"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
31.12.07
2008
Dizer-te ADEUS.
Perdi a esperança, mas não esgotei a capacidade de olhar em frente. Para ti e para mim, um FELIZ 2008.
30.12.07
A Ilha do Dia Antes
29.12.07
27.12.07
Desígnios para 2008
Eu, por exemplo, gastei mais 250 euros de gasóleo. Paguei mais 505 euros pela casa, em relação ao ano homólogo.
Só o ordenado é que não cresceu. O meu e o de milhares de cidadãos da minha terra. O desemprego disparou (são agora mais de 8 mil). O principal motor da economia gripou. Foi o governo quem nos últimos 20 anos, derramou dinheiro na economia, através de um forte investimento público. O turismo tenta recuperar o fôlego de outros tempos. Uma vez mais o Sr. Governo foi obrigado a intervir (paga algumas low cost para voarem para cá).
No meio deste deserto, resta-nos a Praça Financeira, mas a Europa e o Estado convivem mal com os paraísos ficais. Há quem diga que tem os dias contados (2011). O descrédito vem de dentro de algumas empresas lá instaladas.
Face aos actuais constrangimentos é urgente repensar o futuro.
Numa terra com recursos naturais limitados, como é o nosso caso, a riqueza ainda são as pessoas. É necessário formá-las. Como? Através de protocolos com instituições externas (portuguesas e estrangeiras). O IV quadro Comunitário de Apoio tem subsídios para esta área, mas considero que não vale a pena gastar o dinheiro com os formadores do costume. Alguns deles já estão em bicos de pé, como é o caso da ACIF, para ensinar. Todos nós conhecemos os nossos quadros técnicos. Todos nós, já fizemos formação e sabemos quem a dá. Com honrosas excepções, são cursos que normalmente não servem para nada. Se há dinheiro, que se invista, de forma a criar riqueza.
24.12.07
Noite do Mercado II
23.12.07
LFM e o Ultraperiferias
Tenho pena que assim seja porque o blog do LFM contribuíu para o salto quantitativo e qualitativo que a blogosfera da Madeira registou em 2007.
Ainda espero que passado este período, que me parece de desencanto, o Luís Filipe Malheiro reconsidere a decisão.
Um rato (que não é cozinheiro)
Mas então nunca ninguém percebeu que a "coisa" ia mal no Banco Comercial Português? Os auditores que andaram pelo BCP em 2005 eram cegos? Vedaram-lhes os olhos, querem ver...
O Dr. Constâncio tem por hábito nunca se justificar. Não se sente obrigado a isso, de facto. E desta vez, vai continuar calado que nem rato, à espera que passe o mau tempo.
O chapéu do Sr. Sócrates
Se é, qual a legitimidade do Governo do Sr. Sócrates para tomar partido por uma qualquer facção entre as que disputam o poder no banco?
A "salvaguarda" do interesse nacional" é um chapéu onde cabe tudo, de facto...
A prenda
Um ser convalescente a caminho da felicidade.
Trabalho para resgatá-la.
Tenciono e quero ser feliz ao teu lado.
Não sei como te chamas.
Nunca vi a cor dos teus olhos, nem observei as curvas do teu rosto.
Apenas sei que existes.
Sinto-o, ainda distante, mas o teu pulsar caminha em direcção do meu.
Juntos seremos uma estrela.
Deixa tudo o que estás a fazer e sai.
Procura-me no infinito que estou, algures, à tua espera.
Trás contigo o teu ser, o teu sorriso. O resto, eu tenho.
Caminha sem medo, rumo ao desconhecido.
A segurança chega depois.
Trás contigo os teus tesouros e não te esqueças do coração.
Noite do Mercado
A ler
De estado de graça, para estado desgraçado!
É, aos poucos a máscara vai caindo. E as instituições voltam a começar a funcionar. Vamos esperar a ver o nos guarda o ano que se aproxima!
Ideias idiotas (passe a tautologia)
Até nem me parceria mal, se não soubéssemos que entregar o ambiente a empresas privadas seria estar a promover a promiscuidade (ou colocar a raposa a guardar as galinhas) - veja-se a vergonha das empresas de certificação de qualidade, que certificam qualquer treta desde que as tranches financeiras sejam feitas a tempo -; se não tivéssemos a experiência de que os transportes não mais eficientes por estarem nas mãos de privados (não têm menos desperdícios), que não são mais eficazes (não prestam um melhor serviço) e que, definitivamente, não mais mais baratos para os consumidores (todos conhecemos as propostas absurdas de aumentos e os pactos que se estabelecem entre empresas). Estaria tudo bem se não tivéssemos conhecimento de doentes postos à porta das clínicas por terem expirado os títulos de seguros (a denúncia é feita pela Ordem dos Médicos) e que estas empresas fogem como o diabo da cruz quando se trata de pagar (não teremos já todos passado pelo martírio que as seguradoras nos submetem para obtermos aquilo que é nosso por direito?!); se não conhecêssemos a falta de qualidade gritante de muitos colégios privados e das empresas de formação (estas então passam certificados a metro, sem qualquer rigor ou exigência).
Portanto, a ideia não é má, se o tecido empresarial português fosse minimamente credível. Mas todas trapaças no BCP (entre outras, que ao nível de aldrabice o BCP não é caso único), demonstra bem a grau de confiança que poderemos ter nas empresas portuguesas. Assim sendo, caro Luís, e que tal se fosses pregar para outra freguesia e me desamparasses a loja?!
21.12.07
O mundo dos números
A Câmara do Comércio apelou à redução da taxa do IVA (13%), para estimular o consumo. Segundo a Associação há comerciantes à beira de um ataque de nervos. A perda do poder de compra dos madeirenses está a fazer estragos na economia.
A explicação é simples. Quando a oferta é superior à procura a tendência é para que os preços baixem. Foi o que aconteceu ao longo de 2007. A inflação estabilizou na casa dos 1%.
É este o argumento que a ACIF também vai usar para negociar os aumentos dos salários para o próximo ano. Já avisou que face ao actual quadro macro económico os salários vão ser alinhados com a inflação. Ou seja, só podem crescer 1,1%.
19.12.07
Bom jantar!
Virgens ofendidas
Ora, era só o que faltava um governante não poder processar um comentador (atenção, foi um artigo de opinião), caso entenda que a sua honra foi ofendida. E Baptista-Bastos já é bem velhinho (porque o homem já é velho, não é apenas crescido) para saber que o seu artigo traria consequências, de resto, inevitáveis.
Mas acho especial piada aos paladinos da justiça que aplaudiram a vergonhosa recepção de Paulo Pedroso na Assembleia da República, após a sua libertação, ou que nada tiveram a opinar sobre o processo interposto por José Sócrates a António Balbino Caldeira, do Portugal Profundo, que denunciou toda aquela trapaça da Universidade Independente, mas que agora: aqui-del-rei, que Jardim é um fascista e que persegue os jornalistas.
Como diria o meu bom amigo Gonçalo, bordamerda convosco!
É mais do que legítimo que qualquer cidadão que sinta a sua honra ofendida processe o autor destas alegadas injúrias. Tal como quem as faz, tem que ser coerente e enfrentá-las sem subrefúgios.
PS - Por mim, estaria disposto a ir a tribunal por todos os adjectivos com que já mimei o governo da República. Porque gostaria de repeti-los todos.
Novos blogs
Da lista sairam, por falta de actualização, A Vida de um Maxikeiro, Aberto Até de Madrugada, Jhurnalisto (é pena o Paulo não o actualizar porque na minha opinião era dos melhores), o Mundo de Lady Arwen, Pináculos, Refúgio, Telas Acrílicas, Terra dos xavelhas, Um Dia de Cada Vez e Veleiro à Deriva.
Sei que a esmagadora maioria dos conspiradores (todos, exceptuando eu) teriam preferido uma limpeza mais global. Mas acho que assim tá porreiro.
Acrescentei ainda alguns. A saber:
Docas nas Asas do Desejo
Pérolas Intemporais
O Mundo do meu sonho
Zaragata no Calhau
Urbanidades
Best Of Madeira (Nuno Morna)
Giuditta Russo
O feito é notável. Verdadeiramente notável. E ainda mais notável é se soubermos, como acrescento, que a boa da Giuditta Russo nunca frequentou sequer a Universidade de Direito e viveu, todo este período, numa bem montada farsa, ocultando as suas reais habilitações e fazendo-se passar por algo que não era. Ela própria, há pouco tempo, assim o confessou, farta que estava do embuste e perante a dificuldade de um processo mais complexo.
Agora, assim de repente, um político a desempenhar um cargo importante já dava para animar a malta nesta quadra natalícia, marcada pela falta de dinheiro e algum desespero. A Monica Belucci, como é natural, não servia para o papel, mas o Joaquim de Almeida assentava que nem uma luva no mesmo. Afinal, ele tem andado bem longe dos portugueses, vive num outro mundo, tem um ar feroz, é bem parecido e fala bastante bem inglês.
Epílogo de uma festa
No entanto, parece que a festa não acabou bem porque há, claramente, tendências internas inconciliáveis. O número de metros que a água do mar irá subir nos próximos 50 anos ou o número de quilos que o Sr. Gore tem actualmente são apenas alguns exemplos de uma luta fratricida pelo predomínio de uma teoria.
Ainda assim, queria fazer duas pequeninas correcções relativamente ao post inicial sobre este assunto. Primeira: não foram “100 mulheres bonitas”; foram apenas “90 bailarinas”. Segunda: as suites, disponibilizadas acho eu que para as conferências e workshops paralelos, eram 35 e não 30, como anteriormente referi.
Ó Grande Abdallah!
Oh, grande Abdallah! Quão Misericordioso consegues ser! Se não fosse heresia, até te considerava um verdadeiro humanista, ó Abdallah!
Mostrar serviço
Eu, de justiça, percebo pouco. Mas como leigo na matéria, custa-me a entender como é que alguém que é suspeito de semelhantes crimes sai em liberdade após o interrogatório. Na minha opinião, o "pessoal" do norte decidiu mostrar serviço antes de tempo. E não sei se não deu cabo da investigação.
18.12.07
Sabiá
Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer...
Tom Jobim
Sabiá - Chico Buarque e Tom Jobim
Há uma versão genial de Sabiá no disco. Como não a encontrei no You Tube, deixo-vos esta.
Docas nas asas do Desejo
Docas nas asas do desejo;
Sugestão I
Apenas um aparte
*João César das Neves, Dois milhões de anos de Economia, p.180
Um apelo
A Costa Oeste da Europa
Entendo, claro, que o governo faz muito bem em aproveitar a notoriedade destas individualidades, mesmo que elas pouco ou nada tenham a ver com o país que as viu nascer, um mero acidente que genética e socialmente não deve ter lá grande explicação. Mourinho, por exemplo, quem não se lembra?, sofria de um primário ódio nacional antes de se tornar no Special One inglês e o treinador mais desejado (pelos adeptos da bola e por alguns segmentos femininos) no mundo. Relembre-se ainda que alguns dos atletas recomendados, nem se treinam em Portugal para sorte do desporto mundial e, por arrasto, da glória da pátria.
Pessoalmente admiro ainda a imaginação do nome e a forma encontrada para promover a nação nuns cartazes bem desenhados. No fundo, os portugueses não são mesquinhos nem egoístas, amam a “energia eólica” e desejam, intimamente, que muitos estrangeiros dêem abnegadamente pela nossa existência. Que dêem abnegadamente pela nossa existência e que dêem verdadeiramente com a costa e à costa como nós, há muito tempo, já demos. De preferência, ao som do eterno fado e, se não for muito incómodo, com uma ventoinha na mão.
16.12.07
Sofrimento por amor
Rica democracia, gritam os socialistas II
Rica democracia, gritam os socialistas
SOL
Quando a merda de um pseudo-prestígio vale mais do que o interesse de uma Nação.
Não será este um acto de traição?!
14.12.07
Por um referendo
13.12.07
Uma piadinha...
Responde o atendedor de chamadas da Casa de Saúde:
"Obrigado por ter ligado para o Júlio de Matos (Instituto de Saúde Mental), a companhia mais adequada aos seus momentos de maior loucura.
Se você é obsessivo-compulsivo, marque repetidamente o 1;
Se você é co-dependente, peça a alguém que marque o 2 por si;
Se você tem múltipla personalidade, marque o 3, 4, 5 e 6;
Se você é paranóico, nós sabemos quem você é, o que você faz e o que quer. Aguarde em linha enquanto localizamos a sua chamada;
Se você sofre de alucinações, marque o 7 nesse telefone colorido gigante que você, e só você, vê à sua direita;
Se você é esquizofrénico, oiça com atenção, e uma voz interior lhe indicará o número a marcar; Se você é depressivo, não interessa que número vai marcar. Nada o vai tirar dessa sua lamentável situação;
Porém, se VOCÊ votou Sócrates, não há solução, desligue e espere até 2009.
Aqui atendemos LOUCOS, não atendemos PARVOS nem INGÉNUOS! Obrigado!
Ó rapaz, são moinhos!
Europa para os cidadãos
Tá melhor... parece-me
Os ucranianos não eram propriamente um adversário temível (particularmente com 12 lesionados, entre os quais seis titulares), de qualquer maneira já deu para ver um Sporting diferente para melhor. A ver vamos se nos próximos jogos a boa impressão se confirma.
Post-Scriptum: Gostei do Adrien (grande estreia!). E gostei da atitude do Paulo Bento que não teve receio de "encostar" o Miguel Veloso, um excelente jogador que tem de perceber que deve manter a humildade se quiser continuar a evoluir. Gostei também do Izmailov (muito bom jogador). Já o Farnerud mostrou porque joga pouco tempo. É que o homem não desenvolve, xiça...
12.12.07
Jardim sucede a Jardim
Post-Scriptum: Não tenho nada contra ou a favor, uma vez que, não sendo militante do PSD (ou de qualquer outro partido), os assuntos internos "laranja" não me dizem respeito.
Balcãs
Para que se perceba melhor o "drama balcânico", dois excelentes mapa sobre as divisões étnicas na península. Um deles representa aquilo que etnicamente era a Jugoslávia. O Outro representa o Kosovo antes da guerra de 1999. É óbvio que os números se alteraram. Mas são um bom instrumento de análise para quem quiser perceber os Balcãs.
Nesta viagem parti, passei e regressei a ontem. Refiz sinuosos percursos. Confrontei-me com as minhas dúvidas, com os meus receios.
Encontrei frases belas: “as dúvidas acumulam-se. Saltam como se de gotículas de água se tratassem”.
Existem outras mas escolhi esta.
Talvez por ser a mais bonita, talvez por ser a que melhor espelha a alma.
11.12.07
Um teste fundamental
As declarações hoje produzidas pelos representantes kosovares vão no sentido de "acalmar as hostes", sublinhando que a independência é uma questão de (pouco) tempo. Mas nos Balcãs tudo é possível, pelo que é conveniente que os europeus e os norte-americanos se preparem para o pior cenário.
Para a UE, o problema agudiza-se pela proximidade geográfica. Mas não só. Alguns dos estados que a compõem não são favoráveis às pretensões separatistas. A começar pelo Chipre, passando pela Grécia (tradicional aliada de Belgrado), indo até à Eslováquia e a Espanha (por razões óbvias). Se não chegar a um consenso interno a União dará mais uma gritante demonstração de fraqueza, num processo que deveria liderar.
Mas o que fazer neste momento, sabedo-se da dificuldade para colocar em prática uma das permissas mais... ingénuas do "Plano Ahtisaari" - conseguir uma Resolução do Conselho de Segurança da ONU que apoiasse a independência do Kosovo, "dando a volta" aos "amigos" russos?
Neste momento, é esta a situação:
De um lado temos um "candidato a Estado" que não passa de um "buraco negro", como escreveu recentemente o Le Temps em editorial. Dominado por máfias e por corrupção, com infra-estruturas inexistentes ou parcialmente arruinadas. Com o desemprego a rondar os 40% (dados da UE). Mas cuja esmagadora maioria da população (constituída por 2 milhões de albaneses e pouco mais de 100 mil sérvios) defende a autodeterminação. Com autoridades eleitas sem a participação da minoria sérvia (recorde-se que Belgrado ordenou aos seus cidadãos no território para boicotarem as recentes eleições), mas apoiadas pelos EUA e pela maioria dos estados da UE (Portugal incluído).
Do outro, um estado soberano que fruto da política criminosa de Milosevic se transformou no grande derrotado dos recentes conflitos dos Balcãs. Mas que hoje é uma democracia, procurando aproximar-se da Europa. E que vê no Kosovo uma espécie de "berço da Nação", território onde se situam, por exemplo, alguns dos espaços e monumentos mais representativos da identidade nacional sérvia.
Desde 1999 temos duas comunidades que vivem em linhas paralelas, mas que procuram não se cruzar. Principalmente no que aos sérvios diz respeito. Se não, consultem o sítio da Igreja Ortodoxa sérvia na província (em inglês). Bastante revelador, denunciando crimes e alegados crimes perpetrados pela maioria albanesa.
E então, o que fazer agora? Será a independência coordenada a melhor solução, como defende Timothy Garton Ash, um dos europeus que melhor entende o leste e os Balcãs? Talvez. Até porque, como refere Ash, a "História (...) pratica uma justiça aproximada, na melhor das hipóteses".
Para a Sérvia, será doloroso perder a província, mas a médio prazo a "amputação" poderá trazer proveitos, porque libertará energia para aquilo que é realmente importante.
O discurso a fazer aos sérvios deve então ser, ainda segundo Ash, "negoceiem a soberania formal sobre o Kosovo pela hipótese concreta de um futuro melhor na UE".
Para completar o puzle, diga-se que em Março realizam-se as eleições presidênciais sérvias. "Um passo em falso" poderá levar ao poder grupos nacionalistas com discurso - e práxis - muito semelhante ao do velho "Slobo". O que não deixará de causar instabilidade numa das fronteiras da Europa dos 27.
Muito do futuro da UE nas próximas décadas jogar-se-á na capacidade ou incapacidade que os 27 demonstrarem para liderar o processo em curso. Este um teste no qual a União não pode falhar, uma vez que o Kosovo "é na Europa, e não no Wisconsin", como bem escreve Ash.
No Público de hoje surge um bom calendário. Que "marca" a independência do Kosovo para Fevereiro. Sob a liderança da União Europeia. A ver vamos.
Diamonds and Rust
A propósito, Joan Baez faz 50 anos no próximo ano... Uma informação ao melhor estilo do "Trivial Pursuit"...
Orçamento
31 anos depois continua a ter uma economia frágil. Baseada no turismo, nos serviços da administração pública, na construção civil e num tecido empresarial que depende da saúde do resto dos sectores de actividade para sobreviver.
Continuamos a ser financeiramente dependentes de um pai que muitas vezes mal tratamos.
O nosso dinheiro nunca chegou para pagar as nossas contas. Nos últimos anos foram ensaiadas engenharias financeiras para fintar as regras impostas por um pai forreta (continente). Criamos sociedades de desenvolvimento, a IGA, o Serviço Regional de Saúde EP e outras do género estão a ser preparadas, como uma SGPS para gerir as águas da Madeira.
É com estes constrangimentos que começa hoje mais um debate da conta da Madeira.
Os números do Governo nunca coincidem com as contas da oposição.
Os bates de orçamentos são terrenos pantanosos. Têm uma matriz matemática, mas quem melhor domina as regras da retórica é que vence a batalha dos números.
Ao Governo compete fazer a defesa das contas. À oposição, revelar a fragilidade dos valores. É este o guião do filme que vai ser rodado nos próximos 4 dias no parlamento.
No final tudo vai ficar bem.
A democracia cumpriu-se, mas a democracia, só por si, não faz milagres. Muito menos económicos.
Funchal 500 Anos
- Em primeiro lugar, existe, ao contrário daquilo que foi escrito, um eixo programático. Como não me apetece repetir tudo aquilo que já foi dito e que já está publicado remeto-vos para aqui. Ao analisar a programação ver-se-á, facilmente, que os eixos fundamentais definidos no documento apresentado estão nela representados.
- Em segundo lugar, dizer-se que não existem actividades para o público escolar revela alguma falta de atenção. Se não, vejamos estes dois itens da programação, sendo que o Concurso Escolar está a ser realizado desde 2003, caminhando já para a V Edição (em 2006, envolveu quase 1.000 alunos ou pessoas integradas em instituições).
- Em terceiro lugar não será correcto dizer-se que a área do património foi esquecida. Ver aqui, aqui e aqui.
Os 500 Anos do Funchal servirão, nesta área, para contribuir para que os cidadãos se interessem pelo património. Só isso faz sentido. Para além do mais, muitos dos livros que serão editados na Colecção Funchal 500 Anos versarão o tema do património. Representam em conjunto um bom levantamento da história da cidade e da Madeira. Acredito pois que a melhor forma de fazer com que a população comece a pensar a cidade é dá-la a conhecer melhor. E é isso que se vai fazer.
- Em relação à integração de eventos "habituais" na programação, creio é de uma lógica elementar. A CMF e a EM Funchal 500 Anos ajudarão a contextualizá-los no ano das comemorações. É o que se faz em todo o lado. Não é novidade, por isso, não percebo a crítica, honestamente. Faria sentido ver, em 2008, a Festa da Flor versar outra temática que não o V Centenário? Ou que as Festas de Natal e Fim de Ano da cidade esquecessem os 500 Anos? Aliás, são óptimos exemplos de trabalho em conjunto.
Para preparar 2008 dezenas de entidades públicas e privadas (basta reparar no calendário de eventos) de todas as áreas, bem como centenas de pessoas a título individual estão, hoje, a trabalhar com a Funchal 500 Anos. Consegue o autor do post encontrar melhor exemplo de busca de sinergias? Consegue o autor do post ver que este é um óptimo exemplo para o futuro? Não se esqueça ainda que eventos como o Festival Internacional de Cinema, por exemplo, nasceram debaixo do chapéu dos 500 Anos, com o apoio da CMF desde o primeiro dia. No exemplo em questão, graças ao empenho, à generosidade e à competência do Henrique Teixeira O FICF há de viver muitos anos. Se calhar, havemos de estar presentes na XX edição!
Repare, caro Cláudio, o objectivo do Funchal 500 Anos é muito mais ambicioso do que possa parecer a quem não estiver com atenção. Pretende-se revolucionar mentalidades, oferecendo uma programação de qualidade em todas as áreas (estão programados eventos na área do Desporto, da Ciência, da Literatura, das Artes Plásticas, do Cinema, do Teatro...) e procurando que os hábitos de consumo de produtos culturais cheguem à maior parte da população. Criando um Plano de Comunicação ambicioso. Que chegue a toda a gente, em todo o lado. Que promova o conhecimento da cidade.
Promovendo intercâmbios, trocas de conhecimento e experiências entre os agentes culturais da Madeira e de fora para que os primeiros (e os segundos, em alguns casos) evoluam. Percebam, em última análise, a vantagem de trabalhar em conjunto.
Ambiciona-se deixar uma marca permanente para o futuro.
E a propósito, as críticas são sempre bem vindas. Desde que não sejam feitas, apenas, com motivações políticas.
Se precisar de mais informações, vemo-nos no jantar do dia 19, no qual participarei com muito prazer.
Cumprimentos
Post-Scripum: A Programação completa, com o respectivo organigrama, está aqui.
A Marca chega a Portugal
10.12.07
Real politik vs ética
Há algumas semanas, o governo português acolheu com honras de Estado o cacique-aspirante-a-ditador Hugo Chávez. Na altura, reconhecia a pertinência de termos de engolir este sapo: a comunidade portuguesa na Venezuela é demasiado grande e o governo português tem o dever de zelar pelos seus interesses.
Parece, contudo, que o principal motivo do encontro não foi a defesa da comunidade portuguesa, mas garantir negócios chorudos para a Galp. E sinceramente, senti um amargo de boca!
Este fim-de-semana, recebemos com pompa e circunstância Muammar Kadhafi, líder do regime opressivo que governa a Líbia. Aliás, vimos Sócrates de mão dada com o Líder Supremo líbio e todo ele era sorrisos. O motivo para tanta alegria era a garantia de outros negócios chorudos para a Galp e para outras empresas portuguesas. Que são levadas para a Líbia atraídas pelos dinares líbios, sem qualquer tipo de preocupação com essas questões humanistas.
Uma vez mais, todo um povo vergou-se aos interesses económicos de meia dúzia.
A isto chamam de real politik: eu chamaria de hipocrisia. E a mim, custou-me a engolir ver o PM do meu país a fazer acordos com um líder de um governo que não tem qualquer respeito pelos direitos do homem. A fazer acordos económicos. A vender a dignidade de um país aos interesses de alguns!
Não me admiro nada que qualquer dia estejamos à mesa de negociações com terroristas, conforme propunha, num rasgo invulgar de imbecilidade, Mário Soares. Já estivemos mais longe!
Provocação
O Pleonasmo é uma redundância linguística (também conhecido pelo termo filosófico de tautologia).
Denominado pleonasmo de reforço ou estilístico, trata-se do uso da redundância como figura de estilo, para enfatizar ou reforçar uma ideia, recorrendo às mesmas palavras ou a outras semelhantes. Muito utilizado por autores como Pessoa, Camões, Vergílio Ferreira.
Jantar de bloggers
7.12.07
Who killed Bambi?
Murder murder murder
Someone should be angry
The crime of the century
Who shot little Bambi
Never trust a hippie
'Cause I love punky Bambi
I'll kill to find the killer
In that rotten roll army
All the spikey punkers
Believers in the ruins
With one big shout
They all cry out
Who killed Bambi?
Sex Pistols
(Se alguém me conseguir explicar como é que a meio da tarde de trabalho surgiu-me na cabeça a letra de uma canção que não oiço há mais de dez anos, agradeço...)
Quartos Vagos
A acompanhar de perto.
Já agora, quem quiser ir à inauguração tá convidado. É sábado, às 18:00 horas.
6.12.07
Uma cimeira
Lisboa acolhe, este fim-de-semana, uma importante cimeira entre a União Europeia e as nações africanas. A principal razão do acontecimento, descobri há pouco, é afinal validar mais um pacote de ajudas financeiras aos países africanos onde se destaca “um fundo para ajuda ao comércio e apoio à competitividade” – que arranca já em 2008 com 1,2 mil milhões de euros que se tornarão em 2 mil milhões em 2010, data da próxima cimeira – e um fundo especial de 600 milhões destinado à União Africana para “facilitar a paz” e a sua capacidade de intervenção em zonas de conflito.
Pelo meio, e como disfarce, alguns líderes europeus vão pregar sobre direitos humanos, desenvolvimento e crescimento, democracia e aquecimento global. Claro está que os senhores que mandam em África dirão que sim a tudo, que está tudo muito bem e que aceitam todas as críticas e reparos, porque na realidade o que lhes interessa verdadeiramente é o pote de ouro no fim do arco-íris, mesmo que para tal tenham de participar em workshops alternativos com o Sr. Zapatero, o Sr. Sarkozy, o Sr. Prodi ou a D. Merkel e olhar para o ar angélico do Sr. Mugabe enquanto ouve falar sobre os direitos humanos.
Já se sabe o ridículo de tudo isto. Dar dinheiro a rodos nunca resolveu nenhum problema estrutural; antes adiou a inevitabilidade de soluções urgentes que são necessárias para dar aos africanos a dignidade que merecem e uma esperança num verdadeiro futuro. Já aqui uma vez expliquei como é mais fácil passar um cheque. Noutra vez ainda, tentei demonstrar como se sossegam as consciências. Como é óbvio, a receita mantém-se inalterável: em 2010, aprovaremos mais um pacote de fundos para destinos e fins incertos e sem olhar para o que foi feito e receberemos, novamente e de braços abertos, mas talvez um pouco mais gordos, muita gentinha que pouco ou nada fez pelos seus povos. Mas claro que o faremos de consciência tranquila e com mais um cheque chorudo na mão.
O homem voltou à carga
Fartar vilagem IV
Um epílogo
Ponto 1: É salutar que haja polémica. E é salutar que se possa debater pontos de vista diferentes sobre um mesmo assunto, ainda para mais, e aparentemente, baseados numa mesma notícia.
Ponto 4: Este tipo de argumentação traz ainda outro problema: impede-nos de ver as coisas com clareza porque cegados com os números, assumimos que tudo está bem. Reparem que não fazemos a mínima ideia dos números reais (aqueles que estão para além da estatística) da violência escolar, uma vez que não sabemos quantas denúncias ficaram por fazer, quantas escolas abafaram os casos para não terem chatices, quantos alunos, professores e funcionários sofreram em silêncio e, por fim, quantos psicologicamente ficaram afectados, o que pode não ter forçosamente a ver com a violência física ou com os casos denunciados.
Ponto 5: “Quanto às melhorias verificadas, a ministra sublinha o contributo dado pela generalização das aulas de substituição para o "abaixamento do clima de descontrolo nas escolas".” Não são palavras minhas: o “abaixamento do clima de descontrolo nas escolas” são palavras da própria ministra. Assumirmos que há um clima de descontrolo nas escolas é igual a assumirmos que há um problema que é preciso resolver. O que já é qualquer coisa.
Ponto último: Folgo saber que de um post para outro, se passou de um problema que não existe para um problema quase inexistente. Também já é qualquer coisa.
Fartar vilagem II
PS - O argumento da preservação do ambiente é ridículo: porque os ganhos para o ambiente seriam facilmente cobertos com um maior número de deslocações ao supermercado!
Fartar vilanagem
Depois daquela bela proposta de aumento de electricidade (claro que a inteligentsia economista do PS concordou), eis que agora propõe que seja o consumidor a arcar com as despesas da conversão dos contadores de electricidade. Já agora, quando quiserem aumentar o ordernado dos administradores, ou fazer uma qualquer modernização, não se esqueçam da nossa contribuição. Estamos cá para isso!
5.12.07
Violência nas escolas
Como também é do conhecimento geral que este fenómeno (bullying, violência contra professores e funcionários) , tem vindo a crescer nos últimos anos, por diversos factores que não se reduzem à análise simplista do contexto social onde se insere o estabelecimento de educação/ensino. E não me venham com estatísticas, que todos sabemos quem fornece os dados e a quem interessam. E não venham também dizer: áh e tal, que são só umas dezenas de escolas, porque bonito, bonito, seria a violência dentro das escolas ser a norma e não a excepção! O problema existe, está a crescer e nenhum governo tem agido conformidade. E basta de enterrar a cabeça na areia!
Mas, na minha opinião, há um problema a montante para o qual o ministério da Educação e alguns dos especialistas (ou pseudo) têm estado algo desatentos, que é o aumento exponencial da indisciplina. Qualquer professor pode atestar que existem cada vez mais casos de indisciplina dentro das salas de aula, que começa a demonstrar-se cada vez mais cedo.
E já nem o 1º ciclo do ensino básico escapa. Aliás, tem sido neste ciclo que o problema tem se agudizado cada vez mais, em grande parte devido à imposição das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), que obrigam as crianças a permanecer em "trabalho" entre as 09h00 e as 17h30. Efectivamente, e como qualquer pedopsiquiatra diria, é fundamental tempo para brincar. Que as crianças já não têm. Dir-se-ia que muitas outras já o faziam e não denotavam comportamentos incorrectos: pois, mas essa era a excepção e não a norma. Para além disso, as AEC estão minadas com problemas basilares, como o são a pouca importância atribuída pelos encarregados de educação, o facto de muitos docentes não estarem habilitados a trabalhar com crianças desta faixa etária, o fraco envolvimento dos titulares de turma, as temáticas trabalhadas (e a intransigência na sua adaptação), que fazem destas "disciplinas" efectivas e não "actividades", num ciclo ainda regido por um sistema de monodocência, sem compartimentação dos saberes (a persistência dos problemas com as AEC serão tema para um outro post).
Esta desatenção vê-se no próprio facto do Estatuto Disciplinar do Aluno (o anterior, porque o novo ainda não o conheço em profundidade - dizem ser bem pior!) não poder ser aplicado aos alunos do 1º ciclo, não havendo responsabilização nem do aluno, nem do encarregado de educação.
É verdade que eu jamais aceitaria comportamentos incorrectos por parte de uma criança de 9 anos: mas o problema é que não lhe é possível aplicar qualquer medida disciplinar e aquelas que ainda assim são possíveis, não passam de paliativos.
E por muitas estatísticas que sejam feitas, a verdade é que eu não vejo qualquer medida profiláctica por parte do ministério relativamente ao aumento da indisciplina. Bem pelo contrário. Digam lá a Sra. ministra a bando de apaniguados o que bem entenderem!
...
Vergonha II
"Um conjunto de «golpes baixos» de um dos mais conhecidos e experimentados «controladores» do futebol português destruiu a melhor equipa deste jogo e empurrou a menos capaz para um triunfo de todo injusto e «pintado» com as cores da desonestidade, que há quem diga que são o «dourado»...".
Está bem escrito. Mas creio que a Direcção do Clube deve sair em defesa dos seus jogadores, e não deixar que sejam eles, e quem escreve no sítio, a assumir a batalha...
A bem da verdade
Estas são algumas conclusões do último levantamento sobre a violência e segurança em meio escolar, relativo a 2006/2007, e apresentado ontem pelos ministros da Educação e da Administração Interna. Mas os números são também estes: em média, a cada dia que passa há um professor agredido ou vítima de tentativa de agressão (o ano lectivo tem cerca de 180 dias de aulas).
Os funcionários das escolas estão sujeitos ao mesmo tipo de violência e, de acordo com os dados compilados pelos Observatório da Segurança em Meio Escolar, houve 147 agressões ou tentativas contra o pessoal auxiliar.
Este foi o primeiro ano em que o Governo apresentou os números da violência escolar de forma agregada (com uma nova metodologia, e recolhendo as participações feitas pelas escolas ao Ministério da Educação e às forças de segurança do Programa Escola Segura, evitando assim a duplicação de registo de incidentes). E talvez por isso, as comparações com o passado podem causar alguma estranheza.
Sobe e desce
Em Fevereiro, e tendo em consideração apenas as denúncias das escolas ao ME, foi anunciado pelo coordenador do observatório, João Sebastião, que 390 professores tinham sido agredidos em 2005/2006. Um ano depois o número caiu para metade. Já em relação aos alunos, os estabelecimentos de ensino tinham participado ao ME 207 casos. No ano seguinte o número disparava para mais de mil.
Ficando pelos dados absolutos, constata-se que, no último ano lectivo, 94 por cento das escolas não participaram qualquer ocorrência. E que as muito graves têm uma frequência reduzida. "Estes são dados muito animadores para continuarmos o nosso trabalho. É preciso distinguir entre violência e indisciplina. A primeira, associada a ocorrências graves, tem uma incidência rara e circunscrita. A segunda é mais dispersa mas tem uma gravidade completamente diferente" face à ideia que se possa ter, sustentou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.
Questionada sobre as preocupações recentemente manifestadas pelo procurador-geral da República - que acusou a ministra de "minimizar a dimensão da violência nas escolas e revelou que recebia bastantes faxes de professores a relatar agressões -, Maria de Lurdes Rodrigues sublinhou a realidade demonstrada pelos "factos" ontem apresentados. "Não podemos desvalorizar um caso de violência que aconteça numa escola. Mas não temos nas escolas um clima de violência generalizada."
"Os números contrariam a ideia de que as escolas estavam numa roda-viva e que eram locais cada vez mais inseguros", insistiu João Sebastião.
Pior em Lisboa e Porto
A verdade é que os números evidenciam existir poucos estabelecimentos de ensino muito problemáticos. É o caso dos 31 que, num ano lectivo, participaram mais de 21 ocorrências. No entanto, estas escolas correspondem a 0,2 por cento do total das mais de 12 mil abrangidas pelo Escola Segura. São sobretudo frequentadas por muitos alunos e concentram-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
A distribuição regional revela ainda que há outros distritos menos óbvios, como Beja ou Bragança, com um número de ocorrências por mil alunos superior à média (3,32 neste último caso).
Quanto às melhorias verificadas, a ministra sublinha o contributo dado pela generalização das aulas de substituição para o "abaixamento do clima de descontrolo nas escolas".”
Público, 4 de Dezembro de 2007
Vergonhoso
Embora seja Sportinguista tenho pelo Marítimo um sentimento muito especial. E este ano, custa-me ver os "verde-rubros" serem continuamente "gamados". Foi na Luz, foi nos Barreiros contra o Guimarães. E segunda-feira, em Braga, o "roubo" - não conheço outra palavra - foi escandaloso. Um pénalti por marcar contra a rapaziada do norte, uma expulsão perfeitamente injustificada do Makukula (que "apanhou" com três jogos, ainda por cima) e uma série de faltas marcadas ao contrário.
Creio que é tempo da Direcção do Marítimo tomar uma posição frontal contra a falta de qualidade e a dualidade de critérios dos tipos que vestem de preto (ou amarelo, ou côr de rosa). É vergonhoso. O Briguel, ontem, esteve bem.
4.12.07
Uma festa
À festa, que não é de beneficência, juntam-se apenas “100 mulheres bonitas”, com o intuito de fazer passar o tempo enquanto se discorre, penso eu embora não seja claro na notícia, sobre o aquecimento global, a luta contra o terrorismo e os problemas filosóficos ligados ao existencialismo.
Pelo meio, há um bar, um restaurante, um casino e até uma discoteca onde todos podem convenientemente descomprimir do ritmo frenético do dia-a-dia. A discoteca tem inclusive umas mesas especiais que tornam possível que algumas das “100 mulheres bonitas” expliquem o que é o aquecimento global e como funciona numa relação dialéctica.
Para o evento, cada um dos jogadores do plantel do United contribui apenas com a módica quantia de 5400 euros, valor que inclui bebida (talvez sem gás), comida (quem sabe se sem sal nem gordura), “100 mulheres bonitas”, os temas propostos para reflexão e 30 suites cuidadosamente preparadas para o descanso merecido da rapaziada embevecida.
Eu por mim, nada tenho a opor. Mas se houver alguma desistência de última hora, sabem onde me podem encontrar. No fundo, embora não sendo um verdadeiro existencialista, o aquecimento global sempre me fascinou.
Cosmética mortuária
Os preços, convenhamos, são nesta primeira fase tentadores: 2000 euros por um filme de 2 minutos, o que dá 500 euros por cada trinta segundos. A coisa deve dar para tudo, incluindo coisas do género: “Olá, boa tarde. Este era o Hans (e aparece uma grande foto de BI do Hans). O Hans faleceu ontem às 22h32, de acordo com a certidão do médico. Morreu sozinho e abandonado na cama de um hospital, ligeiramente agonizado, porque o pessoal ultimamente andava com muitos afazeres e sem tempo para visitá-lo. Nós, os seus familiares directos, um pouco envergonhados com o assunto, decidimos por isso homenageá-lo depois de morto porque a herança que ele deixou vai dar um jeito do caraças e dá para pagar este vídeo. O Hans até era um tipo porreiro, boa pessoa, embora um pouco mesquinho nas pequeninas coisas do dia-a-dia. Não tinha muitos amigos, mas os que tinha eram verdadeiros amigos. O Hans morreu. Viva o Hans. Paz eterna à sua alma.”
Desconheço por agora o volume de receita esperado, mas desde que uma empresa se propôs a alugar manifestantes para causas sem adeptos que não me ria tanto. Embora não pelas mesmas razões.
Um sinal
A violência nas escolas é uma interessante actividade nacional. Os petizes, muitas vezes entediados com as aulas inclusivas e com as actividades de grupo, parece que perdem as estribeiras muito facilmente e desatam a agredir colegas, funcionários e professores quando há problemas familiares em casa, quando estão deprimidos ou eufóricos, quando revelam algumas dificuldades de aprendizagem e/ou quando não lhes deixam brincar com o telemóvel nas aulas.
As causas são todas conhecidas. O Estado, esse nosso farol orientador e educador, não só não expulsa os mal-educados e mal comportados como agora até lhes dá a escolaridade obrigatória à força. As faltas nem precisam de grande justificação, tal como os exames e os testes não precisam de qualquer estudo prévio que exija empenho. O petiz, um verdadeiro terror na primeira classe, pode assim tornar-se num criminoso empedernido até ao nono ano, sem grandes complicações matemáticas e ortográficas, e aprovado com distinção.
Perante a falta de autoridade e de interpretações básicas de regras disciplinares, cabe aos meninos, felizes ou infelizes e no seu meio ambiente, decidirem o que fazer, quando fazer e como fazer. Tudo acontece, tudo é permitido. Os números elucidam o problema: 300 casos conhecidos de agressão a funcionários e professores apenas este ano. Desconhecem-se, no entanto, os números sobre a violência psicológica e sobre a violência, de todas as formas e generalizada, sobre os próprios colegas, que devem ser algo de perturbador.
Desde o soco, ao pontapé, passando por pneus furados e outras originalidades, as nossas criancinhas fazem da escola uma plataforma para a vida. O Estado encolhe os braços, o professor esconde a cara (não vá um soco acertar em cheio) e o funcionário, mal pago, saiu e muito provavelmente já não volta hoje (não vá ter alguma coisa a ver com o assunto). Para todos os efeitos, convém não depreciar muito o drama: à classe docente não se recomenda por acréscimo a exibição de carros de gama muito alta e aos restantes funcionários escolares propõe-se a baixa psicológica prolongada. Quanto ao Estado, deseja-se, no íntimo, que continue assim. Afinal, meia dúzia de maçãs podres jamais estragaram uma colheita. O que deve ser um sinal manifesto de que vamos no bom caminho.
Taxas de estacionamento no aeroporto: um roubo!
Ano e meio após actualizar as tarifas, a ANAM fixa novos preços para estacionar
Data: 04-12-2007
Estacionar nos parques do Aeroporto da Madeira passou a ser mais caro desde sexta-feira. Os aumentos, por fracção de 15 minutos, passam de 0,30 para 0,40 euros no parque 0 (+25%), e entram em vigor com as novas taxas aplicadas pela ANAM - Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira. Estão incluídos o aluguer de equipamentos, a prestação de serviços, os consumos (água e luz, por exemplo), o depósito de bagagem, os cacifos de bagagem, a fotografia e filmagem, os equipamentos diversos para formação e, como referido, os parques de estacionamento de viaturas. Em todos há aumentos, nalguns casos residuais, noutros ascendem a centenas de euros (os elevadores pneumáticos, que passam de 11.000 euros por dia, para 11.550 euros). A alteração de tarifas, justificada no despacho mandado publicar pela Secretaria Regional do Turismo e Transportes (n.º17/2007) no Jornal Oficial (JORAM), pelo facto de a última actualização de 'Outras Taxas de Natureza Comercial' ter sido feita efectuada a 11 de Junho de 2005. Ou seja, "importa proceder à respectiva actualização de acordo com a taxa de inflação verificada nos últimos dois anos", diz o documento. No entanto, há cerca de ano e meio, aplicando a lei nacional que obriga a fraccionar por cada 15 minutos os períodos de estacionamento, a então Secretaria do Equipamento Social e Transportes alterara os preçários. Antes era cobrado um euro à hora no parque 0, passando para 0,30 euros por cada 15 minutos. Ou seja, de 1,20 euro por hora. Agora são 1,60. Nos outros parques, mais afastados, vai de 0,30 a 0,20 euros. 'Negócios não aviação' lucrativos Nos últimos relatórios e contas da ANAM a importância da exploração dos espaços comerciais dos aeroportos da Madeira e do Porto Santo no saldo final é cada vez maior. Do retalho ao imobiliário, da publicidade ao rent-a-car, passando pelos parques de estacionamento, as actividades tiveram "nos últimos anos um grande incremento", com um crescimento global de 16,1% em 2005 (5,4 milhões de euros) e de 6,2% em 2006 (5,7 milhões).As receitas dos parques de estacionamento no Aeroporto da Madeira foram de 450 mil euros em 2004, de 498 mil em 2005 (+10,6%) e 544 mil em 2006 (+9,3%). Receitas que representam pouco se contar os mais de 36,8 milhões de euros de proveitos arrecadados em 2006. DN Madeira, Francisco José Cardoso
Depois de ler uma notícia destas nó apetece gritar: LADRÕES!
Parece ainda que a actual Secretaria Regional de Transportes e Turismo ou não sabe fazer contas, ou mente descaradamente, com a agravante de publicar as mentiras no JORAM!
Haja decência!
3.12.07
Para que servem os regimes de excepção?
Entretanto, as receitas milionárias dos bancos ascendem aos 1700 milhões de euros, graças ao inenarrável regime de excepção de que os bancos gozam com o beneplácito cândido do governo. Mas a pergunta que faço é tão simples quanto a minha ignorância: não era mais simples cobrar o que deve ser cobrado aos bancos e promover uma, nem que fosse leve, descida dos impostos que beneficiasse todos os portugueses? Se os bancos caucionam este tipo de comportamento temos todo o direito de questionar esta pouca-vergonha. Afinal, para que servem os regimes de excepção?
Contra a discriminação
A luta contra a discriminação é assim, e sempre, muito bem-vinda, havendo, na minha modesta opinião, vários sítios excelentes para se começar, desde já, a aplicar a lei: na pouca-vergonha das bilheteiras dos estádios de futebol, nos clubes políticos exclusivamente femininos ou masculinos e nas famigeradas discotecas e bares que promovem indescritíveis ladies night. Quem disse que a discriminação por sexo não existe, nunca saiu à noite.
Venezuela
Mas é importante não esquecer que a sociedade venezuelana está profundamente dividida. E que, embora social e culturalmente o povo da Venezuela seja avesso aos conflitos (basta lembrar que é o único país da zona que nunca se envolveu numa guerra dentro ou fora de portas), uma pequena fagulha pode acender um rastilho com consequências imprevisíveis.
Ontem, o discurso de Chávez foi muito interessante. Ponderado, reconheceu a derrota e a consequente impossibilidade de levar a efeito as reformas que pretendia introduzir. Apelou à unidade nacional e serenou os ânimos quer dos seus apoiantes, quer da oposição. O Chávez que ontem assumiu que tinha perdido foi radicalmente diferente do Chávez habitual, que ataca desenfreadamente todos aqueles que a ele se opõem, quer no plano interno quer no plano externo, criando dessa forma clivagens dispensáveis. A confirmar-se e a manter-se o tom e o conteúdo, as tenções poderão acalmar. Mas não acabam certamente, já que o exercício efectivo do poder não deve sofrer alterações visíveis. Para além do mais, com Chávez deve desconfiar-se sempre...
Não creio que a derrota implique uma viragem política na Venezuela ou nas relações do país com o exterior. Hugo Chávez manterá, internamente, uma praxis política populista, que a curto prazo poderá atenuar superficialmente as desigualdades, mas que médio e longo prazo será um desastre para a Venezuela. Vai continuar a desconfiar do sector privado da Economia, impondo medidas restritivas. Vai insistir no projecto de silenciar a oposição e os média por esta influênciados ou controlados. Não desistirá da ideia peregrina de perpetuar-se no poder.
A nível externo, continuará a perseguir a criação de uma espécie de bloco latino-americano que se afirme por oposição política aos Estados Unidos e à União Europeia (opção condenada ao fracasso devido à óbvia resistência do Brasil ou da Argentina, as maiores economias da zona, em juntar-se àquela espécie de "guerra santa").
Enfim, embora mais controlado, Chávez tentará, até à sua extinção (que agora me parece mais ou menos inevitável), continuar a marcar a agenda política mundial.
Paulo Bento e o Sporting
Contribuíu para a formação de jovens talentos como Miguel Veloso, Nani, Moutinho, Abel, lançando ainda jogadores como Pereirinha ou Ronny.
É óbvio que nem tudo é perfeito no trabalho de Paulo Bento. Também creio que a teimosia excessiva por ele tantas vezes revelada conduz a alguns erros, que setiam evitáveis com maior dose de bom senso. Mas honestamente, não sou daqueles que agitam lenços brancos à primeira crise.
E não esqueço, por exemplo, que existem situações que fogem às competências do treinador e que lhe limitam o trabalho. Se não vejamos: O orçamento para o Futebol Profissional do FC Porto é mais do dobro que o do Sporting. O do Benfica é superior em mais de 50%. Meus caros, sem dinheiro, no futebol moderno é quase impossível competir de igual para igual. Há, de facto, muito pouco a fazer.
A equipa do Sporting é ainda mais jovem do que era o ano passado. Jogadores como Stojkovic (na minha opinião, um excelente guarda-redes), Izmailov, Purovic ou Vucevic são "miúdos" que por isso precisam de tempo para se adaptar. Não fácil pegar numa equipa jovem e reconstruí-la em dois ou três meses. Basta lembrar que entre o Sporting 06/07 e 07/08 existem diferenças óbvias.
A começar pela baliza, com a saida de Ricardo. Passando pela defesa, que perdeu Tello e, sobretudo, Caneira. No meio-campo Nani faz uma falta do caraças. No ataque Derlei, que entrara bem e parecia ser o companheiro ideal para Liédson, teve o azar que sabemos.
Não é fácil, convenhamos.
Creio que o campeonato está perdido e há que pensar na Taça e na UEFA, competições que ainda podemos ganhar. Sem grandes dramas existenciais.
Só para terminar, "Sir" Alex chegou ao Manchester e esteve sete anos sem ganhar nada... SETE, repito. Hoje é considerado, a par de Matt Bubsy, o melhor treinador de sempre da história dos Red Devils. Um bom exemplo...
Post-Sriptum: Já agora, e falando de política desportiva, é fácil, neste momento, criticar a direcção do Sporting. Mas basta parar para pensar e olhar para o lado. Se não vejamos: O Benfica gastou 9 (NOVE) MILHÕES DE EUROS num tipo grande, de nome Cardozo, que vai com certeza entrar para a história como um dos maiores "flops" do futebol português. O clube dos provincianos da capital gastou 14 milhões de euros em contratações e vejamos os resultados: Bergessio é igual a nulidade, Maxi Pereira joga com grande esforço, Adu ainda não justificou grande coisa (embora lhe dê o desconto da juventude), Bynia, Pelo Amor de Deus... Luís Filipe é exclente para o Marítimo e para o Braga, de resto... Aproveitam-se, na minha modesta opinião, Di Maria (um talento que, com maior amadurecimento, vai dar que falar) e Rodriguez (bom jogador).
Quanto ao Porto, o cenário é mais desastroso. Milhões de euros investidos em reforços e até agora, nenhum deles (leu bem, nenhum deles) se estabeleceu na equipa principal. Zero... Um número redondo como uma bola de futebol saída dos pés do Moutinho...
Se isto tivesse acontecido no Sporting, era o fim do mundo, parece-me...
1.12.07
30.11.07
29.11.07
Não só é pateta, como é ignorante!
Mas compreende-se, uma vez que este secretário de estado mostrou-se indignado pelo facto das Cartas Educativas terem previstos estes espaços. Na sua opinião, não é necessário - ele disse-o! Quando confrontado com o facto destes documentos terem sido elaborados de acordo com as orientações do GIASE (Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo), como tão bem sabe fazer assobiou para o ar e disse umas alarvidades patetas sobre a rentabilização de recursos (como se quem trabalha nesta área não estivesse já atento).
É verdade, é isto que o Ministério da Educação está disposto a investir nos espaços físicos do 1º ciclo, fundamental para todo o restante percurso educativo dos alunos. E assim que se pretende combater o insucesso escolar e a iliteracia generalizada.
A quase moral da história do futebol português
O Benfica, por exemplo, esteve quase a ganhar ao Milan.
O Sporting, por seu lado, esteve quase a empatar com o Manchester.
E o Porto, até ao último instante, esteve quase a só apanhar três do Liverpool.