, paladinhos da laicidade: ofendai-vos!
O quê? Não
me digam
que o crucifixo
não ofende a V/ laicidade? Ou quando
é profanado
não há
problema?
Só o seu
uso ancestral
religioso
é que é
criticável
?
Casamento entre pessoas do mesmo sexo: algumas preocupações!
Ou muito me engano, ou a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo não será o passeio pela praia que muitos parecem estar convencidos.
Antes de mais, porque nem o acesso ao casamento parece ser um direito ou, sequer, um dever (logo extensível a todos os indivíduos, conforme o princípio constitucional da Igualdade, a que muitos defensores da alteração ao casamento recorrem), nem parece haver consenso relativamente à matriz constitucional do casamento. Aliás, sobre isto, basta ver o que pensam constitucionalistas como Jorge Miranda, Bacelar Gouveia, ou Paulo Otero, um dos mais prestigiados professores portugueses de Direito. Recorde-se que Jorge Miranda entende que "a Constituição define o casamento como uma união heterossexual, pois um dos pressupostos do casamento é a filiação”. Ora, não me parece que possa haver filiação numa relação entre pessoas do mesmo sexo.
Já Paulo Otero defende que "os direitos fundamentais devem ser interpretados de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH), que consagra o casamento entre pessoas de sexo diferente". Repito: Declaração Universal do Direitos do Homem (esse documento retrógado, fascista, elaborado por conservadores de direita).
Posto isto, e perante a certeza deste especialista de que "O diploma será sempre inconstitucional", pergunto-me se a coisa será assim tão pacífica, ao nível constitucional.
Por outro lado, se a própria matriz constitucional é questionável, será possível ou legítimo depurar o casamento da sua verdadeira matriz ética e cultural, que se inscreve na tradição judaico-cristã?
Mas mais, relativamente à filiação e ao direito à adopção, a pergunta que me faço é se com a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo sem acesso à adopção não estaremos a ferir o documento de inconstitucionalidade, à luz do mesmo princípio de Igualdade?
E se assim for, ou seja, se admitirmos que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo só serão efectivamente depurados de discriminação se permitir o acesso a todas as consequências (logo, levar à adopção), não estaremos nós a admitir que, afinal, os opositores tinham razão quando afirmam que a questão da filiação é uma característica do casamento, só possível entre pessoas de sexo diferente?
Mas tenho ainda muitas outras dúvidas. Por exemplo, com esta alteração, como passaremos a definir o casamento? É um mero contrato entre duas pessoas? Então poderá ser feito, mesmo que não haja sexualidade pelo meio. Certo? Dois amigos heterossexuais, para obterem benefícios fiscais, poderão casar? E porquê limitar a apenas duas pessoas? Em nome de quê? De uma tradição, de uma cultura? Não estaremos nós a discriminar outras minorias, como a muçulmana? Como definir, então, como estabelecer os limites do casamento?
Para além disto, estou em crer que muitos dos que se batem por esta causa não querem apenas defender o acesso, aos homossexuais, aos direitos a que o casamento dá acesso. Se assim fosse, não me parece que causasse tanta celeuma a realização de um outro tipo de contrato civil. Existem muitos movimentos da esquerda radical que pretendem apenas a hostilização, por questões ideológicas. Porque entendem que esta é a forma de se oporem a valores absolutos que poderão haver do outro lado. E com isto não posso compactuar nem tolero!
No fundo, o que acho é que, fruto de uma certa superficialidade conceptual e ética; de uma relatividade moral; de uma ânsia desmedida de revolucionar e acabar com tudo o que é passado; de um furacão que ser fazer-se passar por progressista, como se toda a tradição fosse negativa, está-se a abrir uma caixa de Pandora. Ontem foi o aborto, hoje é o casamento, amanhã é a adopção, tudo sem grande reflexão, tudo de uma forma repentista, arbitrária e irresponsável. Depois, o que virá?
Mas será isto tudo tão dramático, como parece que eu quero pintar? Não! Preocupa-me é esta relativização dos valores contemporânea que deixamos que se instalasse entre nós. E os maiores horrores aconteceram sempre que eticamente fomos absolutistas ou laxistas.
Antes de mais, porque nem o acesso ao casamento parece ser um direito ou, sequer, um dever (logo extensível a todos os indivíduos, conforme o princípio constitucional da Igualdade, a que muitos defensores da alteração ao casamento recorrem), nem parece haver consenso relativamente à matriz constitucional do casamento. Aliás, sobre isto, basta ver o que pensam constitucionalistas como Jorge Miranda, Bacelar Gouveia, ou Paulo Otero, um dos mais prestigiados professores portugueses de Direito. Recorde-se que Jorge Miranda entende que "a Constituição define o casamento como uma união heterossexual, pois um dos pressupostos do casamento é a filiação”. Ora, não me parece que possa haver filiação numa relação entre pessoas do mesmo sexo.
Já Paulo Otero defende que "os direitos fundamentais devem ser interpretados de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH), que consagra o casamento entre pessoas de sexo diferente". Repito: Declaração Universal do Direitos do Homem (esse documento retrógado, fascista, elaborado por conservadores de direita).
Posto isto, e perante a certeza deste especialista de que "O diploma será sempre inconstitucional", pergunto-me se a coisa será assim tão pacífica, ao nível constitucional.
Por outro lado, se a própria matriz constitucional é questionável, será possível ou legítimo depurar o casamento da sua verdadeira matriz ética e cultural, que se inscreve na tradição judaico-cristã?
Mas mais, relativamente à filiação e ao direito à adopção, a pergunta que me faço é se com a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo sem acesso à adopção não estaremos a ferir o documento de inconstitucionalidade, à luz do mesmo princípio de Igualdade?
E se assim for, ou seja, se admitirmos que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo só serão efectivamente depurados de discriminação se permitir o acesso a todas as consequências (logo, levar à adopção), não estaremos nós a admitir que, afinal, os opositores tinham razão quando afirmam que a questão da filiação é uma característica do casamento, só possível entre pessoas de sexo diferente?
Mas tenho ainda muitas outras dúvidas. Por exemplo, com esta alteração, como passaremos a definir o casamento? É um mero contrato entre duas pessoas? Então poderá ser feito, mesmo que não haja sexualidade pelo meio. Certo? Dois amigos heterossexuais, para obterem benefícios fiscais, poderão casar? E porquê limitar a apenas duas pessoas? Em nome de quê? De uma tradição, de uma cultura? Não estaremos nós a discriminar outras minorias, como a muçulmana? Como definir, então, como estabelecer os limites do casamento?
Para além disto, estou em crer que muitos dos que se batem por esta causa não querem apenas defender o acesso, aos homossexuais, aos direitos a que o casamento dá acesso. Se assim fosse, não me parece que causasse tanta celeuma a realização de um outro tipo de contrato civil. Existem muitos movimentos da esquerda radical que pretendem apenas a hostilização, por questões ideológicas. Porque entendem que esta é a forma de se oporem a valores absolutos que poderão haver do outro lado. E com isto não posso compactuar nem tolero!
No fundo, o que acho é que, fruto de uma certa superficialidade conceptual e ética; de uma relatividade moral; de uma ânsia desmedida de revolucionar e acabar com tudo o que é passado; de um furacão que ser fazer-se passar por progressista, como se toda a tradição fosse negativa, está-se a abrir uma caixa de Pandora. Ontem foi o aborto, hoje é o casamento, amanhã é a adopção, tudo sem grande reflexão, tudo de uma forma repentista, arbitrária e irresponsável. Depois, o que virá?
Mas será isto tudo tão dramático, como parece que eu quero pintar? Não! Preocupa-me é esta relativização dos valores contemporânea que deixamos que se instalasse entre nós. E os maiores horrores aconteceram sempre que eticamente fomos absolutistas ou laxistas.
15.12.09
Pecadilhos há de ambos os lados
E perante todo esse aluimento que vislumbras na argumentação que não concordas, define lá o casamento? É que pecadilhos na argumentação, existe em todos os lados...
E, naturalmente, que me reconhecerás a inteligência de não cair na falácia de argumentar com valores relativos.
E, naturalmente, que me reconhecerás a inteligência de não cair na falácia de argumentar com valores relativos.
Para que serve a greve?
A história conta-se rápido: os donos de supermercados querem que os trabalhadores possam vergar a mola até 12 horas diárias, sem qualquer benefício, se para isso forem convocados no dia imediatamente anterior. Os trabalhadores, com a ingratidão que lhes é reconhecida, disseram: ora e os senhores querem-no lavado? Não? Então vamos fazer greve, se vocês inisitirem nessa imbecilidade.
A associação que representa o patronato faz beicinho e diz que os trabalhadores estão a fazer da greve uma arma de arremesso.
Neste ponto, apetece-nos perguntar: e o senhor achava que a greve serve para quê? Para as empresas pouparem uns trocados? É que, caro senhor, isso é lay-off, não greve.
É claro que a greve é a arma que os trabalhadores têm para lutar e repudiar as vilanias nos empresários palermas.
A associação que representa o patronato faz beicinho e diz que os trabalhadores estão a fazer da greve uma arma de arremesso.
Neste ponto, apetece-nos perguntar: e o senhor achava que a greve serve para quê? Para as empresas pouparem uns trocados? É que, caro senhor, isso é lay-off, não greve.
É claro que a greve é a arma que os trabalhadores têm para lutar e repudiar as vilanias nos empresários palermas.
Tribuinal de Contas chumbou? Não há problema, que a gente contorna isso...
De acordo com uma notícia da SIC, apesar do chumbo do Tribunal de Contas a negócios para a construção e exploração de 5 autoestradas, parece que as obras continuam a toda a força. É o respeito que este governo tem pela Justiça e o perfeita noção da sua absoluta ininputabilidade. Certos estarão que o negócio far-se-á. Ainda que possa ir contra os interesses do Estado, ainda que possa ser ilegal. Triste país...
UE pede explicações sobre "Magalhães"
Afinal, parece que as dúvidas que meia-dúzia de tontinhos levantavam acerca do "Magalhães", quando eram óbvios todos os benefícios que a boa máquina traria, não eram assim tão desprezíveis. Depois da Assembleia da República, é agora a UE a pedir explicações. Pode ser que venhamos, finalmente, saber porque carga d'água não houve concurso público.
14.12.09
Sporting- Burocracia matou a paixão
Alguém soltava foguetes no fundo da rua. Pum, pum, pum, um, dois, três foguetes que quebravam a rotina dos meus sete anos. Estávamos em 1982 e o Sporting era campeão e eu só descobri quando desci a rua à procura da origem da festa.
Pum, pum, pum, em cima de um muro alguém soltava foguetes, um, dois, três foguetes e eu pensei que aquele era um momento importante e que o facto de um tal Sporting ser campeão era muito importante!
Pum, pum, pum, um, dois, três foguetes e agora era o Joaquim Agostinho que subia o Alpe d’Huez como um foguete.
Pum, pum, pum, um, dois, três foguetes e o Carlos Lopes era uma flecha em 1984 e corria como o vento para a primeira medalha de ouro de Portugal, o hino tocou de madrugada e eu fiquei acordado para ver.
…, um foguete que não se ouve numa pista de 10.000 mil metros.
Pum, pum, um, dois foguetes de apelido Castro que eram Deus e o Diabo
Pum, um tiro de partida para Obikwelo
Pum, pum, pum, um, dois, três foguetes e o Acosta arrancava para a baliza do Baía, era uma fúria que se soltava.
Pum, pum, pum, um, dois três, quarenta foguetes para louvar o Jardel!
…, …,… um, dois, três minutos de silêncio para meditar sobre o eclipse de um clube.
…,…,… os foguetes só eclodem quando há paixão. No Sporting, venceram os burocratas. Aqueles que não entendem que aos clubes compete vender ilusões e não números. Que nenhum relatório e contas bem apresentado se sobrepõe a três foguetes lançados ao ar, numa tarde de domingo, que aprisionaram aquele que vos escreve. Ouvir-se-ão outra vez?
Pum, pum, pum, em cima de um muro alguém soltava foguetes, um, dois, três foguetes e eu pensei que aquele era um momento importante e que o facto de um tal Sporting ser campeão era muito importante!
Pum, pum, pum, um, dois, três foguetes e agora era o Joaquim Agostinho que subia o Alpe d’Huez como um foguete.
Pum, pum, pum, um, dois, três foguetes e o Carlos Lopes era uma flecha em 1984 e corria como o vento para a primeira medalha de ouro de Portugal, o hino tocou de madrugada e eu fiquei acordado para ver.
…, um foguete que não se ouve numa pista de 10.000 mil metros.
Pum, pum, um, dois foguetes de apelido Castro que eram Deus e o Diabo
Pum, um tiro de partida para Obikwelo
Pum, pum, pum, um, dois, três foguetes e o Acosta arrancava para a baliza do Baía, era uma fúria que se soltava.
Pum, pum, pum, um, dois três, quarenta foguetes para louvar o Jardel!
…, …,… um, dois, três minutos de silêncio para meditar sobre o eclipse de um clube.
…,…,… os foguetes só eclodem quando há paixão. No Sporting, venceram os burocratas. Aqueles que não entendem que aos clubes compete vender ilusões e não números. Que nenhum relatório e contas bem apresentado se sobrepõe a três foguetes lançados ao ar, numa tarde de domingo, que aprisionaram aquele que vos escreve. Ouvir-se-ão outra vez?
13.12.09
Ser politólogo...
Ser politólogo está hoje na moda, e saltam para as televisões e para os jornais que nem "coelhos da cartola". Os cientistas políticos ultimamente têm saído do anonimato, ou então ganharam uma nova designação. Registei no último mês (se não me falha a memória), o aparecimento de 2 politólogos na Madeira. Foi através do programa da RTP-M, "Dossier de Imprensa". Congratulo-me que apareçam novos talentos na nossa praça.
Os politólogos, ou na designação britânica, political scientists, são investigadores dos fenómenos políticos (em sentido restrito), que desenvolvem a sua actividade profissional nas Universidades e/ou Centros de Investigação.
Á medida que o programa avançava, surgiram alguma perguntas...: Enquanto politólogos quais as áreas de interesse? Qual a sua ocupação profissional? Quais as publicações que dispõem? Quais os artigos publicados nacionais e internacionais em revista de referee? Quais as comunicações apresentadas em Congressos nacionais e internacionais da especialidade? São académicos, leccionam em alguma universidade? Estão adstritos a algum Laboratório de Investigação Associado (I&D) nacional ou internacional?
Levanto estas questões, porque nem sempre se questiona, aceita-se simplesmente...
Fico a aguardar pelas próximas apresentações de "novos talentos", pelo que sei ainda faltam pelo menos meia dúzia....
12.12.09
O Magalhães é tão boommm!...
Cento e oitenta milhões de Euros foi o que Sócrates desviou da Acção Social Escolar para pagar à JP Sá Couto (deixem-se lá que engenharias financeiras elaboradas, porque o dinheiro foi lá bater). Cento e oitenta milhões desviados dos apoios sociais, das refeições e transportes escolares. Tudo em prol de uma demagogia política, de um trunfo propagandístico que, conforme se verá, não tem qualquer relevância educativa. As crianças ficaram por apoiar, as escolas continuaram por equipar, e a JP Sá Couto (e, sabe-se lá mais quantas empresas) meteram ao bolso milhões de Euros. Ora, batam lá mais palminhas ao Magalhães! É que é tão fantástico (na relação preço-qualidade, não será do piorzinho que existe no mercado?), tão boommm...
PS-Madeira a ver navio AJJ passar
Mais uma vez, Jardim dá água pelas barbas aos seus opositores, internos e externos. Não sou grande adepto da "real-politik", mas AJJ comprova que neste jogo é mestre.
E, enquanto o PSD-Madeira consegue mais esta vitória (não discuto a bondade da medida, apenas a vitória política), o PS-Madeira demonstra que é uma absoluta irrelevância política. Ñão conta para nada, nem na Madeira, nem fora dela e nem mesmo os camaradas de Lisboa se lhes passam qualquer cavaco. Elucidativo é o facto de andar a proclamar a bondade da LFR, quando está mais que visto que esta lei está moribunda. Até José Manuel Rodrigues consegue ser mais relevante politicamente do que o PS.
E assim sendo, como pode almejar ser, alguma vez, poder?
E, enquanto o PSD-Madeira consegue mais esta vitória (não discuto a bondade da medida, apenas a vitória política), o PS-Madeira demonstra que é uma absoluta irrelevância política. Ñão conta para nada, nem na Madeira, nem fora dela e nem mesmo os camaradas de Lisboa se lhes passam qualquer cavaco. Elucidativo é o facto de andar a proclamar a bondade da LFR, quando está mais que visto que esta lei está moribunda. Até José Manuel Rodrigues consegue ser mais relevante politicamente do que o PS.
E assim sendo, como pode almejar ser, alguma vez, poder?
11.12.09
Público versus Privado
Há matérias que não percebo.
Há anos uns políticos - por acaso não votei neles, (vivo e voto noutro município) mas é como se tivesse depositado a minha confiança nessas pessoas - entregaram espaço público – ou seja que é de todos nós - a uma empresa privada para um novo negócio. Chama-se parcómetros.
A decisão, política, foi na altura sustentada em indicadores da economia neoliberal. Ou seja, que o sector público deve emagrecer. Apenas deve ficar com a gestão do que é essencial, como a água, a electricidade... O problema é definir o que é essencial do acessório.
Não tenho dúvidas que a responsabilidade da actual crise financeira, económica e social que atravessa o mundo, se deve, em parte, à economia neoliberal.
Passados alguns anos o munícipe que paga impostos às Câmaras Municipais, à Região Autónoma e ao Estado, volta a ser provocado. Desta vez, quem o faz é a empresa que explora os parcómetros. Anunciou que vai agir judicialmente contra os automobilistas que se atrasam 10, 15 minutos em tirar o carro do parcómetro.
O surreal da situação é quem devia reagir está calado. Pior. Não faz nada. Neste caso é a Câmara do Funchal e os municípios onde as empresas de parcómetros consideram que adquiriram “direitos” sobre o espaço público. Sustentam a posição em pareceres jurídicos
Outro assunto que me deixa triste é a decisão, uma vez mais, política, de criar guardas-nocturnos.
É um outro erro. O Estado e bem, tem polícias para garantir a segurança dos cidadãos. Se essa segurança está a falhar a solução não é fazê-la com os próprios meios. É exigir que o Estado actue sobre as polícias, para que elas executem de forma mais eficiente o respectivo trabalho.
Infelizmente existem políticos que não aprendem com os erros dos outros nem com as falhas do passado.
Nos E.U.A., por exemplo, na década de 90 vários municípios venderam a rende pública de água potável a empresas. Passados alguns anos, as câmaras foram obrigadas a readquiri-las por causa das queixas sobre o serviço.
Há anos uns políticos - por acaso não votei neles, (vivo e voto noutro município) mas é como se tivesse depositado a minha confiança nessas pessoas - entregaram espaço público – ou seja que é de todos nós - a uma empresa privada para um novo negócio. Chama-se parcómetros.
A decisão, política, foi na altura sustentada em indicadores da economia neoliberal. Ou seja, que o sector público deve emagrecer. Apenas deve ficar com a gestão do que é essencial, como a água, a electricidade... O problema é definir o que é essencial do acessório.
Não tenho dúvidas que a responsabilidade da actual crise financeira, económica e social que atravessa o mundo, se deve, em parte, à economia neoliberal.
Passados alguns anos o munícipe que paga impostos às Câmaras Municipais, à Região Autónoma e ao Estado, volta a ser provocado. Desta vez, quem o faz é a empresa que explora os parcómetros. Anunciou que vai agir judicialmente contra os automobilistas que se atrasam 10, 15 minutos em tirar o carro do parcómetro.
O surreal da situação é quem devia reagir está calado. Pior. Não faz nada. Neste caso é a Câmara do Funchal e os municípios onde as empresas de parcómetros consideram que adquiriram “direitos” sobre o espaço público. Sustentam a posição em pareceres jurídicos
Outro assunto que me deixa triste é a decisão, uma vez mais, política, de criar guardas-nocturnos.
É um outro erro. O Estado e bem, tem polícias para garantir a segurança dos cidadãos. Se essa segurança está a falhar a solução não é fazê-la com os próprios meios. É exigir que o Estado actue sobre as polícias, para que elas executem de forma mais eficiente o respectivo trabalho.
Infelizmente existem políticos que não aprendem com os erros dos outros nem com as falhas do passado.
Nos E.U.A., por exemplo, na década de 90 vários municípios venderam a rende pública de água potável a empresas. Passados alguns anos, as câmaras foram obrigadas a readquiri-las por causa das queixas sobre o serviço.
8.12.09
Sobre LX
Texto publicado no blog do NESD há algumas semanas. A gentil convite do Eduardo.
Saí com 18 anos. De Lisboa conhecia as principais ruas e tinha as referências que curtas estadas em férias me permitiam.
Na sala de embarque tinha duas malas cheias, uma namorada de nome Paula, que veio à aventura comigo (espero que ela não leve a mal a referência, mas já passaram tantos anos…) e uma dose inacreditável de vontade de ver e viver aquilo que para mim era novo. Na Portela tinha um primo do meu pai, que simpaticamente me hospedou em Carnaxide, durante o primeiro mês de Lisboa. Fiquei agradecido pelo gesto mas com a certeza absoluta de que, não tivesse eu encontrado vaga em casa da D. Arlete, no Bairro de Alvalade, teria regressado ao Funchal de malas aviadas em dois ou três meses. O trânsito do IC 19 e os autocarros da Vimeca, para onde me atirava após as rituais correrias contra o tempo que me deixavam sem fôlego e como saudades do “44” amarelo e branco que na minha cidade me depositava à porta de casa em pouco mais de 10 minutos teriam dado cabo deste que vos escreve.
Mas providência divina não quis deixar-me desamparado. E lá surgiu, nas catacumbas do “velho” ISCTE, um anúncio de um quarto – banho diário – relativamente barato ali para os lados de Alvalade. Apaixonei-me por Lisboa na Avenida Rio de Janeiro, num prédio “rosa estado novo” encostado ao quartel de Bombeiros do
bairro construído nos terrenos do visconde que fundou o meu clube.
Foi ali que percebi que afinal Lisboa era mais pequena do que o Tejo e que se podia navegar sem bússola para quase todo o lado. Foi daquele quartel-general sólido que parti à descoberta da cidade. Primeiro timidamente. Depois avidamente, na companhia de dois dos meus mais féis e queridos amigos, o Rui e o Diogo, lisboetas empedernidos.
Como é óbvio não aguentei muito tempo as regras rígidas, quase vitorianas, da casa da D. Arlete e quando pude, uns meses depois, mudei-me para um apartamento alugado por uns compinchas do Funchal, onde me senti em casa pela primeira vez na velhinha capital do império.
Confesso o meu pecado: apaixonei-me mesmo por Lisboa (e em Lisboa, por acaso). Gosto do movimento e da sensação de anonimato relativo. Gosto do novo que se apresenta todos os dias. Gosto das manhãs frias, como aquela em que vos escrevo. Gosto da cor da cidade. Gosto do miradouro da Graça com a sua esplanada onde, com sorte, aos domingos à tarde se ouve Tom Waits e Leonard Cohen. Gosto do Bairro Alto e de Alfama. Gosto do fado da Tasca do Chico e das noites do Lux e da Kapital. Gosto dos jogos em Alvalade e dos rissóis do Tico-Tico (não conhecem? Experimentem…). Gosto da falsa eternidade da cidade. Enfim, gosto de Lisboa, onde volto sempre que posso (hoje estou cá, a propósito).
Pode parecer-vos estranho começar um texto sobre um regresso elogiando tão calorosamente o sítio de onde se parte. Pois é, meus caros leitores, mas para se perceber o ponto de chegada há que entender a casa de partida. Ou estarei errado? Digam-me vocês, que simpaticamente dedicam o tempo a ver estas linhas.
Meti-me no avião rumo ao Funchal – contrariado, confesso – no final de 1999, já lá vão dez anos. Naquele tempo, não era fácil a um finalista de Sociologia encontrar emprego na capital do império. Bem tentei, mas com o sotaque funchalense que Deus me deu - e que eu me recusei a perder - até os call-center se fecharam a sete cadeados.
Sem dinheiro, voltei para a minha cidade – por paradoxal que possa parecer, sempre considerei o Funchal como “a minha cidade”.
Podia dizer-vos que foi fácil. Que tinha saudades da sopa da minha avó, da cama feita pela minha mãe, do ténis de sábado à tarde, das espetadas e do bolo do caco. Era um belo final de texto, ou não? Previsível, como um blockbuster americano. Imaginem a cena final:
- um abraço da mãe sob o sol resplandecente de Dezembro. Amigos à espera para uma festa surpresa. Planos abertos, com uma musiquinha suave e verde, muito verde, como pano de fundo. Sobe depois o genérico. Por ordem alfabética…
Pois bem, meus caros amigos. Destruam a cena idílica. O regresso foi difícil. A sopa da avó sabia mal. Embirrava solenemente com a maneira como a minha mãe fazia a cama. No ténis, a minha esquerda deixara de funcionar e a direita entrava sempre tarde e curta. Os amigos estavam com pouca disposição para festas, uns tão desorientados como eu, outros (des)orientados de outra maneira, casados e pais de filhos, mecânicos responsáveis em belas oficinas auto.
Faltava-me o novo, a liberdade de movimentos, os desafios que a transformação operada em mim por Lisboa pedia. Lamento desiludi-los, meus caros conterrâneos, mas foram mares difíceis aqueles em que naveguei nos primeiros tempos.
Sabem, devo confessar-vos uma coisa. As cidades e os países provocam um efeito estranho em mim: o de querer a todo o custo pertencer-lhes. Não concebo as viagens senão como uma experiência de vivência e de integração. Fiz-me entender? Talvez não tenha sido tão claro como gostaria, mas citando o maior madeirense vivo (desculpem-me se ofendo alguém, não é de propósito), Herberto Helder, é uma questão de estilo. O estilo necessário para pôr em ordem a “desordem estuporada da vida”.
Bem, o facto de ter encontrado um estilo - às vezes confuso, eu sei - e a sorte que me garantiu um emprego de que gostei à partida, contribuíram para que aos poucos me voltasse a integrar na “minha cidade”.
Percebi então que se Lisboa não é maior que o Tejo, o Funchal, e a Madeira, podem ser maiores do que o Atlântico. Basta encontrar um estilo. E usar alguma imaginação.
Saí com 18 anos. De Lisboa conhecia as principais ruas e tinha as referências que curtas estadas em férias me permitiam.
Na sala de embarque tinha duas malas cheias, uma namorada de nome Paula, que veio à aventura comigo (espero que ela não leve a mal a referência, mas já passaram tantos anos…) e uma dose inacreditável de vontade de ver e viver aquilo que para mim era novo. Na Portela tinha um primo do meu pai, que simpaticamente me hospedou em Carnaxide, durante o primeiro mês de Lisboa. Fiquei agradecido pelo gesto mas com a certeza absoluta de que, não tivesse eu encontrado vaga em casa da D. Arlete, no Bairro de Alvalade, teria regressado ao Funchal de malas aviadas em dois ou três meses. O trânsito do IC 19 e os autocarros da Vimeca, para onde me atirava após as rituais correrias contra o tempo que me deixavam sem fôlego e como saudades do “44” amarelo e branco que na minha cidade me depositava à porta de casa em pouco mais de 10 minutos teriam dado cabo deste que vos escreve.
Mas providência divina não quis deixar-me desamparado. E lá surgiu, nas catacumbas do “velho” ISCTE, um anúncio de um quarto – banho diário – relativamente barato ali para os lados de Alvalade. Apaixonei-me por Lisboa na Avenida Rio de Janeiro, num prédio “rosa estado novo” encostado ao quartel de Bombeiros do
bairro construído nos terrenos do visconde que fundou o meu clube.
Foi ali que percebi que afinal Lisboa era mais pequena do que o Tejo e que se podia navegar sem bússola para quase todo o lado. Foi daquele quartel-general sólido que parti à descoberta da cidade. Primeiro timidamente. Depois avidamente, na companhia de dois dos meus mais féis e queridos amigos, o Rui e o Diogo, lisboetas empedernidos.
Como é óbvio não aguentei muito tempo as regras rígidas, quase vitorianas, da casa da D. Arlete e quando pude, uns meses depois, mudei-me para um apartamento alugado por uns compinchas do Funchal, onde me senti em casa pela primeira vez na velhinha capital do império.
Confesso o meu pecado: apaixonei-me mesmo por Lisboa (e em Lisboa, por acaso). Gosto do movimento e da sensação de anonimato relativo. Gosto do novo que se apresenta todos os dias. Gosto das manhãs frias, como aquela em que vos escrevo. Gosto da cor da cidade. Gosto do miradouro da Graça com a sua esplanada onde, com sorte, aos domingos à tarde se ouve Tom Waits e Leonard Cohen. Gosto do Bairro Alto e de Alfama. Gosto do fado da Tasca do Chico e das noites do Lux e da Kapital. Gosto dos jogos em Alvalade e dos rissóis do Tico-Tico (não conhecem? Experimentem…). Gosto da falsa eternidade da cidade. Enfim, gosto de Lisboa, onde volto sempre que posso (hoje estou cá, a propósito).
Pode parecer-vos estranho começar um texto sobre um regresso elogiando tão calorosamente o sítio de onde se parte. Pois é, meus caros leitores, mas para se perceber o ponto de chegada há que entender a casa de partida. Ou estarei errado? Digam-me vocês, que simpaticamente dedicam o tempo a ver estas linhas.
Meti-me no avião rumo ao Funchal – contrariado, confesso – no final de 1999, já lá vão dez anos. Naquele tempo, não era fácil a um finalista de Sociologia encontrar emprego na capital do império. Bem tentei, mas com o sotaque funchalense que Deus me deu - e que eu me recusei a perder - até os call-center se fecharam a sete cadeados.
Sem dinheiro, voltei para a minha cidade – por paradoxal que possa parecer, sempre considerei o Funchal como “a minha cidade”.
Podia dizer-vos que foi fácil. Que tinha saudades da sopa da minha avó, da cama feita pela minha mãe, do ténis de sábado à tarde, das espetadas e do bolo do caco. Era um belo final de texto, ou não? Previsível, como um blockbuster americano. Imaginem a cena final:
- um abraço da mãe sob o sol resplandecente de Dezembro. Amigos à espera para uma festa surpresa. Planos abertos, com uma musiquinha suave e verde, muito verde, como pano de fundo. Sobe depois o genérico. Por ordem alfabética…
Pois bem, meus caros amigos. Destruam a cena idílica. O regresso foi difícil. A sopa da avó sabia mal. Embirrava solenemente com a maneira como a minha mãe fazia a cama. No ténis, a minha esquerda deixara de funcionar e a direita entrava sempre tarde e curta. Os amigos estavam com pouca disposição para festas, uns tão desorientados como eu, outros (des)orientados de outra maneira, casados e pais de filhos, mecânicos responsáveis em belas oficinas auto.
Faltava-me o novo, a liberdade de movimentos, os desafios que a transformação operada em mim por Lisboa pedia. Lamento desiludi-los, meus caros conterrâneos, mas foram mares difíceis aqueles em que naveguei nos primeiros tempos.
Sabem, devo confessar-vos uma coisa. As cidades e os países provocam um efeito estranho em mim: o de querer a todo o custo pertencer-lhes. Não concebo as viagens senão como uma experiência de vivência e de integração. Fiz-me entender? Talvez não tenha sido tão claro como gostaria, mas citando o maior madeirense vivo (desculpem-me se ofendo alguém, não é de propósito), Herberto Helder, é uma questão de estilo. O estilo necessário para pôr em ordem a “desordem estuporada da vida”.
Bem, o facto de ter encontrado um estilo - às vezes confuso, eu sei - e a sorte que me garantiu um emprego de que gostei à partida, contribuíram para que aos poucos me voltasse a integrar na “minha cidade”.
Percebi então que se Lisboa não é maior que o Tejo, o Funchal, e a Madeira, podem ser maiores do que o Atlântico. Basta encontrar um estilo. E usar alguma imaginação.
7.12.09
Segurança (Protecção) Social só para políticos e tecido empresarial?
Ora, garantem-nos os economistas; os pseudo-economistas; os tonto-economistas; os comentadores; os especialistas; os auto-denominados peritos; os fiscalistas; os políticos, entre outros que a Segurança Social não tem viabilidade financeira.
Ora, estou confuso. Então é preciso diminuir os benefícios sociais, em nome dessa sustentabilidade, mas afinal a Segurança Social consegue suportar o pagamento dos "Magalhães" à JP Sá Couto, ou 15% dos aumentos do Salário Mínimo Nacional? Então o sistema está a colapsar, mas sobra para medidas demagógicas, popularuchas e ainda para dar algum à SONAE, à Jerónimo Martins e outros quejandos?
Ora, estou confuso. Então é preciso diminuir os benefícios sociais, em nome dessa sustentabilidade, mas afinal a Segurança Social consegue suportar o pagamento dos "Magalhães" à JP Sá Couto, ou 15% dos aumentos do Salário Mínimo Nacional? Então o sistema está a colapsar, mas sobra para medidas demagógicas, popularuchas e ainda para dar algum à SONAE, à Jerónimo Martins e outros quejandos?
De quê tem medo o PS?
Não percebo o histerismo que o PS tem relevado após o PSD ter anunciado uma comissão de inquérito ao “Magalhães”.
Se o processo é tão transparente quanto defendem; se não houve/há ilegalidades ou actos ilícitos; se a adjudicação à JP Sá Couto, sem concurso, observou as normas de contratação pública; se os financiamentos à Fundação para as Comunicações Móveis são claros e legítimos; se o programa e o computador são assim tão fantásticos, afinal, de quê tem medo o PS?
Louvo a iniciativa do PSD que, com toda a certeza, esclarecerá muitas das questões que sempre coloquei.
Se o processo é tão transparente quanto defendem; se não houve/há ilegalidades ou actos ilícitos; se a adjudicação à JP Sá Couto, sem concurso, observou as normas de contratação pública; se os financiamentos à Fundação para as Comunicações Móveis são claros e legítimos; se o programa e o computador são assim tão fantásticos, afinal, de quê tem medo o PS?
Louvo a iniciativa do PSD que, com toda a certeza, esclarecerá muitas das questões que sempre coloquei.
6.12.09
Não se regressa a um lugar de onde nunca se partiu!
O NESDlx desafiou-me a escrever um texto sobre a minha experiência fora da Madeira! Fi-lo. Publico-o, também, com a devida vénia ao Eduardo, pela gentileza que teve.
Contra a minha racionalidade religiosa, convivo, desde sempre, com um certo misticismo bretão, druídico, que me permite reconhecer o espírito da terra. Por isso, a Madeira para mim não é apenas uma ilha, não é apenas um local, não é uma simples referência geográfica. A Madeira que vive em mim tem uma imagem antropomórfica, tem um espírito, uma alma e uma consciência. Por ela sou uma espécie de Átis que ama e vive para a sua deusa Cibele. Submeto-me a ela com a pequenez de um humano, ante a grandeza da divindade. A Madeira é minha utopia, é a representação terrena do paraíso, é o meu delírio onírico, é a minha maior paixão.
Por tudo isto sinto que nunca saí da Madeira. É verdade que estive - e, por mais um acaso dos destino, permaneço – deslocado. Mas nunca esse deslocamento representou uma ausência. Não teria sido possível. Não para mim.E foi assim que dei comigo em Coimbra, com a esperança e optimismo que se prendem ao olhar dos 19 anos e a Madeira agarrada à voz. Não, não era apenas o sotaque que carregava e carrego comigo, como se fosse o meu bem mais precioso, que denunciava o sangue ilhéu. Quem então me conheceu – aliás, tal como agora – sabia – e sabe! – que, para mim, ser madeirense é mais do que ser natural da ilha: é um estado de alma, é a forma mais elevada de ser eu próprio.
A sombra da Madeira que o Sol do ocaso projecta sobre o Atlântico – e que suporta a lenda da Ilha de Arguim – acompanha-me desde então e não permite qualquer dúvida acerca da minha origem ou do meu destino. Quem me conhecia sabia que não havia concorrência possível, que a Madeira estava-me inscrita no sangue.
Se Coimbra contou? Se consegui libertar-me das inevitáveis amarras que nos podem atrofiar? Claro que sim! A veneração que dedico à Madeira jamais poderia ser motivo de empobrecimento pessoal, jamais poderia ser causadora de perda ou dano. Para além de que, por vezes, é preciso sair para que estejamos dentro. É preciso que nos transformemos em um outro, para que sejamos mais radicalmente nós próprios. E esta aprendizagem foi realizada. As oportunidades não foram desperdiçadas. Cresci com os outros, apreendi a grandiosidade do que é diferente. E isso apenas foi possível porque me desloquei e é a razão pela qual preconizo a saída da Ilha, como aprendizagem. É imperioso que saiamos, que nos permitamos ser desvelados perante olhares diversos.
Quando, em 2001, regressei ao Funchal, senti ter regressado a casa. Afinal, ao contrário do mito grego, não apenas o percurso era importante. Ítaca também o era, como meta, como objectivo primordial.
É verdade que o sopé do Pico da Cruz já não era o mesmo. O amontoado de bananeiras tinha sido substituído por uma floresta de betão. Os amigos já lá não estavam – não como os imaginávamos.
Mas o cheiro que se entranha em nós, a maresia impregnada de humidade que se cola, o sol derramado sobre o mar quando se esconde atrás do Cabo Girão e, sempre e acima de tudo, o horizonte, mantinham-se inalterados. E se perdia alguma coisa em termos de identificação – intelectual, acima de tudo! -, a verdade é que essa perda era compensada pela mesma matriz histórica, geográfica e cultural, que partilhava com quem então me rodeou. O ventre de onde nascemos era o mesmo. E esses são laços poderosos.
Porque o que me caracteriza não é apenas a minha formação; não é apenas a minha profissão; não são apenas os meus hóbis, ou as leituras que fiz. Não! O que eu sou é o sangue que me corre nas veias e que rasga todo o corpo. E esse confunde-se com a neblina que cobre o Pico do Areeiro, com os ribeiros que recortam a Madeira e com as levadas que a esventram. Sou o olhar que se perde na majestade das montanhas, ou na imensidão do mar.
Se foi fácil a transição? Se regressei diferente? Se tinha outras aspirações? Se sentia que as fronteiras naturais da ilha me poderiam aprisionar? Tudo isso é verdade e tudo isso é mentira. Porque, como disse, não me parece ser possível regressar a algum lugar de onde nunca se partiu. E eu, verdadeiramente, sinto que nunca parti!
Contra a minha racionalidade religiosa, convivo, desde sempre, com um certo misticismo bretão, druídico, que me permite reconhecer o espírito da terra. Por isso, a Madeira para mim não é apenas uma ilha, não é apenas um local, não é uma simples referência geográfica. A Madeira que vive em mim tem uma imagem antropomórfica, tem um espírito, uma alma e uma consciência. Por ela sou uma espécie de Átis que ama e vive para a sua deusa Cibele. Submeto-me a ela com a pequenez de um humano, ante a grandeza da divindade. A Madeira é minha utopia, é a representação terrena do paraíso, é o meu delírio onírico, é a minha maior paixão.
Por tudo isto sinto que nunca saí da Madeira. É verdade que estive - e, por mais um acaso dos destino, permaneço – deslocado. Mas nunca esse deslocamento representou uma ausência. Não teria sido possível. Não para mim.E foi assim que dei comigo em Coimbra, com a esperança e optimismo que se prendem ao olhar dos 19 anos e a Madeira agarrada à voz. Não, não era apenas o sotaque que carregava e carrego comigo, como se fosse o meu bem mais precioso, que denunciava o sangue ilhéu. Quem então me conheceu – aliás, tal como agora – sabia – e sabe! – que, para mim, ser madeirense é mais do que ser natural da ilha: é um estado de alma, é a forma mais elevada de ser eu próprio.
A sombra da Madeira que o Sol do ocaso projecta sobre o Atlântico – e que suporta a lenda da Ilha de Arguim – acompanha-me desde então e não permite qualquer dúvida acerca da minha origem ou do meu destino. Quem me conhecia sabia que não havia concorrência possível, que a Madeira estava-me inscrita no sangue.
Se Coimbra contou? Se consegui libertar-me das inevitáveis amarras que nos podem atrofiar? Claro que sim! A veneração que dedico à Madeira jamais poderia ser motivo de empobrecimento pessoal, jamais poderia ser causadora de perda ou dano. Para além de que, por vezes, é preciso sair para que estejamos dentro. É preciso que nos transformemos em um outro, para que sejamos mais radicalmente nós próprios. E esta aprendizagem foi realizada. As oportunidades não foram desperdiçadas. Cresci com os outros, apreendi a grandiosidade do que é diferente. E isso apenas foi possível porque me desloquei e é a razão pela qual preconizo a saída da Ilha, como aprendizagem. É imperioso que saiamos, que nos permitamos ser desvelados perante olhares diversos.
Quando, em 2001, regressei ao Funchal, senti ter regressado a casa. Afinal, ao contrário do mito grego, não apenas o percurso era importante. Ítaca também o era, como meta, como objectivo primordial.
É verdade que o sopé do Pico da Cruz já não era o mesmo. O amontoado de bananeiras tinha sido substituído por uma floresta de betão. Os amigos já lá não estavam – não como os imaginávamos.
Mas o cheiro que se entranha em nós, a maresia impregnada de humidade que se cola, o sol derramado sobre o mar quando se esconde atrás do Cabo Girão e, sempre e acima de tudo, o horizonte, mantinham-se inalterados. E se perdia alguma coisa em termos de identificação – intelectual, acima de tudo! -, a verdade é que essa perda era compensada pela mesma matriz histórica, geográfica e cultural, que partilhava com quem então me rodeou. O ventre de onde nascemos era o mesmo. E esses são laços poderosos.
Porque o que me caracteriza não é apenas a minha formação; não é apenas a minha profissão; não são apenas os meus hóbis, ou as leituras que fiz. Não! O que eu sou é o sangue que me corre nas veias e que rasga todo o corpo. E esse confunde-se com a neblina que cobre o Pico do Areeiro, com os ribeiros que recortam a Madeira e com as levadas que a esventram. Sou o olhar que se perde na majestade das montanhas, ou na imensidão do mar.
Se foi fácil a transição? Se regressei diferente? Se tinha outras aspirações? Se sentia que as fronteiras naturais da ilha me poderiam aprisionar? Tudo isso é verdade e tudo isso é mentira. Porque, como disse, não me parece ser possível regressar a algum lugar de onde nunca se partiu. E eu, verdadeiramente, sinto que nunca parti!
4.12.09
E não lhe queima a língua?
Sócrates, uma vez mais, mostrou que não tem um pingo de vergonha. Como é que aquele tipo ainda se acha no direito de falar em ética e moral depois de todos os casos em que está metido até à medula?
O futuro do PSD e do país, num debate com elevação
Nunca fui um entusiasta da liderança de Manuela Ferreira Leite, apesar de ter defendido que no momento em que concorreu era quem melhor se perspectivava para os combates políticos que se avizinhavam.
Mantenho que esta poderá ter sido a melhor de todas as más soluções. Achava então, como acho agora, que para contrapor à vigarice propagandística de Sócrates, o PSD deveria apresentar uma imagem de rigor e de seriedade. Também defendia que as eleições seriam um laboratório interessante: imagem vs conteúdo, publicidade vs política. É certo que acabou por não ter sido bem assim, muito devido aos erros da direcção (e Cavaco ajudou à festa). Todavia, serviu para nos mostrar que os portugueses gostam da forma e a isso não há volta a dar.
Contudo, esta liderança teve o mérito de apresentar ao partido e ao país bons quadros e de revelar potencialidades que se adivinhavam mas que se mantinham ocultas. Falo de Paulo Rangel, no primeiro caso e de Aguiar Branco e Paulo Mota Pinto, no segundo.
Também é certo que serviu para mostrar os flops e acabar com dúvidas, se as houvesse, como foi o caso de António Borges, uma absoluta insignificância política.
Mas, findo este período, é essencial que o partido reflicta o futuro e se prepare para os períodos conturbados que se irão viver em Portugal. Mais, que se prepare para ser governo, porque isso poderá acontecer a curto prazo.
E por isso e porque não gosto de unanimismos ou de sebastianismos, acho que é fundamental que nas próximas eleições haja mais do que uma candidatura. O PSD precisa de fazer um debate político intenso, que envolva a sociedade e comunique com ela. Porque a verdade é que o partido tem muito dificuldade em actualizar-se a perdeu a matriz “ligeira” com que se posicionava na sociedade. Faço um mea culpa e reconheço que as proporcionalidades que existiam dentro do PSD e que lhe permitia comunicar com uma um múltiplos sector sociais, que faziam com que fosse o partido mais abrangente, perderam-se. O partido deixou de ser pragmático, sem que com essa perda tivesse algum ganho a nível programático.
Por isso, é fundamental, na minha opinião, que a próxima liderança traga alguém jovem, que saiba comunicar com a sociedade. É preciso alguém com ideias novas, arejadas. É preciso que o partido se torne mais cosmopolita e reforce a sua posição no meio urbano. Que mantenha a sua versatilidade tradicional, sustentada numa matriz ideológica clara, mas que se apresente inovador, renovador e ágil. Exige-se que sejam apresentadas soluções novas e que não se perpetue o discurso seguidista do politicamente correcto. Que recuse um partido e um país sem vontade, sem liberdade de decisão, submisso e fatalista. Não estamos condenados e é preciso que a liderança do PSD transmita essa ideia.
Para já não discuto pessoas. Haverá tempo para isso. Espero é que os putativos candidatos tenham em atenção que nesta disputa política está mais em causa do que os seus pequeninos egos. Em causa está, não apenas o partido, mas essencialmente o país, que estará de olhos postos. Exige-se, portanto, elevação de todas as partes!
Mantenho que esta poderá ter sido a melhor de todas as más soluções. Achava então, como acho agora, que para contrapor à vigarice propagandística de Sócrates, o PSD deveria apresentar uma imagem de rigor e de seriedade. Também defendia que as eleições seriam um laboratório interessante: imagem vs conteúdo, publicidade vs política. É certo que acabou por não ter sido bem assim, muito devido aos erros da direcção (e Cavaco ajudou à festa). Todavia, serviu para nos mostrar que os portugueses gostam da forma e a isso não há volta a dar.
Contudo, esta liderança teve o mérito de apresentar ao partido e ao país bons quadros e de revelar potencialidades que se adivinhavam mas que se mantinham ocultas. Falo de Paulo Rangel, no primeiro caso e de Aguiar Branco e Paulo Mota Pinto, no segundo.
Também é certo que serviu para mostrar os flops e acabar com dúvidas, se as houvesse, como foi o caso de António Borges, uma absoluta insignificância política.
Mas, findo este período, é essencial que o partido reflicta o futuro e se prepare para os períodos conturbados que se irão viver em Portugal. Mais, que se prepare para ser governo, porque isso poderá acontecer a curto prazo.
E por isso e porque não gosto de unanimismos ou de sebastianismos, acho que é fundamental que nas próximas eleições haja mais do que uma candidatura. O PSD precisa de fazer um debate político intenso, que envolva a sociedade e comunique com ela. Porque a verdade é que o partido tem muito dificuldade em actualizar-se a perdeu a matriz “ligeira” com que se posicionava na sociedade. Faço um mea culpa e reconheço que as proporcionalidades que existiam dentro do PSD e que lhe permitia comunicar com uma um múltiplos sector sociais, que faziam com que fosse o partido mais abrangente, perderam-se. O partido deixou de ser pragmático, sem que com essa perda tivesse algum ganho a nível programático.
Por isso, é fundamental, na minha opinião, que a próxima liderança traga alguém jovem, que saiba comunicar com a sociedade. É preciso alguém com ideias novas, arejadas. É preciso que o partido se torne mais cosmopolita e reforce a sua posição no meio urbano. Que mantenha a sua versatilidade tradicional, sustentada numa matriz ideológica clara, mas que se apresente inovador, renovador e ágil. Exige-se que sejam apresentadas soluções novas e que não se perpetue o discurso seguidista do politicamente correcto. Que recuse um partido e um país sem vontade, sem liberdade de decisão, submisso e fatalista. Não estamos condenados e é preciso que a liderança do PSD transmita essa ideia.
Para já não discuto pessoas. Haverá tempo para isso. Espero é que os putativos candidatos tenham em atenção que nesta disputa política está mais em causa do que os seus pequeninos egos. Em causa está, não apenas o partido, mas essencialmente o país, que estará de olhos postos. Exige-se, portanto, elevação de todas as partes!
1.12.09
Estou ABESBÉLICO
Existe uma razão especial para escrever.
Recebi, há instantes uma triste notícia. A minha querida amiga Sónia morreu em Agosto, de leucemia. A Sónia foi minha amiga e colega na faculdade. Era uma mulher extraordinária. Era ela que injectava energia no grupo.
É dela a palavra – “ABESBÉLICO”.
A ti, estejas onde estiveres, minha querida Sónia, desejo que estejas em paz. Tenho saudades tuas. Não me recordo da última vez que te vi. Regressei à Madeira e não me despedi. Pensamos que temos muitos anos de vida pela frente e deixamos para amanhã, aquilo que deve ser feito e dito hoje. Agora, sou confrontado com esta impossibilidade de realização.
Restam-me as palavras. Recordo-me da tua saudável loucura. Da tua forma, descontraída de viver.
Recordo que sem a tua amizade, sem a tua ajuda, talvez não tivesse concluído o curso.
Não sei o que fizeste nos últimos 11 anos. Várias vezes o Ricardo e eu falamos de ti. Em Abril deste ano, houve um almoço com colegas do curso e voltamos a perguntar por ti. Sempre quisemos saber como estavas, mas não fomos suficientemente determinados.
Eu não consegui dar-te um abraço e agradecer tudo o que fizeste por mim. O Ricardo, certamente teria outra coisa para te dizer.
Foste amiga. Nunca me disseste que não!
Amo-te SÓNIA.
Recebi, há instantes uma triste notícia. A minha querida amiga Sónia morreu em Agosto, de leucemia. A Sónia foi minha amiga e colega na faculdade. Era uma mulher extraordinária. Era ela que injectava energia no grupo.
É dela a palavra – “ABESBÉLICO”.
A ti, estejas onde estiveres, minha querida Sónia, desejo que estejas em paz. Tenho saudades tuas. Não me recordo da última vez que te vi. Regressei à Madeira e não me despedi. Pensamos que temos muitos anos de vida pela frente e deixamos para amanhã, aquilo que deve ser feito e dito hoje. Agora, sou confrontado com esta impossibilidade de realização.
Restam-me as palavras. Recordo-me da tua saudável loucura. Da tua forma, descontraída de viver.
Recordo que sem a tua amizade, sem a tua ajuda, talvez não tivesse concluído o curso.
Não sei o que fizeste nos últimos 11 anos. Várias vezes o Ricardo e eu falamos de ti. Em Abril deste ano, houve um almoço com colegas do curso e voltamos a perguntar por ti. Sempre quisemos saber como estavas, mas não fomos suficientemente determinados.
Eu não consegui dar-te um abraço e agradecer tudo o que fizeste por mim. O Ricardo, certamente teria outra coisa para te dizer.
Foste amiga. Nunca me disseste que não!
Amo-te SÓNIA.
Foi há 75 anos...
... que foi publicado a obra prima do maior poeta português de sempre.
FERNANDO PESSOA: A MENSAGEM!
FERNANDO PESSOA: A MENSAGEM!
30.11.09
Quem tem medo dos minaretes?
A "velha" Europa mostrou-nos, uma vez mais, que não tem estofo para liderar o mundo na luta por valores como a tolerância e liberdade.
É preciso afirmar sem qualquer tipo de dúvidas: o referendo suiço sobre os minaretes é vergonhoso. Porque, antes de mais, é um enorme retrocesso no diálogo com o mundo islâmico, correndo mesmo o risco de ser visto como uma manifestação de xenofobia contra a fé (e o povo) muçulmana.
Por outro lado, é uma cedência a círculos extremistas (que poderá levar a extremismos da outra parte), que reúne o que de pior existe na direita conservadora cristã e na esquerda ateísta. Porque não tenhamos dúvidas, não foram apenas os conservadores que contribuíram para o resultado do referendo (que proíbe a construção de minaretes nas mesquitas). Alguns círculos ateus levaram a laicidade do estado ao extremo, abanando com o perigo da sharia, quando o que preconizam verdadeiramente é a eliminação não apenas dos símbolos religiosos dos espaços públicos, mas a própria eliminação das religiões.
Também tenho visto dois argumentos absolutamente patéticos: o primeiro tem a ver com a tradição cultural e arquitectónuica suiça, que não inclui minaretes. Por este lógica, teríamos que deitar abaixo todos o sinos das igrejas cristãs e recuperar símbolos druídas e do xamantismo.
O segundo é de que nalguns países muçulmanos não são permitidos símbolos cristãos. Ora, bonita estaria a Europa se tivesse como bitola da sua tolerância religiosa as teocracias islâmicas.
Sinceramente, um péssimo precedente que se abriu na "neutra" Suiça. E indiciador do que se perspetiva no futuro!
É preciso afirmar sem qualquer tipo de dúvidas: o referendo suiço sobre os minaretes é vergonhoso. Porque, antes de mais, é um enorme retrocesso no diálogo com o mundo islâmico, correndo mesmo o risco de ser visto como uma manifestação de xenofobia contra a fé (e o povo) muçulmana.
Por outro lado, é uma cedência a círculos extremistas (que poderá levar a extremismos da outra parte), que reúne o que de pior existe na direita conservadora cristã e na esquerda ateísta. Porque não tenhamos dúvidas, não foram apenas os conservadores que contribuíram para o resultado do referendo (que proíbe a construção de minaretes nas mesquitas). Alguns círculos ateus levaram a laicidade do estado ao extremo, abanando com o perigo da sharia, quando o que preconizam verdadeiramente é a eliminação não apenas dos símbolos religiosos dos espaços públicos, mas a própria eliminação das religiões.
Também tenho visto dois argumentos absolutamente patéticos: o primeiro tem a ver com a tradição cultural e arquitectónuica suiça, que não inclui minaretes. Por este lógica, teríamos que deitar abaixo todos o sinos das igrejas cristãs e recuperar símbolos druídas e do xamantismo.
O segundo é de que nalguns países muçulmanos não são permitidos símbolos cristãos. Ora, bonita estaria a Europa se tivesse como bitola da sua tolerância religiosa as teocracias islâmicas.
Sinceramente, um péssimo precedente que se abriu na "neutra" Suiça. E indiciador do que se perspetiva no futuro!
O dia seguinte
Sinceramente, o programa "O dia seguinte", da SIC-Notícias, é de uma imbecilidade monumental. Do Porto, convidam um tipo que é manifestamente um dos maiores mafiosos do futebol dos últimos 20 anos. Do Sporting, mandam um tipo que não consegue articular uma frase que seja perceptível ou faça sentido. Já a representar o Benfica está um desgraçado que não consegue mandar uma para a caixa. E assim vai a qualidade do comentário futebolístico em Portugal.
29.11.09
Divulgação
Aproveito, na mesma linha do Sancho, também para divulgar a conferência que se realizará dia 2 de Dezembro, pelas 17 horas na Fundação Calouste Gulbenkian (auditório 3) intitulada "Género e Participação Política: a experiência do Chile". Esta iniciativa é da autoria da União das Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) em parceria com a Embaixada do Chile em Portugal, e contará com a presença da Presidente da República do Chile, Michelle Jeria.
É mais uma oportunidade, para discutir e reflectir sobre a participação política (independentemente do género), desta vez em perspectiva comparada, com uma país da América Latina. Será certamente muito interessante.
26.11.09
Debate sobre violência doméstica
No dia 29 de Novembro haverá um debate, na Quinta-Bela de São Tiago, sobre a violência doméstica na Madeira.
Aconselho, se me é permitido, vivamente a participação. Não pela presença da deputada bloquista Helena Pinto, que pouco diz de interessante, mas porque a sua interlocutora é a minha amiga Elisa Seixas, essa sim, que diz umas coisas acertadas. Demasiadas vezes estamos em desacordo, mas não me parece que isso aconteça quando em causa está a violência doméstica.
Só uma sugestão: não esqueças, minha querida, que violência doméstica não se limita à questão de género...
Apenas lamento não poder estar presente, porque estou certo de que será esclarecedor.
Post-scriptum: é impressão minha, ou estás cada vez mais próxima do BE?
Coerente, este senhor!
Vieira da Silva, o tal ministro que classificou o processo "Face Oculta" de "espionagem política", afirmou, ontem, que o governo irá respeitar as decisões judiciais, no que toca à suspensão de José Penedos.
É bom saber que o PS respeita a independência do poder judicial e acata as suas decisões. Pena é que isso aconteça quando o visado é um José Penedos, mandando às malvas esse respeito quando em causa está José Sórates ou Paulo Pedroso (ainda lembramo-nos da execrável recepção no Parlamento.
Lamento, igualmente, que tenha sido o poder judicial a tomar a atitude que, se houvesse um pingo de decência, deveria ter sido tomada pelo governo.
Pode ser que não esteja tudo perdido...
É bom saber que o PS respeita a independência do poder judicial e acata as suas decisões. Pena é que isso aconteça quando o visado é um José Penedos, mandando às malvas esse respeito quando em causa está José Sórates ou Paulo Pedroso (ainda lembramo-nos da execrável recepção no Parlamento.
Lamento, igualmente, que tenha sido o poder judicial a tomar a atitude que, se houvesse um pingo de decência, deveria ter sido tomada pelo governo.
Pode ser que não esteja tudo perdido...
25.11.09
Finalmente ME emenda a mão e manda o Magalhães fazer circunavegação
Há uns tempos, a ausência de concurso para a compra de portáteis à JP Sá Couto, ao abrigo do E-escolinhas, não constituía qualquer problema.
Agora, 500.000 computadores e 90.000.000€ depois, ao que parece, o Ministério da Educação reconhece a imoralidade do processo e pretende lançar concurso internacional.
Lamento o passado e - ainda que discorde do programa e mantenha reservas relativamente aos reais motivos que levaram a essa prática -, aplaudo a transparência do processo futuro.
Mas e o que dirão os lacaios, que ainda há dias batiam palminhas ao Magalhães?
Agora, 500.000 computadores e 90.000.000€ depois, ao que parece, o Ministério da Educação reconhece a imoralidade do processo e pretende lançar concurso internacional.
Lamento o passado e - ainda que discorde do programa e mantenha reservas relativamente aos reais motivos que levaram a essa prática -, aplaudo a transparência do processo futuro.
Mas e o que dirão os lacaios, que ainda há dias batiam palminhas ao Magalhães?
E não se arranja uma vacina para o amigo?
Não me choca que os governantes sejam vacinados contra a gripe A, apesar de ter algumas reservas sobre a sua indispensabilidade ao país. Também não sei se está prevista a vacinação para os familiares dos grupos (considerados) prioritários (terá Fernanda Câncio, ou a prole de Sócrates sido vacinada?).
Seja como for, a verdade é que é execrável que os governantes façam valer dos seus cargos para benefícios pessoais. Garantir a vacinação dos seus, em prejuízo de verdadeiros grupos de risco, deveria envergonhar ao absurdo qualquer governante, de qualquer Região, proveniente de qualquer partido. E esta situação envergonha-me, como madeirense e como social-democrata!
Mais uma pedrada do charco da imoralidade da política!
Seja como for, a verdade é que é execrável que os governantes façam valer dos seus cargos para benefícios pessoais. Garantir a vacinação dos seus, em prejuízo de verdadeiros grupos de risco, deveria envergonhar ao absurdo qualquer governante, de qualquer Região, proveniente de qualquer partido. E esta situação envergonha-me, como madeirense e como social-democrata!
Mais uma pedrada do charco da imoralidade da política!
24.11.09
Serão todos os economistas imbecis? É que a maior parte parece...
Hoje assisti a uma defesa cerrada das ideias de Vítor Constâncio, por parte do editor de economia da RTP. Até aqui tudo bem. O que me impressionou e impressiona, é que estes IMBECIS não conseguem vislumbrar outras alternativas. Ou seja, para estes ANORMAIS é "evidente" que o Estado dê avales à banca (por exemplo), privatize prejuízos e dê benefícios fiscais a sectores que lucram milhões diariamente (para defesa do emprego, para defesa do sistema, para defesa do raioo-que-os-parta). O que não aceitam é que, por exemplo, os funcionários públicos vivam acima do limiar da miséria. Isso é que é ofensivo.
Ou seja, para estes IDIOTAS, o normal é que o Estado esteja ao serviço da economia e não a economia ao serviço do Estado. E estão tão convencidos disto que não conseguem ver um palmo à frente e aquilo que parece óbvio a todos.
Estranho mundo, este em que vivemos....
Ou seja, para estes IDIOTAS, o normal é que o Estado esteja ao serviço da economia e não a economia ao serviço do Estado. E estão tão convencidos disto que não conseguem ver um palmo à frente e aquilo que parece óbvio a todos.
Estranho mundo, este em que vivemos....
Descrédito das instituições
Acho piada às "vestais" que se indigam contra a total falta de confiança dos portugueses relativamente às instituições.
Ora, para além das próprias instituições não demonstrarem qualquer respeito por si ou pelas restantes, com todos os casos que conhecemos, de estranhar seria se alguém confiasse. Eu, por mim, rifava o país. A minha descrença é tão grande, que acho que por aqui ninguém presta, incluindo eu próprio. Precisávamos do que eu preconizava, há uns anos, para o Brasil: uma bomba de limpasse Portugal dos portugueses.
Ora, para além das próprias instituições não demonstrarem qualquer respeito por si ou pelas restantes, com todos os casos que conhecemos, de estranhar seria se alguém confiasse. Eu, por mim, rifava o país. A minha descrença é tão grande, que acho que por aqui ninguém presta, incluindo eu próprio. Precisávamos do que eu preconizava, há uns anos, para o Brasil: uma bomba de limpasse Portugal dos portugueses.
Ora, adivinhe lá que orçamento é este?!
Orçamento quê?
Que Teixeira dos Santos pensa que o povo português é completamente imbecil, disso não tínhamos dúvidas. A novidade é que o ministro das Finanças já nem disfarça...
A que ponto vai a faltra de vergonha!
Que Teixeira dos Santos pensa que o povo português é completamente imbecil, disso não tínhamos dúvidas. A novidade é que o ministro das Finanças já nem disfarça...
A que ponto vai a faltra de vergonha!
23.11.09
É para fazer propaganda? Não há problema: a Segurança Social paga!
A Sra. ministra da Educação veio anunciar a entrega de mais 100.000 Magalhães.
E mais uma vez, lá vai a Segurança Social pagar a propaganda socialista. E depois digam lá que o sistema não é sustentável...
E tu, ó povinho imbecil e desgraçado, aplaude...!
E mais uma vez, lá vai a Segurança Social pagar a propaganda socialista. E depois digam lá que o sistema não é sustentável...
E tu, ó povinho imbecil e desgraçado, aplaude...!
Dêem uma bebida ao homem...Cheia de veneno!
Ouvi o Governador do Banco de Portugal defender uma baixa dos salários dos funcionários públicos e o aumento dos impostos, para fazer face ao défice orçamental. Este ENERGÚMENO defendeu que eu e todos os trabalhadores contribuíssemos para pagar as vigarices dos banqueiros (que nada fez para evitar) e não se importou que o Estado pagasse toda a MERDA que os (alguns) empresários fizeram. E quer que seja, uma vez mais, eu a pagar crise. Não se arranja aí um copo de cicuta para este imbecil?
Só um completo imbecil poderá acreditar na idoneidade de Sócrates. Alguém que se acuse?
Um levantamento militar ou um movimento subversivo de guerrilha revolucionária que deite abaixo este sistema político em que vivemos em Portugal é, efectivamente o que precisamos para moralizar o país.
A atitude que o PS, o Grupo Parlamentar socialista e o próprio Governo têm assumido na defesa do líder é execrável. Não bastavam já as deploráveis declarações de Vieira da Silva, de Augusto Santos Silva, de Lacão, vem ainda Francisco Assis, de quem se esperava um mínimo de decência, falar em conspirações orquestradas para "decapitar" (!) o PS.
Ora, uma vez que apenas um completo imbecil é que poderá achar que existe uma campanha para prejudicar Sócrates - quando as escutas eventualmente comprometedoras para ele já estão apensas ao processo desde Junho, tendo passado por duas eleições sem que houvesse qualquer fuga ao segredo de Justiça -, apenas podemos interpretar estas posições do PS como uma fuga para a frente, com vista a pressionar o poder judicial e evitar males futuros. Assim um tipo de seguro, para qualquer mais alguma vigarice que venhamos a ter conhecimento.
É evidente e é paradigmático, para além de reforçar as opiniões negativas que se possam ter de Sócrates. Porque quem não deve não teme e está mais do que visto que o PM teme e muito. A forma acirrada com que a sua clientela o defende é a prova disso mesmo.E é por isso que custa-me a acreditar que isto vá lá através do jogo democrático.
A atitude que o PS, o Grupo Parlamentar socialista e o próprio Governo têm assumido na defesa do líder é execrável. Não bastavam já as deploráveis declarações de Vieira da Silva, de Augusto Santos Silva, de Lacão, vem ainda Francisco Assis, de quem se esperava um mínimo de decência, falar em conspirações orquestradas para "decapitar" (!) o PS.
Ora, uma vez que apenas um completo imbecil é que poderá achar que existe uma campanha para prejudicar Sócrates - quando as escutas eventualmente comprometedoras para ele já estão apensas ao processo desde Junho, tendo passado por duas eleições sem que houvesse qualquer fuga ao segredo de Justiça -, apenas podemos interpretar estas posições do PS como uma fuga para a frente, com vista a pressionar o poder judicial e evitar males futuros. Assim um tipo de seguro, para qualquer mais alguma vigarice que venhamos a ter conhecimento.
É evidente e é paradigmático, para além de reforçar as opiniões negativas que se possam ter de Sócrates. Porque quem não deve não teme e está mais do que visto que o PM teme e muito. A forma acirrada com que a sua clientela o defende é a prova disso mesmo.E é por isso que custa-me a acreditar que isto vá lá através do jogo democrático.
20.11.09
“Face oculta” na Madeira: incêndio ou fogo-fátuo?
Para já, as denúncias de Leonel Nunes, sobre a extensão da “Face Oculta” à Madeira, mais não são do que fogo-fátuo que, ridiculamente, o PS tomou por um incêndio (vê-se bem o amadorismo e a inépcia políticas deste triste grupo parlamentar). Contudo, é estranho, efectivamente, a celeridade com que a empresa de Manuel Godinho foi licenciada. E atendendo ao histórico do empresário, são legítimas as suspeitas.
Por isso, acho que esteve bem o Governo Regional ao enviar o processo para o Ministério Público, para que não restem dúvidas. Porque à mulher de César não basta ser sério: é preciso parecer.
Ao que parece, ainda devido a este caso, Leonel Nunes pediu s suspensão da sua imunidade parlamentar. É destemido e percebo porque o faz. Mas, não deixa, igualmente, de ser desnecessário, um pouco insensato e até anti-democrático. Porque era só o que faltava que um deputado não pudesse denunciar negócios que lhe possam parecer ilegais ou suspeitos.
Por isso, acho que esteve bem o Governo Regional ao enviar o processo para o Ministério Público, para que não restem dúvidas. Porque à mulher de César não basta ser sério: é preciso parecer.
Ao que parece, ainda devido a este caso, Leonel Nunes pediu s suspensão da sua imunidade parlamentar. É destemido e percebo porque o faz. Mas, não deixa, igualmente, de ser desnecessário, um pouco insensato e até anti-democrático. Porque era só o que faltava que um deputado não pudesse denunciar negócios que lhe possam parecer ilegais ou suspeitos.
18.11.09
"APENAS" porque não conheço!
Ora, ainda bem que V/ Exa. regula-se por aqui que, diga-se, é bem melhor do que em muitos outros lados coordenados por camaradas seus.
Relativamente à sua questão, informo-o que coloquei "apenas" porque admito que também se passe na Madeira. Não o denuncio, ou denunciei, porque não conheço nenhum caso. V/ Exa. conhece? Faça o mesmo que eu: indigne-se!
Relativamente à sua questão, informo-o que coloquei "apenas" porque admito que também se passe na Madeira. Não o denuncio, ou denunciei, porque não conheço nenhum caso. V/ Exa. conhece? Faça o mesmo que eu: indigne-se!
Urbanidades
É por posições destas, de gente recta, séria e vertical, que não meto todos os socialistas madeirenses no mesmo saco.
Teixeira dos Santos mau ministro? Aumento do desemprego? Não, tudo invenções da oposição…
De acordo com o pasquim faccioso, parcial e pouco rigoroso Finantial Times, Teixeira dos Santos é o 4º pior ministro das Finanças da Europa.
Este ranking vale o que vale. Todavia, mostra bem o que pensam os europeus acerca das pequenas maravilhas que o governo socialista faz por cá.
Mas agora a sério, acho que, uma vez mais, tudo isto é invenção da oposição, que insiste em não reconhecer o extraordinário trabalho do governo liderado por Sócrates…
Prova disso mesmo foram os últimos dados libertados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sobre o desemprego, que situa a taxa em 9,8%, o que representa 547,7 mil indivíduos desempregados (um acréscimo de 26,3%, face ao trimestre homólogo, e de 7,9% em relação ao trimestre anterior).
Como se pode ver, qualquer comparação entre a propaganda do PS e a realidade, é mera coincidência. Mas, para não criticarmos o líder, fechamos os olhos, os ouvidos e a boca com muita força e fingimos que tudo isto é um sonho mau.
Este ranking vale o que vale. Todavia, mostra bem o que pensam os europeus acerca das pequenas maravilhas que o governo socialista faz por cá.
Mas agora a sério, acho que, uma vez mais, tudo isto é invenção da oposição, que insiste em não reconhecer o extraordinário trabalho do governo liderado por Sócrates…
Prova disso mesmo foram os últimos dados libertados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sobre o desemprego, que situa a taxa em 9,8%, o que representa 547,7 mil indivíduos desempregados (um acréscimo de 26,3%, face ao trimestre homólogo, e de 7,9% em relação ao trimestre anterior).
Como se pode ver, qualquer comparação entre a propaganda do PS e a realidade, é mera coincidência. Mas, para não criticarmos o líder, fechamos os olhos, os ouvidos e a boca com muita força e fingimos que tudo isto é um sonho mau.
17.11.09
Gestores da Refer e da CP fazem bonito com dinheiro alheio!
É bonito ver que os gestores da Refer e da CP não esquecem a ex-patroa, isto é, a anterior secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino. E foi bonito o jantar de despedida que lhe ofereceram, com a presença de mais de 50 pessoas (a ex-governante era querida). Só é pena que os senhores não tenham pago com o seu próprio dinheiro e tenham feito uso dos cartões de crédito que lhes estão consignados para despesas de representação.
Espero é que o colar, com que brindaram a ex-secretária de Estado (no valor de 2000€!) tenha sido pago com o seu próprio dinheiro, e não com o dinheiro de todos nós...
É pá, mas espera aí... Isto não deveria acontecer apenas na Madeira?
É, deve ser mais uma campanha negra contra o magnânime governo socialista...
Espero é que o colar, com que brindaram a ex-secretária de Estado (no valor de 2000€!) tenha sido pago com o seu próprio dinheiro, e não com o dinheiro de todos nós...
É pá, mas espera aí... Isto não deveria acontecer apenas na Madeira?
É, deve ser mais uma campanha negra contra o magnânime governo socialista...
CASAMENTOS DE 1ª A CASAMENTOS DE 2ª?
Já uma vez escrevi que entendo que o PS tem legitimidade para apresentar uma proposta de alteração à lei do casamento, permitindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que essa era uma proposta que integrava o seu programa eleitoral. Mantenho. Contudo, também reconheço legitimidade a qualquer partido ou plataforma cívica para exigir um referendo a esta questão. Porque, a despeito do que defendem os defensores dop casamento homossexual, a verdade é que não houve um debate na sociedade portuguesa e seria interessante ouvir o que o povo tem para dizer. E não percebo porque é que os apologistas da alteração da lei tanto temem um referendo: se é uma questão de direito (a casar), acredito que o povo pronunciar-se-á adequadamente. Mais, se o que pretendem é combater a discriminação, nada como um debate sério, racional, aprofundado, para combater esses medos irracionais.
Não obstante, admito que tal não seja feito, ainda que me cause alguma impressão que alguns que tanto apregoam a TOLERÂNCIA recusem-na àqueles que não partilham da sua visão do mundo.
(Também lamento e preocupa-me esta relativização de valores em que vamos mergulhando, mas isto seria conversa para outras “núpcias”.)
Contudo, o que não posso admitir é o logro que estão a oferecer ao povo português, no que toca à adopção, pelos futuros cônjuges. Porque a verdade é que o casamento escancara as portas à adopção. Aliás, permitir o casamento, negando a adopção, é bem capaz de ser inconstitucional, pois discrimina um casamento, em relação a outro (casamentos de 1ª e casamentos de 2ª).
Isto é um embuste e não tarda nada, os mesmos que agora dizem que é perfeitamente possível uma coisa sem a outra, na próxima legislatura (senão antes) serão os primeiros e gritarem contra esta inconstitucionalidade. Por isso, não é sério, nem honesto. E não é assim que se exerce ou defende a democracia.
Não obstante, admito que tal não seja feito, ainda que me cause alguma impressão que alguns que tanto apregoam a TOLERÂNCIA recusem-na àqueles que não partilham da sua visão do mundo.
(Também lamento e preocupa-me esta relativização de valores em que vamos mergulhando, mas isto seria conversa para outras “núpcias”.)
Contudo, o que não posso admitir é o logro que estão a oferecer ao povo português, no que toca à adopção, pelos futuros cônjuges. Porque a verdade é que o casamento escancara as portas à adopção. Aliás, permitir o casamento, negando a adopção, é bem capaz de ser inconstitucional, pois discrimina um casamento, em relação a outro (casamentos de 1ª e casamentos de 2ª).
Isto é um embuste e não tarda nada, os mesmos que agora dizem que é perfeitamente possível uma coisa sem a outra, na próxima legislatura (senão antes) serão os primeiros e gritarem contra esta inconstitucionalidade. Por isso, não é sério, nem honesto. E não é assim que se exerce ou defende a democracia.
Canções Revolucionárias II
L'Appel du Comintern foi escrita para celebrar o 10º Aniversário da Internacional Comunista, em 1929. É da autoria de Franz Jahnke (letra) e Hans Eisler (música). É uma canção poderosa, muito celebrada à época.
Avanti Popolo (Bandiera Rossa)
Avanti Popolo (Bandiera Rossa)
Uma das mais famosas canções revolucionárias. Avanti Popolo, também conhecida como Bandiera Rossa foi escrita por Carlo Tuzzi, tendo sido adoptada como hino não oficial do Partido Comunista Italiano.
15.11.09
Só podem estar a brincar!
Achei, no inicio, que era uma brincadeira. Mas não. O futuro treinador do Sporting é mesmo Carlos Carvalhal. O homem que, à frente do Marítimo, conseguiu a brilhante performance de 2 vitórias em 16 jogos! Que foi despedido do Braga. Que não acertou em merda de lugar nenhum...
Devem estar a gozar comigo e com os adeptos do Sporting. Só podem!
A continuar assim, estamos de facto no bom caminho...
Devem estar a gozar comigo e com os adeptos do Sporting. Só podem!
A continuar assim, estamos de facto no bom caminho...
14.11.09
INDIGNAÇÃO!
Este Estado é indecente e mostra que basta uma pressãozinha do poder político para que a Justiça perca toda a sua independência.
E alguns anormais ainda se arrogam ao direito de questionar a legalidade e ética relativamente à relação entre o PSD-Madeira e o poder económico e a Justiça na Madeira.
Para o raio que os parta!
Este Estado tem de cair, mas à bomba!
13.11.09
PS-Madeira é partido Autónomo?
Revendo um pouco a blogosfera socialista madeirense, apercebemo-nos do real problema que mina o PS-Madeira.
Antes de mais, o pior que pode acontecer ao maior partido da oposição madeirense, é o PS ser governo a nível nacional. Aliás, se vermos bem, há sempre uma diminuição da votação nos socialistas madeirense sempre que o PS é governo Porque o PS-Madeira nunca consegue (ou não quer) descolar-se das medidas dos socialistas do continente. Mesmo quando algum deputado socialista eleito pela Madeira vota contra a orientação da bancada socialista, como aconteceu na última legislatura, nunca o faz por estratégia do PS-Madeira. Ainda que algumas medidas possam ser penalizadoras para a Região, como aconteceu com a LFR. É por isso que não tenho pejo em achar que, genericamente, o PS-Madeira age como lacaio.
Esta é uma das grandes diferenças entre PS e PSD e explica parte das grandes vitórias dos social-democratas madeirenses. Porque o PSD-Madeira ousa enfrentar a estrutura nacional, sem qualquer prurido, aparecendo aos madeirenses que é em prol do seu povo que o faz.
O melhor que pode acontecer aos socialistas madeirenses é, portanto, o PSD ser governo da República. Porque só assim pode tentar encostar a estrutura regional do PSD à nacional.
É, por isso, confrangedor ler a blogosfera socialista madeirense. Criticam cá, o que elogiam lá. Maldizem cá, o que lá acreditam tratar-se de toques de Midas lá (veja-se a questão do investimento público, ou alguns negócios com algumas empresas).
E percebe-se porque é que, enquanto durar esta orientação, nunca vão conseguir sair da cepa torta. Repare-se que até os mais jovens já padecem deste mal. Parece que já não acreditam ser possível a alternância democrática na Madeira e que por isso, mas vale submeterem-se aos ditames do PS nacional. A necessitar, em minha opinião, de uma séria reflexão por parte dos socialistas madeirenses…
Antes de mais, o pior que pode acontecer ao maior partido da oposição madeirense, é o PS ser governo a nível nacional. Aliás, se vermos bem, há sempre uma diminuição da votação nos socialistas madeirense sempre que o PS é governo Porque o PS-Madeira nunca consegue (ou não quer) descolar-se das medidas dos socialistas do continente. Mesmo quando algum deputado socialista eleito pela Madeira vota contra a orientação da bancada socialista, como aconteceu na última legislatura, nunca o faz por estratégia do PS-Madeira. Ainda que algumas medidas possam ser penalizadoras para a Região, como aconteceu com a LFR. É por isso que não tenho pejo em achar que, genericamente, o PS-Madeira age como lacaio.
Esta é uma das grandes diferenças entre PS e PSD e explica parte das grandes vitórias dos social-democratas madeirenses. Porque o PSD-Madeira ousa enfrentar a estrutura nacional, sem qualquer prurido, aparecendo aos madeirenses que é em prol do seu povo que o faz.
O melhor que pode acontecer aos socialistas madeirenses é, portanto, o PSD ser governo da República. Porque só assim pode tentar encostar a estrutura regional do PSD à nacional.
É, por isso, confrangedor ler a blogosfera socialista madeirense. Criticam cá, o que elogiam lá. Maldizem cá, o que lá acreditam tratar-se de toques de Midas lá (veja-se a questão do investimento público, ou alguns negócios com algumas empresas).
E percebe-se porque é que, enquanto durar esta orientação, nunca vão conseguir sair da cepa torta. Repare-se que até os mais jovens já padecem deste mal. Parece que já não acreditam ser possível a alternância democrática na Madeira e que por isso, mas vale submeterem-se aos ditames do PS nacional. A necessitar, em minha opinião, de uma séria reflexão por parte dos socialistas madeirenses…
PS deixa de fintar a legalidade ou o fim das taxas “moderadoras”
O PS emendou a mão e vai acabar com as taxas “moderadoras” para os internamentos e cirurgia. Parece-me bem e vem repor algum rigor, porque estas nunca foram taxas moderadoras
Repare-se no ridículo: x tem um enfarte do miocárdio. É internado e tem de pagar taxas moderadoras, que têm como finalidade, moderar o acesso ao serviço nacional de saúde. Ou então, na sequência desse enfarte, o seu médico marca uma série de consultas, que se prolongarão “ad eternum”, porque há uma medicação que tem de ser prescrita mensalmente. E o Estado, por cada uma delas, cobra uma taxa “moderadora” que, na boca do ministro Silva Pereira, “visava um efeito pedagógico nas consciências”. Efeito quê? Mas as taxas moderadoras não foram criadas para fazer diminuir o acesso ao SNS por parte daqueles que não o necessitavam? Então, os médicos é que agendam os internamentos, as cirurgias e as consultas, e o utente ainda tem de pagar uma “moderação”? Isto é sério?
Sinceramente, não me choca que quem pode comparticipe o SNS. O que não me parece correcto e choca-me que os socialistas tenham ficado calados durante tanto tempo, é que se minta desta forma aos cidadãos e finte-se, assim, a legalidade.
Por último, se houvesse algum pingo de vergonha no governo, anunciavam apenas esta medida sem mais qualquer outra justificação. Porque são de uma imbecilidade monumental, as “postas de pescada arrotadas” pelo Sr. ministro da Presidência.
Repare-se no ridículo: x tem um enfarte do miocárdio. É internado e tem de pagar taxas moderadoras, que têm como finalidade, moderar o acesso ao serviço nacional de saúde. Ou então, na sequência desse enfarte, o seu médico marca uma série de consultas, que se prolongarão “ad eternum”, porque há uma medicação que tem de ser prescrita mensalmente. E o Estado, por cada uma delas, cobra uma taxa “moderadora” que, na boca do ministro Silva Pereira, “visava um efeito pedagógico nas consciências”. Efeito quê? Mas as taxas moderadoras não foram criadas para fazer diminuir o acesso ao SNS por parte daqueles que não o necessitavam? Então, os médicos é que agendam os internamentos, as cirurgias e as consultas, e o utente ainda tem de pagar uma “moderação”? Isto é sério?
Sinceramente, não me choca que quem pode comparticipe o SNS. O que não me parece correcto e choca-me que os socialistas tenham ficado calados durante tanto tempo, é que se minta desta forma aos cidadãos e finte-se, assim, a legalidade.
Por último, se houvesse algum pingo de vergonha no governo, anunciavam apenas esta medida sem mais qualquer outra justificação. Porque são de uma imbecilidade monumental, as “postas de pescada arrotadas” pelo Sr. ministro da Presidência.
Sócrates deve explicações
Ora, o tipo mente com quantos dentes tem na boca, comprova-se isso mesmo, e algumas almas ingénuas continuam a achar que isto tudo são casos e casinhos inventados pelas oposições. Seria hilariante, não fosse o ridículo a que se submetem.
Mas isso é um problema dessas avestruzes que insistem em enterrar a cabecinha (cheia de …cabelo?) na areia
A questão premente, em meu entender, é a atitude que deveria ser tomada pelo primeiro-ministro, perante as informações que têm sido libertadas pela comunicação social, relativamente a este caso da “Face oculta”.
Não comento a questão jurídica, sobre a possibilidade de serem anuladas as escutas ao primeiro-ministro. Não é uma questão de opinião, é uma questão de facto, que deve ser dirimida por quem de direito (ainda que eu ache que isso não contribui nada para a imagem da justiça e da própria política, que cria estas legislações, que parecem feitas à medida para proteger o crime de colarinho branco). Mas, conforme tem defendido o PSD, há aqui matéria política e que é preciso ver esclarecida.
Ora, se Sócrates nada pode dizer acerca daquilo que não é público e sobre o qual (queremos acreditar) nada saberá, alguma explicação deve ao país relativamente às informações publicadas. Ou são mentira, e vem garanti-lo, ou não são e terá de as explicar. O que não pode acontecer é manter esta suspeita de que o primeiro-ministro mente descaradamente ao Parlamento e ao país, não em defesa de um qualquer interesse nacional, mas em benefício próprio. E isto não pode ser escamoteado.
Mas isso é um problema dessas avestruzes que insistem em enterrar a cabecinha (cheia de …cabelo?) na areia
A questão premente, em meu entender, é a atitude que deveria ser tomada pelo primeiro-ministro, perante as informações que têm sido libertadas pela comunicação social, relativamente a este caso da “Face oculta”.
Não comento a questão jurídica, sobre a possibilidade de serem anuladas as escutas ao primeiro-ministro. Não é uma questão de opinião, é uma questão de facto, que deve ser dirimida por quem de direito (ainda que eu ache que isso não contribui nada para a imagem da justiça e da própria política, que cria estas legislações, que parecem feitas à medida para proteger o crime de colarinho branco). Mas, conforme tem defendido o PSD, há aqui matéria política e que é preciso ver esclarecida.
Ora, se Sócrates nada pode dizer acerca daquilo que não é público e sobre o qual (queremos acreditar) nada saberá, alguma explicação deve ao país relativamente às informações publicadas. Ou são mentira, e vem garanti-lo, ou não são e terá de as explicar. O que não pode acontecer é manter esta suspeita de que o primeiro-ministro mente descaradamente ao Parlamento e ao país, não em defesa de um qualquer interesse nacional, mas em benefício próprio. E isto não pode ser escamoteado.
12.11.09
"Gigante" de qualidade no Porto da Cruz"
É com enorme agrado que registo a notícia de hoje, no Jornal da Madeira. Após vários anos de trabalho e dedicação, é reconhecido o trabalho de um jovem, que cresceu nas escolas de formação da Associação Desportiva de Machico. Chama-se Adriano Martins, tem 23 anos e é o guardião da AD do Porto da Cruz. Não é fácil, num mundo globalizado e competitivo, ganhar algum destaque pelas nossas competências. Votos de bom trabalho!
11.11.09
Casamento entre pessoas do mesmo sexo
Obviamente que não faz sentido fazer um referendo ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Obviamente que PS tem legitimidade para apresentar uma proposta legislativa, pois fazia parte do seu programa eleitoral.
Obviamente que é legítimo trazer esta questão ao debate político agora. Há problemas mais graves? Claro que há. Contudo, a política não é feita apenas de economia, justiça e educação. Tem espaço de debate para questões de costumes.
Posto isto, declaro que me oponho cabal e frontalmente a qualquer alteração jurídica que permita o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por várias razões, mas a começar pelo próprio conceito. O casamento é a união entre duas pessoas de sexo diferente, motivada por diversas razões e com várias finalidades, com características que lhe são intrínsecas. O amor entre as duas pessoas é uma delas; a reprodução é outra.
Não é por não gostarmos do nome "tangerina", que vamos passar a designá-la por "laranja": uma laranja é uma laranja; uma tangerina é uma tangerina. Gosto das duas, mas são diferentes. Faço esta (reles) analogia apenas para deixar claro que não me oponho à equiparação de direitos (alguns, pelo menos). O que não me parece rigoroso é alterarmos conceitos, que têm características muito próprias e definidas, apenas porque nos dá na gana.
Por outro lado, apesar de reconhecer que o Estado deve garantir os direitos das minorias, não me parece justo que a maioria seja completamente esquecida. Estou em crer, até pelas conversas que tenho mantido com pessoas de diferentes horizontes políticos e ideológicos, que a maioria da população portuguesa não concorda com o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E, goste-se, ou não, a democracia é a ditadura da maioria.
Para além de que não me parece que seja esta alteração à lei que vai acabar com o preconceito que ainda possa haver, a despeito do que acreditam alguns.
E sobre o preconceito, quer me parecer que está a ser empolado com o objectivo claro que pressionar o poder político. Há energúmenos que continuam a descriminar (e ofender) os homossexuais e a não entender que é possível o amor erótico entre pessoas do mesmo sexo? Claro que sim. Mas não creio que essa seja a posição da maioria, mesmo nos meios mais pequenos. Considero, portanto, idiota que acusem os que se opoêm à alteração da lei de preconceituosos. Porque, tal como do "outro lado", também "deste" existem razões racionais (passe a tautologia).
Obviamente que é legítimo trazer esta questão ao debate político agora. Há problemas mais graves? Claro que há. Contudo, a política não é feita apenas de economia, justiça e educação. Tem espaço de debate para questões de costumes.
Posto isto, declaro que me oponho cabal e frontalmente a qualquer alteração jurídica que permita o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por várias razões, mas a começar pelo próprio conceito. O casamento é a união entre duas pessoas de sexo diferente, motivada por diversas razões e com várias finalidades, com características que lhe são intrínsecas. O amor entre as duas pessoas é uma delas; a reprodução é outra.
Não é por não gostarmos do nome "tangerina", que vamos passar a designá-la por "laranja": uma laranja é uma laranja; uma tangerina é uma tangerina. Gosto das duas, mas são diferentes. Faço esta (reles) analogia apenas para deixar claro que não me oponho à equiparação de direitos (alguns, pelo menos). O que não me parece rigoroso é alterarmos conceitos, que têm características muito próprias e definidas, apenas porque nos dá na gana.
Por outro lado, apesar de reconhecer que o Estado deve garantir os direitos das minorias, não me parece justo que a maioria seja completamente esquecida. Estou em crer, até pelas conversas que tenho mantido com pessoas de diferentes horizontes políticos e ideológicos, que a maioria da população portuguesa não concorda com o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E, goste-se, ou não, a democracia é a ditadura da maioria.
Para além de que não me parece que seja esta alteração à lei que vai acabar com o preconceito que ainda possa haver, a despeito do que acreditam alguns.
E sobre o preconceito, quer me parecer que está a ser empolado com o objectivo claro que pressionar o poder político. Há energúmenos que continuam a descriminar (e ofender) os homossexuais e a não entender que é possível o amor erótico entre pessoas do mesmo sexo? Claro que sim. Mas não creio que essa seja a posição da maioria, mesmo nos meios mais pequenos. Considero, portanto, idiota que acusem os que se opoêm à alteração da lei de preconceituosos. Porque, tal como do "outro lado", também "deste" existem razões racionais (passe a tautologia).
Mais campanhas negras
Começa outra campanha negra... Negríssima... Negrérrima...
Ou como o estado português está votado à bandalheira!
Ou como o estado português está votado à bandalheira!
Crónicas da Bola
Criei um blog novo. Chama-se Crónicas da Bola e não vai discutir tácticas e estratégias. Não vai falar do Marítimo, do Nacional, do Sporting ou do Benfica. Não vai argumentar contra triângulos e losangulos, rectângulos em 4X4X2, 4X4X3 ou 5X5X1. Não vai discutir treinadores ou presidentes, golos anulados ou foras-de-jogo, árbitros e fiscais de linha.
Será um espaço preenchido por um tipo que gosta de futebol, que torce pelo Marítimo e, pecado mortal, pelo Sporting e que não percebe muito do assunto em que agora se mete. Uma página de crónicas sobre a bola, sem qualquer tipo de pretensão, preenchida irregularmente.
Vão passando por lá, se vos apetecer.
Será um espaço preenchido por um tipo que gosta de futebol, que torce pelo Marítimo e, pecado mortal, pelo Sporting e que não percebe muito do assunto em que agora se mete. Uma página de crónicas sobre a bola, sem qualquer tipo de pretensão, preenchida irregularmente.
Vão passando por lá, se vos apetecer.
Bruno Fernandes
Conheço o Bruno Fernandes desde criança. Jogámos à bola centenas de vezes, ora num campo de alcatrão entre prédios, com tábuas a fazer de balizas e com os vizinhos sempre à espreita de uma bola chutada por um qualquer "Futre" de 14 anos directamente para as suas varandas, ora em torneios de bairro nos quais eu desempenhava o melhor que podia o papel de guarda-redes e o Bruno era a estrela da companhia, numa equipa do "Castanha" que contava ainda com o genial "Fominha", um "gosma" que não falhava a meio metro da linha de golo, com o "Capela", um médio incansável e caceteiro, com o "Sopas", o dono de um pontapé tão forte como desenquadrado e com o dito "Castanha", que ostentava invariavelmente o número 10 e a braçadeira de capitão e pagava a "milhanga" devida em caso de vitória - confesso que o frango assado e a imperial do triunfo, a dita milhanga servida no bar da bomba de gasolina, fazem parte do meu universo das mais queridas memórias juvenis.
Imprevisível, o futebol do Bruno enchia os ringues. Entre "nós cegos" a adversários aturdidos e passes de morte para o "Fominha", a nossa estrela coleccionava arranhões e hematomas, fruto de marcações impedosas de rivais como o "Cavalinho", uma mistura explosiva de Mike Tyson com Paulinho Santos pela forma como batia desalmadamente utilizando os pés, as pernas, os braços, os punhos e o que desse mais jeito, como o "Félix", como o Paulo "o Russo", que entrava em campo com botas de "cowboy" de bico afiado intimidando até o mais valente dos defesas contrários, como o "Papa Bolos", que pela sua notória falta de habilidade acertava, quase sem querer, nos joelhos de quem por azar lhe parava à frente, como o Rui "o Castanha", irmão e arqui-rival do nosso "Castanha", ou como muitas outras vedetas dos cimentados campos daqueles tempos.
Apesar das marcas de guerra, o Bruno não se assustava. Divertia-se tanto a jogar à bola que encarava os pontapés e cotoveladas com que o brindavam como o preço natural do prazer. Apanhava, protestava para não ficar mal, levantava-se, sacudia-se e partia para cima do adversário, dando-lhe uma "revienga" de fazer corar até o mais experimentado dos "amigos do alheio" lá do bairro. O seu futebol era feito de alegria e de prazer, de técnica e de arte pura.
Os anos passaram e perdemos o contacto. O Bruno tornou-se profissional do pontapé na bola e eu, como adepto, tentei seguir o seu trajecto, desde o tirocínio por clubes de menor dimensão até a afirmação natural, mas talvez tardia, no Marítimo. Da experiência falhada no FC Porto ao regresso à Madeira. Em certos momentos, vi o Bruno a jogar sem alegria. Sem a malícia do futebol de rua. Emparedado entre tácticas e exigências da mais variada espécie. Confesso que não gostei. Cheguei a pensar que o futebol do meu amigo tinha sido vítima de um homicídio encomendado pelos "mestres da estratégia" e pelos "doutores da bola".
Foram tempos duros para o Bruno. Entre losângulos e rectângulos a sua arte desapareceu numa espécie de triângulo das Bermudas.
Os anos passaram e a idade, esse impiedoso e traiçoeiro inimigo, foi-se acumulando nas suas pernas.
Ele já acabou,
gritaram alguns,
já não corre
sentenciaram outros
metam o suplente
esganiçou-se parte da plateia.
A verdade é que o Bruno não saíu. Recuperou forças e, se calhar por sentir-se mais liberto, partiu para cima do adversário. Aos 35 anos, o Bruno Alves e o Sapunaru parecem-lhe agora tão fáceis como o "Papa Bolos" e o Paulo o "Russo". Para ele, o jogo voltou a não ter segredos e a ser vivido com a alegria dos 14 anos, quando paus serviam de balizas e o prémio de jogo era a milhanga no bar da bomba. Afinal, não é isso o futebol?
Imprevisível, o futebol do Bruno enchia os ringues. Entre "nós cegos" a adversários aturdidos e passes de morte para o "Fominha", a nossa estrela coleccionava arranhões e hematomas, fruto de marcações impedosas de rivais como o "Cavalinho", uma mistura explosiva de Mike Tyson com Paulinho Santos pela forma como batia desalmadamente utilizando os pés, as pernas, os braços, os punhos e o que desse mais jeito, como o "Félix", como o Paulo "o Russo", que entrava em campo com botas de "cowboy" de bico afiado intimidando até o mais valente dos defesas contrários, como o "Papa Bolos", que pela sua notória falta de habilidade acertava, quase sem querer, nos joelhos de quem por azar lhe parava à frente, como o Rui "o Castanha", irmão e arqui-rival do nosso "Castanha", ou como muitas outras vedetas dos cimentados campos daqueles tempos.
Apesar das marcas de guerra, o Bruno não se assustava. Divertia-se tanto a jogar à bola que encarava os pontapés e cotoveladas com que o brindavam como o preço natural do prazer. Apanhava, protestava para não ficar mal, levantava-se, sacudia-se e partia para cima do adversário, dando-lhe uma "revienga" de fazer corar até o mais experimentado dos "amigos do alheio" lá do bairro. O seu futebol era feito de alegria e de prazer, de técnica e de arte pura.
Os anos passaram e perdemos o contacto. O Bruno tornou-se profissional do pontapé na bola e eu, como adepto, tentei seguir o seu trajecto, desde o tirocínio por clubes de menor dimensão até a afirmação natural, mas talvez tardia, no Marítimo. Da experiência falhada no FC Porto ao regresso à Madeira. Em certos momentos, vi o Bruno a jogar sem alegria. Sem a malícia do futebol de rua. Emparedado entre tácticas e exigências da mais variada espécie. Confesso que não gostei. Cheguei a pensar que o futebol do meu amigo tinha sido vítima de um homicídio encomendado pelos "mestres da estratégia" e pelos "doutores da bola".
Foram tempos duros para o Bruno. Entre losângulos e rectângulos a sua arte desapareceu numa espécie de triângulo das Bermudas.
Os anos passaram e a idade, esse impiedoso e traiçoeiro inimigo, foi-se acumulando nas suas pernas.
Ele já acabou,
gritaram alguns,
já não corre
sentenciaram outros
metam o suplente
esganiçou-se parte da plateia.
A verdade é que o Bruno não saíu. Recuperou forças e, se calhar por sentir-se mais liberto, partiu para cima do adversário. Aos 35 anos, o Bruno Alves e o Sapunaru parecem-lhe agora tão fáceis como o "Papa Bolos" e o Paulo o "Russo". Para ele, o jogo voltou a não ter segredos e a ser vivido com a alegria dos 14 anos, quando paus serviam de balizas e o prémio de jogo era a milhanga no bar da bomba. Afinal, não é isso o futebol?
7.11.09
Adriano Moreira
Tenho um particular gosto em ter ouvido, esta tarde, Adriano Moreira, um dos portugueses que faz de Portugal um país maior, como bem o define Eduardo Lourenço.
Numa exposição extraordinária, Moreira defendeu um regresso aos valores em detrimento da espécie de vazio técnico e tecnológico em que nos encontramos desde o final da II Guerra Mundial.
Os resumos de todas as comunicações integradas na Conferência Internacional do Funchal, organizadas pela CMF, estão aqui.
Numa exposição extraordinária, Moreira defendeu um regresso aos valores em detrimento da espécie de vazio técnico e tecnológico em que nos encontramos desde o final da II Guerra Mundial.
Os resumos de todas as comunicações integradas na Conferência Internacional do Funchal, organizadas pela CMF, estão aqui.
6.11.09
O que esperar das condidaturas às liderança do PS/Madeira
Depois de uma fase mais encarniçada, parece que as hostes de Jacinto Serrão e Victor Freitas acalmaram. Agora querem, dizem, discutir política.
Ora, a mim parece-me muito bem. É tempo de pacificar o (ainda) maior partido da oposição e esquecer o passado de ofensas, irresponsabilidade, purgas e perseguições (Paulo Barata dixit).
Sobre a perversidade dos discursos acirrados de outrora, está tudo dito. Aquilo foi pior que briga de cães – que tentam agora travestir de debate democrático.
Importaria, talvez, analisarmos os perfis de cada um dos candidatos, tentando descortinar o que poderão trazer para o debate político madeirense.
Comecemos por Victor Freitas, o mais que provável futuro líder (não tenhamos ilusões: se a eleição corresponder aos desejos das bases, Jacinto Serrão não tem hipótese).
A sua eleição poderá iniciar uma etapa de actividade política marcada pelo profissionalismo. Victor Freitas é um dos poucos socialistas madeirenses que nunca fizeram nada na sua vida a não ser política, sendo um profissional dela. Ora, como nunca teve de pensar em mais nada a não ser em política, é natural que nesta etapa (de liderança) empreste esse profissionalismo à sua actividade. Será, portanto, uma liderança fortemente marcada por questões meramente políticas, não sendo de estranhar que uma das primeiras medidas seja a proposta para alteração da lei eleitoral. Aliás, é expectável que o Victor apresente muitas outras propostas que visem revolucionar o sistema político regional, porque é nisso que ele é especialista. Todas elas terão, obviamente, o objectivo de fazer desequilibrar o sistema com vista a beneficiar o PS em futuros actos eleitorais. Não me espantaria mesmo que Victor Freitas ofereça ao PSD presentes envenenados, armadilhando aparentes boas propostas. Com a sua liderança, o PSD terá de estar atento porque a sua escalada vertiginosa no PS mostrou que ele sabe como chegar ao poder.
Por outro lado, o Victor, pelo poder que conseguiu acumular dentro do PS-Madeira, tem a qualidade única de encostar à parede qualquer voz dissonante, pelo que se torna plausível que pulverize qualquer oposição interna que possa vir a ser ensaiada. A sua liderança será incontestável e nem mesmo aqueles que outrora o adjectivaram de “vilhão” do Norte se atreverão (aliás, como nunca o fizeram abertamente) a desafiá-lo.
Com o que podem contar os madeirenses? Com uma oposição sem tréguas, provida de um discurso combativo e hostil, que tentará fazer do debate político um palco de denúncia das eventuais ilicitudes do PSD.
Já quanto a Jacinto Serrão, digamo-lo com clareza: não trará nada de novo. Fruto de alguma inconsistência, liderará o PS num percurso errático, como foi a sua imagem de marca da última vez que passou pela liderança do PS-Madeira. Jacinto Serrão, com todas suas trapalhadas, como o imbróglio da LFR, ou a fuga para Lisboa, não granjeou qualquer credibilidade ou simpatia por parte dos madeirenses e a sua eleição seria uma má notícia para o partido. E esta fragilização do PS também não seria positiva para a Madeira.
O que estranho na sua candidatura é a absoluta miopia política: será que Serrão espera mesmo que as suas trapalhadas tenham sido esquecidas, ou que a miserável submissão a que submeteu o PS-Madeira aos desmandos de Sócrates (cá, como lá, isto é, na Assembleia da República) não venham a ter consequências no eleitorado? Acreditará mesmo que reúne condições para ser um líder político na Madeira, nos próximos anos?
Por tudo isto, parece-me que o congresso terá sentido único.
O que não deixa de ser uma novidade é que após anos a manipular as lideranças do PS-Madeira, Victor finalmente decida avançar. Com a travessia do deserto que impôs ao PS, nomeadamente com os líderes que colocou à frente do partido (desde José António Cardoso, passando pelo próprio Serrão e até por Gouveia), Victor Freitas foi afastando os “barões” e putativos candidatos à liderança do PS, solidificando a sua posição dominante. Foi tão bem sucedido que neste momento apenas Bernardo Trindade tem estatuto suficiente para o enfrentar. O que, naturalmente, não irá acontecer. Não enquanto Jardim estiver no poder.
Ora, a mim parece-me muito bem. É tempo de pacificar o (ainda) maior partido da oposição e esquecer o passado de ofensas, irresponsabilidade, purgas e perseguições (Paulo Barata dixit).
Sobre a perversidade dos discursos acirrados de outrora, está tudo dito. Aquilo foi pior que briga de cães – que tentam agora travestir de debate democrático.
Importaria, talvez, analisarmos os perfis de cada um dos candidatos, tentando descortinar o que poderão trazer para o debate político madeirense.
Comecemos por Victor Freitas, o mais que provável futuro líder (não tenhamos ilusões: se a eleição corresponder aos desejos das bases, Jacinto Serrão não tem hipótese).
A sua eleição poderá iniciar uma etapa de actividade política marcada pelo profissionalismo. Victor Freitas é um dos poucos socialistas madeirenses que nunca fizeram nada na sua vida a não ser política, sendo um profissional dela. Ora, como nunca teve de pensar em mais nada a não ser em política, é natural que nesta etapa (de liderança) empreste esse profissionalismo à sua actividade. Será, portanto, uma liderança fortemente marcada por questões meramente políticas, não sendo de estranhar que uma das primeiras medidas seja a proposta para alteração da lei eleitoral. Aliás, é expectável que o Victor apresente muitas outras propostas que visem revolucionar o sistema político regional, porque é nisso que ele é especialista. Todas elas terão, obviamente, o objectivo de fazer desequilibrar o sistema com vista a beneficiar o PS em futuros actos eleitorais. Não me espantaria mesmo que Victor Freitas ofereça ao PSD presentes envenenados, armadilhando aparentes boas propostas. Com a sua liderança, o PSD terá de estar atento porque a sua escalada vertiginosa no PS mostrou que ele sabe como chegar ao poder.
Por outro lado, o Victor, pelo poder que conseguiu acumular dentro do PS-Madeira, tem a qualidade única de encostar à parede qualquer voz dissonante, pelo que se torna plausível que pulverize qualquer oposição interna que possa vir a ser ensaiada. A sua liderança será incontestável e nem mesmo aqueles que outrora o adjectivaram de “vilhão” do Norte se atreverão (aliás, como nunca o fizeram abertamente) a desafiá-lo.
Com o que podem contar os madeirenses? Com uma oposição sem tréguas, provida de um discurso combativo e hostil, que tentará fazer do debate político um palco de denúncia das eventuais ilicitudes do PSD.
Já quanto a Jacinto Serrão, digamo-lo com clareza: não trará nada de novo. Fruto de alguma inconsistência, liderará o PS num percurso errático, como foi a sua imagem de marca da última vez que passou pela liderança do PS-Madeira. Jacinto Serrão, com todas suas trapalhadas, como o imbróglio da LFR, ou a fuga para Lisboa, não granjeou qualquer credibilidade ou simpatia por parte dos madeirenses e a sua eleição seria uma má notícia para o partido. E esta fragilização do PS também não seria positiva para a Madeira.
O que estranho na sua candidatura é a absoluta miopia política: será que Serrão espera mesmo que as suas trapalhadas tenham sido esquecidas, ou que a miserável submissão a que submeteu o PS-Madeira aos desmandos de Sócrates (cá, como lá, isto é, na Assembleia da República) não venham a ter consequências no eleitorado? Acreditará mesmo que reúne condições para ser um líder político na Madeira, nos próximos anos?
Por tudo isto, parece-me que o congresso terá sentido único.
O que não deixa de ser uma novidade é que após anos a manipular as lideranças do PS-Madeira, Victor finalmente decida avançar. Com a travessia do deserto que impôs ao PS, nomeadamente com os líderes que colocou à frente do partido (desde José António Cardoso, passando pelo próprio Serrão e até por Gouveia), Victor Freitas foi afastando os “barões” e putativos candidatos à liderança do PS, solidificando a sua posição dominante. Foi tão bem sucedido que neste momento apenas Bernardo Trindade tem estatuto suficiente para o enfrentar. O que, naturalmente, não irá acontecer. Não enquanto Jardim estiver no poder.
5.11.09
Projecto do Sistema Educativo Regional, do PS-Madeira
Antes de mais faço uma declaração de interesses: não li o documento integral, porque não o encontrei, apesar de o ter procurado nos sites da Assembleia Legislativa Regional, do Grupo Parlamentar e do PS/Madeira.
Esta circunstância, naturalmente, limita o meu conhecimento do projecto, sendo que algumas das minhas observações podem ser suportadas em mal-entendidos normais nestas situações.
O meu comentário tem como base a peça jornalística de Jorge de Freitas Sousa, o que implica que apenas analise aqueles que foram os destaques feitos por si, ignorando se estes correspondem às grandes reformas propostas – pese embora o grande respeito, reconhecimento profissional e estima pessoal que tenho pelo jornalista.
Começo por reconhecer pertinência ao projecto. Apesar de não estar na agenda mediática ou sequer educativa nacional, a verdade é que a crise da escola como instituição há muito que é debatida nos círculos académicos e há muito que são questionados modelos alternativos.
Ora, apesar da crise ser reconhecida por todos, o que já acontece desde os anos 70, desde que Ivan Illich publicou o seu “Educação sem Escola”, acentuada pela escola “pós-moderna” (que nasceu da queda do paradigma comunista), a verdade é que em Portugal nunca foi possível os cientistas da educação (e políticos, naturalmente!) porem-se de acordo acerca do paradigma a implementar, pelo que todas as reformas não passaram de pequenos remendos numa manta já demasiado rendilhada e remendada.
Deste modo, é oportuno a apresentação deste documento, parecendo-me mesmo que a Região poderia ser um laboratório interessante para implementar um modelo de educação alternativo, o que até seria possível, no âmbito das suas competências ao nível da educação.
Contudo, apesar de reconhecer que algumas medidas são interessantes e de concordar com elas, parece-me que a proposta não é tão ousada quanto poderia/deveria ter sido. Antes de mais porque não define claramente um modelo alternativo. É certo que aponta alguns caminhos, mas não quebra com a “tradição escolar portuguesa”, nem corta com alguns mitos enraizados. Enfim, não define com clareza o que deve ser a escola, nem como convivem as dimensões formais, informais e não formais da educação, dentro do espaço e do tempo escolares.
Porque se queremos salvar a escola pública (e este “salvar” entenda-se como o resgate da mediocridade do ensino e das aprendizagens que, infelizmente, minam as nossas escolas), é urgente determinar com clareza o que queremos para a escola: se um espaço e um tempo minimalistas, para aprendizagem dos saberes básicos (o que não me parece razoável, atendendo aos desafios e competências que foram atiradas às escolas); ou um espaço onde as crianças e jovens passam a maior parte do seu tempo, em actividades “escolarizadas” (ou curriculares); ou, em alternativa aos dois primeiros, um modelo onde a dimensão curricular conviva com as dimensões informal e não formal, com projectos educativos que respondam às necessidades individuais, sem a recorrente confusão entre o “espaço escolar” e o “espaço não escolar” que interagem fisicamente nos estabelecimentos de ensino.
Ora, na minha opinião, são estas as amarras que urge romper e, uma vez que a proposta do PS não o prevê, acaba por ser mais um remendo para a tal manta. Percebo, contudo, alguma limitação que André Escórcio possa ter sentido, atendendo ao enquadramento legislativo nacional.
Vamos então às medidas.
Parece-me adequada e exequível a proposta de gratuitidade do ensino. E não me choca que a Região gaste mais em Educação, pois, apesar dos mitos, ainda estamos distantes do rácio de financiamento dos países escandinavos e ainda mais do modelo norte-americano. Parece-me uma falsa questão, apesar de ter algumas dúvidas acerca dos 20 milhões.
O modelo de escolas pequenas também me parece correcto, ainda que falte dizer que esta alteração teria de ser faseada e perspectivada a médio prazo. Por outro lado, teriam de ser analisadas as questões organizacionais, nomeadamente aquelas relacionadas com localizações, cantinas, transportes, etc., que comportam custos muito avultados e o sistema teria de ser racional.
Também colhe o meu apoio a possibilidade dos encarregados de educação poderem escolher as escolas e registo esta proposta muito pouco “socialista”.
As questões das batas e dos auxiliares são questões de lana caprina, que nem sequer constituem novidade.
A redução do número de alunos por turma é uma boa medida mas tenho dúvidas acerca da relação eficiência/eficácia, bem como a capacidade da Região para fazer face aos custos.
Também não me parece adequado que as escolas contratem os docentes que considerem adequados. Sou de opinião que, mediante a apresentação de um projecto educativo fundamentado, deverá diferenciar-se a alocação de recursos humanos e que devem ser as escolas a contratarem esses recursos.
Quanto aos clubes (a tal dimensão informal), subscrevo inteiramente a proposta e sou mais radical: devem-se criar tantos clubes quanto aqueles que a comunidade educativa entender necessários e adequados à realidade local (mediante um critério de racionalidade).
A questão da educação desportiva não me parece premente, ainda para mais num modelo como o norte-americano. Nos Estados Unidos não há uma tradição desportiva fora das escolas/universidades, o que não se passa na Madeira. Aliás, nesta questão, inclino-me mais para a prática que vem sendo seguida pela Secretaria Regional de Educação, que é abrir a escola aos clubes e associações desportivas, com benefícios para ambas as partes, mas onde os principais beneficiados são os alunos.
Não concordo, de todo, é que haja uma redução sistémica do financiamento ao ensino privado e cooperativo. Em meu entender, a concorrência é benéfica até para a escola pública e a educação não pode ser área tabu para o empreendedorismo empresarial. Aliás, o modelo que defendo está nas antípodas: as famílias deverão poder escolher entre o ensino público e o ensino privado, cabendo à administração pública garantir que todas as famílias têm igualdade de acesso. Até porque estou em crer que uma boa escola pública será sempre a opção preferencial das famílias.
Por tudo isto, acho que a proposta do PS-Madeira constitui uma boa oportunidade para a realização de uma discussão séria acerca da escola que se quer para o futuro. E seria imprudente, revelando até alguma incúria, o PSD desaproveitar esta oportunidade para a construção de um modelo educativo de vanguarda. Não quero com isto dizer que se tenha de aprovar ipsis verbis a proposta. Mas a discussão deve ser feita com ponderação, sem atirar o bebé juntamente com a água, em nome do futuro dos madeirenses. Porque as boas ideias, venham de onde virem, devem ser aproveitadas.
Esta circunstância, naturalmente, limita o meu conhecimento do projecto, sendo que algumas das minhas observações podem ser suportadas em mal-entendidos normais nestas situações.
O meu comentário tem como base a peça jornalística de Jorge de Freitas Sousa, o que implica que apenas analise aqueles que foram os destaques feitos por si, ignorando se estes correspondem às grandes reformas propostas – pese embora o grande respeito, reconhecimento profissional e estima pessoal que tenho pelo jornalista.
Começo por reconhecer pertinência ao projecto. Apesar de não estar na agenda mediática ou sequer educativa nacional, a verdade é que a crise da escola como instituição há muito que é debatida nos círculos académicos e há muito que são questionados modelos alternativos.
Ora, apesar da crise ser reconhecida por todos, o que já acontece desde os anos 70, desde que Ivan Illich publicou o seu “Educação sem Escola”, acentuada pela escola “pós-moderna” (que nasceu da queda do paradigma comunista), a verdade é que em Portugal nunca foi possível os cientistas da educação (e políticos, naturalmente!) porem-se de acordo acerca do paradigma a implementar, pelo que todas as reformas não passaram de pequenos remendos numa manta já demasiado rendilhada e remendada.
Deste modo, é oportuno a apresentação deste documento, parecendo-me mesmo que a Região poderia ser um laboratório interessante para implementar um modelo de educação alternativo, o que até seria possível, no âmbito das suas competências ao nível da educação.
Contudo, apesar de reconhecer que algumas medidas são interessantes e de concordar com elas, parece-me que a proposta não é tão ousada quanto poderia/deveria ter sido. Antes de mais porque não define claramente um modelo alternativo. É certo que aponta alguns caminhos, mas não quebra com a “tradição escolar portuguesa”, nem corta com alguns mitos enraizados. Enfim, não define com clareza o que deve ser a escola, nem como convivem as dimensões formais, informais e não formais da educação, dentro do espaço e do tempo escolares.
Porque se queremos salvar a escola pública (e este “salvar” entenda-se como o resgate da mediocridade do ensino e das aprendizagens que, infelizmente, minam as nossas escolas), é urgente determinar com clareza o que queremos para a escola: se um espaço e um tempo minimalistas, para aprendizagem dos saberes básicos (o que não me parece razoável, atendendo aos desafios e competências que foram atiradas às escolas); ou um espaço onde as crianças e jovens passam a maior parte do seu tempo, em actividades “escolarizadas” (ou curriculares); ou, em alternativa aos dois primeiros, um modelo onde a dimensão curricular conviva com as dimensões informal e não formal, com projectos educativos que respondam às necessidades individuais, sem a recorrente confusão entre o “espaço escolar” e o “espaço não escolar” que interagem fisicamente nos estabelecimentos de ensino.
Ora, na minha opinião, são estas as amarras que urge romper e, uma vez que a proposta do PS não o prevê, acaba por ser mais um remendo para a tal manta. Percebo, contudo, alguma limitação que André Escórcio possa ter sentido, atendendo ao enquadramento legislativo nacional.
Vamos então às medidas.
Parece-me adequada e exequível a proposta de gratuitidade do ensino. E não me choca que a Região gaste mais em Educação, pois, apesar dos mitos, ainda estamos distantes do rácio de financiamento dos países escandinavos e ainda mais do modelo norte-americano. Parece-me uma falsa questão, apesar de ter algumas dúvidas acerca dos 20 milhões.
O modelo de escolas pequenas também me parece correcto, ainda que falte dizer que esta alteração teria de ser faseada e perspectivada a médio prazo. Por outro lado, teriam de ser analisadas as questões organizacionais, nomeadamente aquelas relacionadas com localizações, cantinas, transportes, etc., que comportam custos muito avultados e o sistema teria de ser racional.
Também colhe o meu apoio a possibilidade dos encarregados de educação poderem escolher as escolas e registo esta proposta muito pouco “socialista”.
As questões das batas e dos auxiliares são questões de lana caprina, que nem sequer constituem novidade.
A redução do número de alunos por turma é uma boa medida mas tenho dúvidas acerca da relação eficiência/eficácia, bem como a capacidade da Região para fazer face aos custos.
Também não me parece adequado que as escolas contratem os docentes que considerem adequados. Sou de opinião que, mediante a apresentação de um projecto educativo fundamentado, deverá diferenciar-se a alocação de recursos humanos e que devem ser as escolas a contratarem esses recursos.
Quanto aos clubes (a tal dimensão informal), subscrevo inteiramente a proposta e sou mais radical: devem-se criar tantos clubes quanto aqueles que a comunidade educativa entender necessários e adequados à realidade local (mediante um critério de racionalidade).
A questão da educação desportiva não me parece premente, ainda para mais num modelo como o norte-americano. Nos Estados Unidos não há uma tradição desportiva fora das escolas/universidades, o que não se passa na Madeira. Aliás, nesta questão, inclino-me mais para a prática que vem sendo seguida pela Secretaria Regional de Educação, que é abrir a escola aos clubes e associações desportivas, com benefícios para ambas as partes, mas onde os principais beneficiados são os alunos.
Não concordo, de todo, é que haja uma redução sistémica do financiamento ao ensino privado e cooperativo. Em meu entender, a concorrência é benéfica até para a escola pública e a educação não pode ser área tabu para o empreendedorismo empresarial. Aliás, o modelo que defendo está nas antípodas: as famílias deverão poder escolher entre o ensino público e o ensino privado, cabendo à administração pública garantir que todas as famílias têm igualdade de acesso. Até porque estou em crer que uma boa escola pública será sempre a opção preferencial das famílias.
Por tudo isto, acho que a proposta do PS-Madeira constitui uma boa oportunidade para a realização de uma discussão séria acerca da escola que se quer para o futuro. E seria imprudente, revelando até alguma incúria, o PSD desaproveitar esta oportunidade para a construção de um modelo educativo de vanguarda. Não quero com isto dizer que se tenha de aprovar ipsis verbis a proposta. Mas a discussão deve ser feita com ponderação, sem atirar o bebé juntamente com a água, em nome do futuro dos madeirenses. Porque as boas ideias, venham de onde virem, devem ser aproveitadas.
4.11.09
Desculpa lá, Gonçalo...
Estava o Jorge Jesus, antes de um jogo com o Sporting, a falar com os jogadores nos balneários:- - "Eu sei que é uma chatice, mas temos que jogar contra eles...Faz parte do calendário, o que é que querem?
O Luisão responde:
-"Mas, oh mister, é preciso irmos todos?"
Então, o Di Maria levanta-se e diz:
-"Não é preciso! Eu vou jogar sozinho contra eles. Vocês podem ir descansar."
E Jorge Jesus lá concordou:
- "Ok, Di Maria. Então vai lá dar cabo deles."
O Jorge Jesus e os restantes jogadores foram até um café ali ao lado do estádio e começaram a jogar snooker. Estavam eles entretidos até que um se lembra de ir ver o resultado do jogo ao intervalo. O marcador assinalava: Benfica 1 (Di Maria aos 10m) - Sporting 0. Voltou à mesa de snooker e contou como estava o jogo. Passada uma hora, decidem ir todos ver o resultado final: Benfica 1 (Di Maria aos 10m) -Sporting 1 (Liedson aos 89m). Ficaram surpresos e Jorge Jesus dirigiu-se ao balneário onde estava o Di Maria com as mãos na cabeça e muito chateado.
- "Então Di Maria, o que é que aconteceu? ", perguntou Jorge Jesus.
- "O cabrão do árbitro expulsou-me aos 11 minutos ..."
O Luisão responde:
-"Mas, oh mister, é preciso irmos todos?"
Então, o Di Maria levanta-se e diz:
-"Não é preciso! Eu vou jogar sozinho contra eles. Vocês podem ir descansar."
E Jorge Jesus lá concordou:
- "Ok, Di Maria. Então vai lá dar cabo deles."
O Jorge Jesus e os restantes jogadores foram até um café ali ao lado do estádio e começaram a jogar snooker. Estavam eles entretidos até que um se lembra de ir ver o resultado do jogo ao intervalo. O marcador assinalava: Benfica 1 (Di Maria aos 10m) - Sporting 0. Voltou à mesa de snooker e contou como estava o jogo. Passada uma hora, decidem ir todos ver o resultado final: Benfica 1 (Di Maria aos 10m) -Sporting 1 (Liedson aos 89m). Ficaram surpresos e Jorge Jesus dirigiu-se ao balneário onde estava o Di Maria com as mãos na cabeça e muito chateado.
- "Então Di Maria, o que é que aconteceu? ", perguntou Jorge Jesus.
- "O cabrão do árbitro expulsou-me aos 11 minutos ..."
2.11.09
PTE - boa prática com procedimentos pouco transparentes?
Portugal não é um país normal. Essa é uma constatação que não precisa de confirmação empírica. E neste país um pouco anormal, a verdade é que por vezes somos tentados a não termos, nós próprios, atitudes normais.
Ora, serve este preâmbulo para dizer que de tanto denunciar os esquemas, as falhas, as incompetências, às más políticas, as manhosices do governo de Sócrates, sentimo-nos tentados a calar quando tomamos conhecimento de outros processos muito mal explicados.
É o que acontece comigo: por tanto tentar pôr a nu algumas trapalhadas associadas ao Plano Tecnológico da Educação (PTE), começo a sentir-me o Velho do Restelo. Mas como a situação parece-me grave, entendo ter o dever de escrever sobre aquilo que a maioria dos portugueses desconhece.
Ora, para quem não sabe, no âmbito do PTE, as infra-estruturas de rede das EB2, 3 e Secundárias estão a ser substituídas para permitir internet de alta velocidade. Sim, não está apenas a ser actualizada, está a ser integralmente substituída. Mas, apesar de estarem a ser desperdiçados muitos milhões, ainda se aceitaria, se a coisa se ficasse por aqui. Mas não: aqui vai o role daquilo que me parece um esquema muito pouco transparente, que me deixa, como deveria acontecer com todos os democratas, muitas dúvidas, senão legais, pelo menos éticas:
- Todo o equipamento terminal está a ser colocado pela Cisco, que coloca equipamento, em qualidade e em quantidade, bem acima do necessário; (com custos bastante elevados);
- A Cisco tem como Director Internacional para o Sector Público (?) Diogo Vasconcelos, antigo presidente da UMIC e “pai” do “e-government” português, que veio desaguar no Plano Tecnológico (coincidência?) – para que não me venham acusar de sectarismo, este é um ilustre militante do PSD;
- O serviço de comunicação de dados e internet foi entregue em monopólio à PT, sem qualquer possibilidade dos “donos” das linhas (aqueles que as vão pagar) poderem optar por outras empresas, com a agravante de que qualquer alteração à rede tem de ser autorizada pela PT que, naturalmente, cobrará o serviço;
- Imposição destas negociatas às autarquias apesar de, entretanto, terem recebido todas as competências (e encargos) relacionadas com os edifícios escolares;
- Sub-empreitadas que não observam a lei em vigor, nomeadamente inexistência de projectos técnicos;
- Inexistência de comunicação e total ausência de informação para escolas e autarquias;
- Colocação de redes estruturadas sobre outras redes já existentes, violando, assim, toda e qualquer regra de remodelação.
Mas no âmbito da relação entre Educação e tecnologia, ainda há mais:
- Todo o software que está a ser produzido para o ME é suportado pela Beltrão Coelho, a mesma empresa que já havia recebido o monopólio dos quadros interactivos para as EB2, 3 (Interwrite), apesar de não serem nem os melhores nem os mais baratos do mercado;
- A manutenção do monopólio da JP Sá Couto, relativamente ao programa E-escolinhas. Não há aqui uma violação clara das regras da contratação pública e das leis da concorrência?
Não me oponho, naturalmente, ao PTE. Mas por concordar com a medida, não posso calar situações e procedimentos que me parecem muito questionáveis. E isto não tem a ver com partidos. Tem a ver com a qualidade da própria Democracia que me parece estar a ser posta em causa diariamente. Veremos se algum dia todo este processo será alvo de alguma investigação judiciária.
E depois digam lá que é perseguição!
Ora, serve este preâmbulo para dizer que de tanto denunciar os esquemas, as falhas, as incompetências, às más políticas, as manhosices do governo de Sócrates, sentimo-nos tentados a calar quando tomamos conhecimento de outros processos muito mal explicados.
É o que acontece comigo: por tanto tentar pôr a nu algumas trapalhadas associadas ao Plano Tecnológico da Educação (PTE), começo a sentir-me o Velho do Restelo. Mas como a situação parece-me grave, entendo ter o dever de escrever sobre aquilo que a maioria dos portugueses desconhece.
Ora, para quem não sabe, no âmbito do PTE, as infra-estruturas de rede das EB2, 3 e Secundárias estão a ser substituídas para permitir internet de alta velocidade. Sim, não está apenas a ser actualizada, está a ser integralmente substituída. Mas, apesar de estarem a ser desperdiçados muitos milhões, ainda se aceitaria, se a coisa se ficasse por aqui. Mas não: aqui vai o role daquilo que me parece um esquema muito pouco transparente, que me deixa, como deveria acontecer com todos os democratas, muitas dúvidas, senão legais, pelo menos éticas:
- Todo o equipamento terminal está a ser colocado pela Cisco, que coloca equipamento, em qualidade e em quantidade, bem acima do necessário; (com custos bastante elevados);
- A Cisco tem como Director Internacional para o Sector Público (?) Diogo Vasconcelos, antigo presidente da UMIC e “pai” do “e-government” português, que veio desaguar no Plano Tecnológico (coincidência?) – para que não me venham acusar de sectarismo, este é um ilustre militante do PSD;
- O serviço de comunicação de dados e internet foi entregue em monopólio à PT, sem qualquer possibilidade dos “donos” das linhas (aqueles que as vão pagar) poderem optar por outras empresas, com a agravante de que qualquer alteração à rede tem de ser autorizada pela PT que, naturalmente, cobrará o serviço;
- Imposição destas negociatas às autarquias apesar de, entretanto, terem recebido todas as competências (e encargos) relacionadas com os edifícios escolares;
- Sub-empreitadas que não observam a lei em vigor, nomeadamente inexistência de projectos técnicos;
- Inexistência de comunicação e total ausência de informação para escolas e autarquias;
- Colocação de redes estruturadas sobre outras redes já existentes, violando, assim, toda e qualquer regra de remodelação.
Mas no âmbito da relação entre Educação e tecnologia, ainda há mais:
- Todo o software que está a ser produzido para o ME é suportado pela Beltrão Coelho, a mesma empresa que já havia recebido o monopólio dos quadros interactivos para as EB2, 3 (Interwrite), apesar de não serem nem os melhores nem os mais baratos do mercado;
- A manutenção do monopólio da JP Sá Couto, relativamente ao programa E-escolinhas. Não há aqui uma violação clara das regras da contratação pública e das leis da concorrência?
Não me oponho, naturalmente, ao PTE. Mas por concordar com a medida, não posso calar situações e procedimentos que me parecem muito questionáveis. E isto não tem a ver com partidos. Tem a ver com a qualidade da própria Democracia que me parece estar a ser posta em causa diariamente. Veremos se algum dia todo este processo será alvo de alguma investigação judiciária.
E depois digam lá que é perseguição!
Conferência Internacional do Funchal apresentada
A II Conferência Internacional do Funchal foi esta manhã apresentada, pelo vereador com o pelouro da Cultura, Pedro Calado, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. A 6 e 7 de Novembro a capital debaterá temas de interesse para as sociedades actuais, como a Cidade, a mudança de paradigma energético, a criação de sociedades mais solidárias, as vulnerabilidades do sistema financeiro global ou a crise da democracia e da participação dos cidadãos.
São conferencistas Adriano Moreira, Virginio Bettini, Sérgio Gonçalves do Cabo, Oliveira Fernandes e Viriato Soromenho-Marques, director científico das conferências.
São conferencistas Adriano Moreira, Virginio Bettini, Sérgio Gonçalves do Cabo, Oliveira Fernandes e Viriato Soromenho-Marques, director científico das conferências.
A inscrição é gratuita e pode ser feita, de forma simples, em
www.conferenciainternacionalfunchal.com.
No hotel CS Madeira, durante dois dias, debater-se-ão algumas das grandes temáticas da actualidade.
www.conferenciainternacionalfunchal.com.
No hotel CS Madeira, durante dois dias, debater-se-ão algumas das grandes temáticas da actualidade.
É preciso discutir?
Não é uma teoria. É um facto provado: quanto mais forte é a oposição, quanto mais capacidade crítica e de intervenção tiverem os partidos concorrentes ao poder, melhor é o Governo. Parece-me tão óbvio que acaba por ser um tema sem discussão possível.
31.10.09
E xanax, não?
E um Xanax, Paulo, não?
Só te consigo responder com duas sugestões. Primeiro Xanax. Dizem que acalma.
Depois, um remédio para a azia: "A um copo com água junta-se açucar e bicarbonato de sódio. Bebe de uma vez, senão, vem tudo para fora. E boa sorte".
Bom fim de semana.
Só te consigo responder com duas sugestões. Primeiro Xanax. Dizem que acalma.
Depois, um remédio para a azia: "A um copo com água junta-se açucar e bicarbonato de sódio. Bebe de uma vez, senão, vem tudo para fora. E boa sorte".
Bom fim de semana.
30.10.09
Uma rara resposta
O Paulo teve um ataque de fúria semelhante àqueles que os candidatos à liderança do PS têm um contra o outro. Os ânimos estão mesmo exaltados para aquelas bandas, o que leva apoiantes e candidatos a perderem a noção daquilo que é razoável.
Chamar "debate democrático" à luta interna dos socialistas madeirenses só pode ser uma brincadeira. Os combates democráticos fazem-se de argumentos que devem traduzir ideias, não de acusações, insinuações, trocas de insultos. Nos combates democráticos não se usa a tribuna da AR para beneficiar um candidato em detrimento de outro. Não se "contam as espingardas" publicamente.
Basta ler os blogues afectos ao PS para perceber a dimensão catastrófica que a tal "discussão democrática" atingiu.
No texto publicado no "Farpas", o Paulo utiliza o tipo de linguagem que diz detestar, insultando quem acha que a "luta de galos" no seio do PS-Madeira chegou a patamares indecorosos. Utiliza ainda o tipo de argumentos que diz repudiar. A leitura do seu texto fez-me recordar algumas passagens de "O Triunfo dos Porcos". Vá lá saber-se porquê...
Post-Scriptum: Sempre disse e escrevi que uma oposição forte, corporizada pelo PS-M ou por outra força qualquer, beneficiaria a Madeira e os madeirenses, beneficiando ainda, por paradoxal que possa parecer, o PSD-M e o Governo Regional. A julgar pelo que se tem visto neste tal... "combate democrático" no interior do PS-M, esse dia está muito longe.
Chamar "debate democrático" à luta interna dos socialistas madeirenses só pode ser uma brincadeira. Os combates democráticos fazem-se de argumentos que devem traduzir ideias, não de acusações, insinuações, trocas de insultos. Nos combates democráticos não se usa a tribuna da AR para beneficiar um candidato em detrimento de outro. Não se "contam as espingardas" publicamente.
Basta ler os blogues afectos ao PS para perceber a dimensão catastrófica que a tal "discussão democrática" atingiu.
No texto publicado no "Farpas", o Paulo utiliza o tipo de linguagem que diz detestar, insultando quem acha que a "luta de galos" no seio do PS-Madeira chegou a patamares indecorosos. Utiliza ainda o tipo de argumentos que diz repudiar. A leitura do seu texto fez-me recordar algumas passagens de "O Triunfo dos Porcos". Vá lá saber-se porquê...
Post-Scriptum: Sempre disse e escrevi que uma oposição forte, corporizada pelo PS-M ou por outra força qualquer, beneficiaria a Madeira e os madeirenses, beneficiando ainda, por paradoxal que possa parecer, o PSD-M e o Governo Regional. A julgar pelo que se tem visto neste tal... "combate democrático" no interior do PS-M, esse dia está muito longe.
História
A 6 de Abril do ano da graça de 1453 os turcos otomanos cercaram Constantinopla. Nesse e nos dias seguintes, os homens de Maomé II e de Constantino XI lutaram furiosamente nas muralhas da capital do império romano do oriente, bastião da cristandade e da civilização. Enquando o faziam, a cidade recebia um concílio que discutia, não menos furiosamente, uma questão teológica: qual seria o sexo dos anjos. Uma lição de História para o PS-M.
29.10.09
Face oculta revela rostos socialistas
A "face oculta" revelou (gosto de oximoros) os rostos de Armando Vara, de Paulo Penedos, de José Penedos numa rede tentacular de corrupção e tráfico de influências. Coincidências entre eles: serem actuais ou antigos administradores de empresas públicas; serem ex-governantes; serem ex-dirigentes partidários. Ah e serem militantes do PS.
Que dirão agora as "prima-donas" que de forma acintosa e empedernida faziam colar a imagem do PSD às trafulhices de Dias Loureiro? Têm as madames alguma coisa a acrescentar?
Que dirão agora as "prima-donas" que de forma acintosa e empedernida faziam colar a imagem do PSD às trafulhices de Dias Loureiro? Têm as madames alguma coisa a acrescentar?
Eleições no PS - de uns e de outros
Escrevi dois textos sobre o processo eleitoral do PS que foram merecedores de algumas reacções interessantes. Umas, pelo humor inteligente e pela capacidade que alguns têm em ver o absurdo em que por vezes estão(mos) mergulhados - a tal capacidade crítica que diferencia o bestial da besta. Outras pelo teor raivoso e estilo agressivo e manifesta incapacidade para reconhecer o esgar irascível que projectam no espelho.
Estes dois tipos de reacção mostram bem as diferenças entre uns e outros. Uns têm consciência da imagem que a hostilidade entre as facções do PS transmitem à sociedade. Os outros mostram a forma rancorosa, zangada, como enfrentam a vida e a política. Aliás, nada de estranhar, se atendermos que estes últimos fazem do congresso do PS um ajuste de contas pessoal, em vez de um debate político sério e rigoroso. Porque continuam sem perceber que foram relegados para segundo plano nalguns actos eleitorais porque não são detentores de direitos divinos que fazem de si eternos candidatos, ainda que tenham péssimos resultados eleitorais; ainda que sejam políticos medíocres; ainda que o seu trabalho cívico não tenha a grandiosidade com que gostam de imaginar.
Com quadros mentais desta natureza, não deixa de ter piada que projectem nos outros algumas das suas principais características.
Contudo, apesar disto tudo, espero que o debate no PS suba de nível e que os seus contendores revelem maior elevação. Porque a Madeira precisa de um PS forte. Ainda que me pareça que não será com gente da laia dos segundos que isso acontecerá.
But, then again, esse é um problema dos socialistas.
Estes dois tipos de reacção mostram bem as diferenças entre uns e outros. Uns têm consciência da imagem que a hostilidade entre as facções do PS transmitem à sociedade. Os outros mostram a forma rancorosa, zangada, como enfrentam a vida e a política. Aliás, nada de estranhar, se atendermos que estes últimos fazem do congresso do PS um ajuste de contas pessoal, em vez de um debate político sério e rigoroso. Porque continuam sem perceber que foram relegados para segundo plano nalguns actos eleitorais porque não são detentores de direitos divinos que fazem de si eternos candidatos, ainda que tenham péssimos resultados eleitorais; ainda que sejam políticos medíocres; ainda que o seu trabalho cívico não tenha a grandiosidade com que gostam de imaginar.
Com quadros mentais desta natureza, não deixa de ter piada que projectem nos outros algumas das suas principais características.
Contudo, apesar disto tudo, espero que o debate no PS suba de nível e que os seus contendores revelem maior elevação. Porque a Madeira precisa de um PS forte. Ainda que me pareça que não será com gente da laia dos segundos que isso acontecerá.
But, then again, esse é um problema dos socialistas.
28.10.09
Democracia, aquela briga de cães em que se transformou a luta pela liderança do PS-Madeira?! Mas estamos em África?!
Os socialistas madeirenses dizem horrores de si próprios; os socialistas madeirenses ofendem-se e acusam-se das maiores enormidades; os socialistas madeirenses, na refrega política, fazem jus à miserável expressão "já chegamos à Madeira?". Mas os socialistas madeirenses, que não demonstram qualquer elevação mesmo nos debates internos, que comportam-se como um bando de cães atirados a um reles osso, não gostam que se denuncie essa luta de galos. Uns tentam desviar as atenção, com manobras à Jardim (irónico, não é?). Outros, acusam, os que comentam aquela briga de rua em que se transformou a luta pela liderança do PS/Madeira, de desconhecerem a democracia. Democracia, aquilo?! Só mesmo quando se está demasiado próximo aos hábitos tribais é que pode pensar (e dizer!) barbaridades destas.
27.10.09
Liberdades individuais vs saúde da população
Há uns meses atrás, o Portugal gay e o Portugal politicamente correcto ficaram ofendidíssimos quando o presidente do Instituto do Sangue defendeu a exclusão dos homossexuais da dádiva de sangue. Na opinião de Gabriel Olim, esta exclusão justificar-se-ia pelo facto dos “homens que têm sexo com homens terem, geralmente, uma prevalência da infecção maior”. Infecção de HIV, leia-se.
Logo apareceram os do costume a acusarem o Instituto de promover práticas discriminatórias, alegando que hoje “já não existem grupos de risco”. Ora, numa atitude profundamente demagógica, preferiam perpetuar um procedimento de risco, ao invés de assumir uma atitude defensiva e preventiva. Na mente destes senhores, era mais importante garantir os “direitos” dos homossexuais, do que privilegiar a integridade do banco de sangue nacional. Em troca de uma alegada defesa das liberdades individuais de uns poucos, ponha-se em causa a saúde de milhões.
Não sei se os que defendiam a tese da discriminação eram possuidores de toda a informação científica até então ao dispor. Mas a verdade é que passados apenas um par de meses, vem a epidemiologista Teresa Paixão alertar para o crescimento da infecção de HIV entre os homossexuais. De acordo com a investigadora, este é um dos “grupos vulneráveis” o que, na minha interpretação, significa dizer que são um grupo de risco.
Por norma e por princípio, tenho como axioma ético opor-me a qualquer forma de proselitismo. Contudo, como qualquer pessoa, também eu tenho estabelecida uma hierarquia de valores, que parte de um(s) imperativo(s) categórico(s), onde a vida e a saúde da maioria está antes dos direitos e liberdades individuais. Portanto, também sou apologista que havendo evidências de que se mantêm “grupos de risco”, como parece vir defender a médica, devem as instituições públicas intervir no sentido de minimizarem os riscos para a população. E, em minha opinião, foi isso que se limitou a fazer Gabriel Olim.
Mas isto levanta ainda uma outra questão que é para mim relevante: alguns movimentos cívicos portugueses têm vindo a assumir posições aparentemente progressistas relativamente a uma série de questões (que alguém colocou na ordem do dia). E quando alguém ousa questionar a eficácia destas posições, aqui d’el rei, que se está a ser sectário, que é-se retrógrado, entre muitos outros mimos com que se é distinguido. Este caso revela como por vezes essas atitudes ditas progressistas são imprudentes e questionáveis moralmente. Porque no alto da sua arrogância, esta pseudo-intelectualidade urbana não consegue ver que a defesa de valores tradicionais pode ter como único objectivo a defesa de outros direitos comuns, bem acima, numa escala de valor, do que algumas pequenas liberdades individuais, que mais não servem do que para afagar o nosso egozinho!
Logo apareceram os do costume a acusarem o Instituto de promover práticas discriminatórias, alegando que hoje “já não existem grupos de risco”. Ora, numa atitude profundamente demagógica, preferiam perpetuar um procedimento de risco, ao invés de assumir uma atitude defensiva e preventiva. Na mente destes senhores, era mais importante garantir os “direitos” dos homossexuais, do que privilegiar a integridade do banco de sangue nacional. Em troca de uma alegada defesa das liberdades individuais de uns poucos, ponha-se em causa a saúde de milhões.
Não sei se os que defendiam a tese da discriminação eram possuidores de toda a informação científica até então ao dispor. Mas a verdade é que passados apenas um par de meses, vem a epidemiologista Teresa Paixão alertar para o crescimento da infecção de HIV entre os homossexuais. De acordo com a investigadora, este é um dos “grupos vulneráveis” o que, na minha interpretação, significa dizer que são um grupo de risco.
Por norma e por princípio, tenho como axioma ético opor-me a qualquer forma de proselitismo. Contudo, como qualquer pessoa, também eu tenho estabelecida uma hierarquia de valores, que parte de um(s) imperativo(s) categórico(s), onde a vida e a saúde da maioria está antes dos direitos e liberdades individuais. Portanto, também sou apologista que havendo evidências de que se mantêm “grupos de risco”, como parece vir defender a médica, devem as instituições públicas intervir no sentido de minimizarem os riscos para a população. E, em minha opinião, foi isso que se limitou a fazer Gabriel Olim.
Mas isto levanta ainda uma outra questão que é para mim relevante: alguns movimentos cívicos portugueses têm vindo a assumir posições aparentemente progressistas relativamente a uma série de questões (que alguém colocou na ordem do dia). E quando alguém ousa questionar a eficácia destas posições, aqui d’el rei, que se está a ser sectário, que é-se retrógrado, entre muitos outros mimos com que se é distinguido. Este caso revela como por vezes essas atitudes ditas progressistas são imprudentes e questionáveis moralmente. Porque no alto da sua arrogância, esta pseudo-intelectualidade urbana não consegue ver que a defesa de valores tradicionais pode ter como único objectivo a defesa de outros direitos comuns, bem acima, numa escala de valor, do que algumas pequenas liberdades individuais, que mais não servem do que para afagar o nosso egozinho!
26.10.09
II Conferência Internacional do Funchal
Inscreva-se, e saiba toda a programação da II Conferência Internacional do Funchal aqui. Uma organização da Câmara Municipal do Funchal.
Subscrever:
Mensagens (Atom)